sexta-feira, janeiro 25, 2013

A história começa assim;

A criatividade da autêntica benevolência.


Esta pequena história envolve duas pessoas que não se conheciam, o Pedro e o Tiago. Ambos desempregados, suas vidas meio encravadas apesar de ainda jovens.

Numa determinada localização geográfica, havia uma estrada sem nenhum tipo de sinalização. Quem lá transitasse, tinha que se regular pelas regras de trânsito que seu maior ou menor conhecimento permitisse.

Num dado momento dois carros bateram um com o outro. 
Em resultado do acidente um deles ficou praticamente desfeito, sendo que o outro sofreu apenas alguns danos.

É neste ponto que a nossa história começa;

Então, num dos carros ia o Pedro e no outro Tiago.

Ao sair dos carros, ambos com uma sensação de não culpa total pelo acidente, já que não havia sinalização específica naquele lugar da estrada, Pedro ao verificar que Tiago tinha ficado com o carro sem conserto, num impulso generoso e autentico disse:

- A culpa foi minha. Peço-lhe desculpa. Agora não tenho é como lhe compensar pelo seu dano, senão pela oferta de minha própria viatura, que terei gosto de lha entregar assim que a repare.

Enquanto Pedro lhe dizia isto pensava com os seus botões que havia esperado tanto tempo para fazer umas reparações ao seu carro e ironicamente ia finalmente fazê-las, mas para o entregar a outra pessoa, enfim…

Tiago por sua vez, em silêncio enquanto acenava com a cabeça que concordava com a ideia, simultaneamente pensava que em verdade estava a ter uma grande sorte, pois qualquer um dos tinha responsabilidade no acidente.

Passaram-se umas semanas e Pedro envolveu-se de tal forma no arranjo do seu carro, que com a ajuda de vários amigos não resistiu em fazer-lhe várias melhorias a diversos níveis, pintura personalizada, cromagens, estofos e até um sistema de som de ficar sem palavras.
Todo este trabalho executou com a consciência de ser ao mesmo tempo o que sempre desejou fazer ao seu carro e no final, estar a fazê-lo para o entregar a Tiago como paga do prejuízo que assumiu perante ele.

Chegou a hora de o entregar já as melhorias deste carro eram faladas na cidade ao ponto de haver pessoas interessadas em conhecer mais sobre o carro.

Encontraram-se enfim para que Pedro entregasse o carro a Tiago. 

Tiago ficou de tal forma sensibilizado com a atitude de Pedro, que lhe voltou aquele desconforto de se sentir meio culpado do acidente que originou tudo, e estar a sentir-se beneficiado sem condicionamento pela genuína generosidade de Pedro. Adveio-lhe uma forte empatia que lhe apertou o peito, desejando de repente ver em Pedro um amigo único e precioso.

Encontraram-se os dois num parque público, para a entrega do carro. 

Pedro mostrava radiante a Tiago o resultado, orgulhoso e feliz pela maravilha em que se tinha tornado o carro. Tiago observava em silêncio sensibilizado pelo desprendimento daquele a quem já ansiava de chamar de: bom amigo. 

De repente surge um repórter de uma revista auto da especialidade, que já os procurava no sentido de saber mais sobre este maravilhoso carro, para fazer um artigo.

Repórter: Bom dia, que carro tão exclusivo, poderiam dizer-me os senhores algo mais da sua história?

Tiago não se conteve e respondeu: Bom dia. Pois este carro foi reparado pelo Pedro que é o responsável por este trabalho maravilhoso…

Repórter voltando-se para Pedro sorridente: Presumo então seja o dono deste carro. Pode informar-me de onde veio a inspiração para trabalho tão magnífico?

Pedro: Bom dia. Pois para falar com o dono deste carro terá que falar com o Tiago, que além disso foi o responsável de certa forma, pela concretização deste projecto.  Foi ele que esteve na origem dos acontecimentos que me deram finalmente a força necessária a realizar este projecto.

Repórter já algo intrigado e confuso, volta-se para Tiago novamente para o questionar, mas é interrompido por Tiago que lhe diz:

Tiago: (enquanto já se imaginava sem carro, mas com a coragem finalmente assumida e simultâneo alivio de consciência); - desculpe interromper, mas em verdade deverá mesmo falar com o Pedro, pois esta maravilhosa viatura é obra sua e deverá permanecer sua pertença.

O repórter suspirou, ficou em silêncio a olhar os dois. O que viu surpreendeu-o.

Pedro e Tiago, com os olhos nos olhos, naturalmente passaram do que iniciou sendo um forte aperto de mão, para um surpreendente e caloroso abraço.

Ainda com os braços sobre os ombros, um e o outro enquanto olhavam para a maravilhosa viatura, fruto do acidente em que ambos se viram envolvidos, como dois amigos de longa data, dois amigos que se reencontravam finalmente. De suas mentes harmonizadas à luz de uma fraternidade incondicional, brotaram abundantes ideias.

Hoje, grandes amigos trabalham juntos, recuperando carros e realizando melhorias. 

Seus trabalhos são apreciados por todos os clientes e até tem lista de espera, dada a qualidade do serviço que ambos colocam em suas obras.

O primeiro carro que produziram do zero para celebração de início de sociedade entre ambos, foi ainda até ver o mais aprimorado.

Foi claro, o carro de Tiago.

quarta-feira, janeiro 23, 2013

mundo sábio

se cada uma das pessoas ousasse a capacidade de reflexão sobre toda a ocorrência em sua existência  de forma metódica e minuciosa, estaria certamente em condições de obter todos os ingredientes necessários para a compreensão de todos os assuntos relativos à sua própria forma de ser.  

Haveria de encontrar tudo que necessitasse a um determinado momento do seu próprio trajecto, apenas observando cuidadosamente como se sente, o que faz, o que vê e pensa, acerca desse dado momento.
Como interage, que em resultado de forma natural se vai acercando ou afinando, do mais adequado para si própria.

Em cada idade para cada situação, correspondente afinação do Ser para o plano em que se encontra, pela dinâmica de dialogo que conscientemente activa em si mesmo. 

Pois é lá que tudo está que lhe necessite, muito mais que qualquer algo que lhe seja exterior.

Mundo assim, mundo sábio... quase de Deuses pela imensidão desse poder que se lhes emancipa a vontade.

Paz sobre todas as Fronteiras


CONTRA-TEMPO

o maior contratempo,

esperar para chegar atrasado

terça-feira, janeiro 01, 2013

maior feito, menor faz...

Ópticas de uma perspectiva... sobre alguns ritmos de maior ganho...

... ritmos de maior ganho... 

Todo o Ser grande, superior, forte e elucidado, esclarecido, de acessos facilitados e singulares a conhecimentos vastos, a reflexões profundas, .... grandes os seus proventos em géneros variados são a possibilidade quase sempre presente sobre a sua própria existência. 

Mediante tal veracidade natural, somente o que a ofusque lhe poderá causar dolo. Mas se de si já tão brilhante em suas muitas facetas e expressões, em sua versatilidade,  que lhe poderia causar mancha senão algo superior a si mesma, senão ela a si própria? Uma fascinação do ego...

É na verdade sua imensa experiência e saber o seu maior aliado, que sem condução atenta pela sua imensa capacidade rapidamente se volta seu maior inimigo, acaso deixado de freio solto.

Grande missão dentre muitas outras que lhe reserva a vã existência, passageira e transitória, preparar o candidato a viver partilhando o seu saber de forma simples e menor que ele próprio. Somente uma voz que não se impõe se faz compreensível aos sentidos... que pode transmitir o seu natural timbre e alimentar os sedentos de poesia.

O maior desafio de alguém grande, a sua maior realização? - permanecer pequeno exteriormente, mais pequeno que os mais pequeninos de todos, para assim fluir livre  e solto o perfume da sua presença, que lhe advém do âmago que assim pode e certamente irá descobrir.

A mesma regra natural, a mesma lei, vale para o mais fraco e fragil de todos... permanecer forte e corajoso, e com todas as forças de sua frágil condição erguer-se em sua existência corajoso e enfrentar as duvidas que o assaltem, com coragem fé e esperança, servindo-se tantas quantas sejam possíveis a vezes, de seus irmãos mais fortes que estejam disponíveis a constituir seu apoio extra em momentos particularmente difíceis.

Como no mundo perfeito, em que os mais fortes não esmagariam os mais frágeis, mas constituiriam o abraço forte para que aqueles aprendessem por sua vez, o caminho onde todos adiante se encontrarão...

E só cada um de cada dentro de si, sabe o que lhe cumpre fazer para que o que lhe reste não seja sempre o que lhe falte.

Namastê