sexta-feira, março 28, 2014

Bens adquiridos

Quantas vezes, de um bem-estar se passa vertiginosamente para um mal-estar, apenas por se julgar ter possuído algo que não se pode possuir?

Hás-de pensar em quanto do teu bem-estar reside numa dinâmica, como se de uma dinâmica dum inocente se tratasse. É um sentimento de leveza. Não raras vezes sem rede, sem seguranças forçadas nem medos antecipados. É mais como uma sensibilidade para com as coisas, uma atenção com a distância certa a cultivar com todos os seres, consigo próprio. Aquela distancia contemplativa, que permite uma aproximação não calculada ao coração de si próprio.

É uma alegria genuína que abunda… que se reflecte harmoniosamente nos gestos . Cativante para quem vê, cativante para quem usufrui de algo assim…

Depois o erro comum: julgar que descobriste uma coisa acerca de ti que ninguém descobriu ainda acerca de si, algo só teu, algo que reconheces pelo bem-estar que gera, pelas portas que abre. 

É geralmente nessa altura, quando quantificas o que recebes como quem armazena para mais tarde, que inicia a tua desconexão com o próprio processo gerador deste estado de Graça.

Só em boa verdade pode garantir como possuído, aquilo que em sua essência já morreu.

A vida não se deixa agarrar por ninguém…

Sê o eterno estudante de ti próprio,
não desejes ser o mestre de ninguém…

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