quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Ponte do Freixo

de um sonho acordei as vontades, é que no rosto trazemos
sempre, mas sempre as cores da nossa alma...

domingo, fevereiro 18, 2007

RSA - Voluntariado

O rosto sereno e colaborante dos empregados nas confeitarias onde nos deslocamos doam as sobras do dia impecavelmente arrumadas nos tabuleiros, em caixas novas de cartão.
A atitude abnegada e energética dos voluntários antes da ronda, na garagem onde se preparam os 150 sacos para essa mesma noite.
O circulo da meditação onde a alma se encontra e se debate também.
As caras novas que se encontram nas paragens velhas, desta feita 3 homens novos de leste, educados, mansos, famintos e algo vagos no olhar.
Os infiltrados sem necessidade em cada vez maior numero, que sem pudor se apresentam à refeição dos pobres.
Os apertos de mão desesperados e taciturnos, os hálitos a vinho barato e compartilhado, os mantos rotos e sujos nos vãos inexistentes de um passeio, espécie de planície de cimento.
Os rostos escondidos ou mesmo sorridentes surpreendentemente iluminados ou surpreendentemente obscurecidos.
Os cotoveladas silenciosas onde são mais de uma trintena de uma só vez alinhados em fila e ansiedade.
A revolta súbita e insana de alguém que não sabe explicar a vergonha que sente de pedir um saco, a perplexidade de não entender nem suportar o que está a sentir.
O desejo faminto de um cobertor, umas peúgas ou mesmo umas cuecas.
Uns olhos de Cristo por umas cuecas…
A revolta, a impotência para controlar a própria vida, os filhos que lhe foram retirados agradece a cantar o fado que sobe ás paredes do Santo António.
O manto de miséria que acode aos voluntários nas ruas do Aleixo, do nada chegam queimados, espancados, aleijados, sujos, com chagas, inchados, magros, mancos, trémulos, acossados, viciados, desesperados, famintos….
E a minha maior guerra é não sucumbir à indiferença.
Não esquecer que detrás dum calo insensível de pele morta e plastificada, tem sempre uma energia branca e pura, que lhe empresta o uso.
Bem-haja.
Que do fruto ainda brota o sumo.
Que da falta ainda brota saudade.
Que jamais nos esqueçamos de nossa maior grandeza…
Nossa incomparável beleza, nossa humanidade…
Enfim a capacidade de amar renovadamente a cada instante de nossa vida

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

domingo, fevereiro 04, 2007

Amor, amor, amor...

Não corras, não adiantes o teu relógio interior para azáfamas que só exteriormente são noticia… Vê de que cor se vestiu a tua alma hoje? Que contos e fadas…. Deixa nascer em ti as águas que te sedentem… Dos erros que todos vêem os encontros nascerão de novo… Seremos novamente uma só família devotada Àquilo que mais necessitamos… Amor, amor, amor….

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Ribeira

entra... deixa lá fora a sede, um amigo de verdade sempre tem mais que uma bóia...

que quando elevo meu olhar encontro beleza, sentido, companhia... afinal que bem poderei largar e lançar as redes aos destinos que julguei sós quando adormeci as inquietações

sobre as pedras ...

junto ao rio.