quinta-feira, outubro 29, 2015

Não rezamos por rezar

“Não rezamos por rezar, mas para sermos ouvidos. Não rezamos para ouvir-nos rezando, mas para que Deus possa nos ouvir e responder. E não rezamos para receber qualquer resposta: tem de ser a resposta de Deus.” 

sexta-feira, outubro 23, 2015

O homem de Jericó

Jericó era um oásis. O seu clima suave e tépido era propício para fartos pomares, roseirais e palmeiras.

Era ali que morava Zaqueu. Era um colector de impostos para o Império Romano. Também tinha seus lucrativos negócios.

Zaqueu e sua mulher viviam isolados da vida social de Jericó. Quando davam festas, os únicos convidados eram sempre os parentes e os funcionários da alfândega.

Extremamente rico, ele tinha uma consciência de inferioridade, face ao tratamento que recebia do seu povo. 

Todos o desprezavam porque trabalhava para o opressor romano.

Sua consciência lhe dizia que nunca prejudicara a ninguém, pois que procurava ser justo.

Então, às vésperas da Páscoa, se espalhou a notícia de que o Rabi da Galileia, a quem chamavam Jesus de Nazaré, chegaria a cidade.

Zaqueu ouvira falar d´Ele e uma secreta simpatia o invadira. 

Aquele era o Homem que dizia que todos deveriam se amar como irmãos, que comia à mesa dos publicanos e se misturava com o povo.

Junto a numerosas pessoas, ele foi receber Jesus à entrada da cidade.

De pequena estatura, gordo, pernas curtas, por mais se pusesse na ponta dos pés, não conseguia ver coisa alguma.

Ofereceu moedas a um homem para que lhe vendesse um jumento. Pensou que subindo nele, talvez pudesse enxergar.
Mas o homem desprezou o seu dinheiro.

Pediu a um homem muito alto que o erguesse, em troca de sua bolsa cheia de moedas. Em vão.

Empurrado e pisado pela multidão, finalmente Zaqueu conseguiu ver, à beira da estrada, uma árvore.

Era uma mistura de figueira e amoreira, um sicômoro, com raízes grossas para fora da terra.

Mais do que depressa, nela subiu e sorriu feliz. Dali, ele podia ver o Mestre se aproximando.

E uniu a sua voz a de todos os demais, gritando hosanas a Jesus.

Quando o Mestre passou pela árvore, olhou para cima e ao ver aquele homem agarrado aos galhos, como se fosse um fruto, lhe disse:

Zaqueu! Desce depressa, porque hoje me convém pernoitar em tua casa.

O homem desceu rápido, correu para casa para, junto com a mulher, preparar o melhor para o conviva.

Na sua intimidade dizia que não era digno que criatura de tão nobre estirpe entrasse em sua casa.

Mentalmente, reviu os negócios. Teria lesado alguém? Teria recebido a mais?

Talvez tivesse comprado terras a preço irrisório e as vendido com lucro excessivo. Sente-se atormentar.

Quando observa o Amigo chegando, acompanhado por grande multidão, vai ao encontro d´Ele e exclama:

Senhor, eis que dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado! Entra na minha casa!

Jesus sorriu, um riso leve e bom como um sopro de amor.

Hoje - disse suave - veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Narram tradições evangélicas que, anos mais tarde, Simão Pedro convidou o antigo publicano a dirigir florescente comunidade cristã, nas terras de Cesareia.

E Zaqueu, rico de amor e humildade, foi servir a Jesus, servindo aos homens.

*   *   *

Somos muitos os que aguardamos por Jesus, nas estradas amarguradas em que nos encontramos.

Atendamos ao chamado e nos tornemos criaturas felizes. Sirvamos.

com base  no cap. 18, do livro Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

terça-feira, outubro 13, 2015

MUNDO INFORMÁTICO

NO DIA EM QUE AS PROMESSAS, AS PROFECIAS, JORRAREM JOGADAS NA RUA
SABERÁS QUE O DIA CHEGOU ANTES DE TERES DADO CONTA
CAPTURADO
PODERIAS TER EVITADO

AGORA SABERÁS TER ENFRENTADO.

segunda-feira, outubro 12, 2015

Da escuridão para a Luz

Para a autoconsciência desta migração constante de um para outro extremo, será interessante algumas propostas de reflexão.

Sendo dois estados opostos, ambos detém um centro comum e ao menos duas vias principais comunicantes entre eles.

Imaginemos na manifestação de vida e mais concretamente num humano, seria proposto o humano como o eixo ou centro, ou ainda consciência destes dois extremos, a um lado escuridão e sua via comunicante e a um outro luz e sua respectiva via comunicante.


 A visualizar esta proposta como um balancé, temos nos opostos os assentos e nos seus prolongamentos em direcção ao centro onde está montada a estrutura que os suporta, o eixo ou ponto central de onde as forças são diametralmente opostas e semelhantes.

Assim, é a consciência centrada que detém o desvio de se deslocar para qualquer um dos extremos, originando desequilíbrios.

A luz proporciona a consciência do seu oposto e vice-versa.

Assim dentre estes dois extremos necessária se faz a consciência, que é o que devolve equilíbrio e equanimidade.

No ser humano ainda que sendo constituído na menor parte por matéria, sua densidade magnética é característica e fundamental para a constituição ou base expancional dos restantes atributos não materiais desta mesma constituição humana.

Tem por interesse para o mantenimento do posicionamento equilibrado e equidistante de ambos, luz e escuridão, o centro ou o igual afastamento do corpo da matéria de seus extremos.

Resumindo;

No decurso das actividades diárias humanas, a consciência pessoal secundada pela consciência colectiva, constituem a habitação do espírito.

Esta habitação ou corpo manifestado é consubstanciado nos extremos, estes por sua vez descaracterizados na periferia do ser.

A luz ambiciona os estados iluminados.

A escuridão ambiciona os estados caóticos.

O ser humano consciente ambiciona o equilíbrio entre estes dois de forma de perpetuar a espécie e a evoluir sustentavelmente.

Faz-se neste propósito todo o sentido, daqueles movimentos filosóficos que promovem o caminho do meio ou o Tao, como caminho de virtude e de transcendência. 

No absoluto compromisso do correcto entendimento da transitoriedade humana, a promoção da espécie está correctamente garantida, sem tabus, mitos ou dogmas.

Somente no mergulho para dentro de si mesmo o Ser Humano almejará sair de si próprio para uma dimensão externa e expansionada. Mergulho tanto mais eficaz quanto mais autenticamente cultivado a sós, sem cultivo de grupo nem de piscina grupal.

Chega lá quem o funde em si ou seja por ele fundado.

sexta-feira, outubro 09, 2015

ALQUIMIA ESPIRITUAL

«Por que é que a maior parte dos humanos deixa as suas tendências instintivas desenvolverem-se livremente, sem que as suas faculdades superiores tenham uma palavra a dizer, para as controlarem, para as orientarem?... 

Ou, então, eles atiram-se a elas para as aniquilar, como se elas fossem inimigas da sua evolução. 

Pois bem, em ambos os casos eles cometem um erro, pois introduzem uma divisão entre o alto e o baixo. 

Ora, a Inteligência Cósmica previu que as faculdades superiores obteriam as suas energias nas funções inferiores; com efeito, estas são como raízes indispensáveis, para que a árvore que o homem é possa extrair da sua “terra” as substâncias que ele transformará para dar flores e frutos. 


Como é que, na árvore, se processa a transformação da seiva bruta, absorvida pelas raízes, em seiva elaborada?...

É nas folhas que se opera esta transformação, graças à luz do sol... 

Do mesmo modo, graças à luz do sol espiritual, nós podemos transformar em nós a seiva bruta, as nossas tendências instintivas, em seiva elaborada, que irá alimentar as flores e os frutos da nossa alma e do nosso espírito. 

Será assim que nos tornaremos verdadeiros alquimistas.» 

terça-feira, outubro 06, 2015

Verdade e consequência

Existe um jogo que na adolescência muitos faziam em grupo e era motivo de grande brincadeira. Denominava-se verdade ou consequência, seja ou se respondia com veracidade a uma questão colocada ou não o desejando se ficava sujeito a cumprir uma tarefa ou um outro qualquer castigo.

Não é deste jogo que trata o texto mas de um outro denominado, o jogo da vida.

É do tipo verdade e consequência, algo que nem todos reconhecem mas todos sem excepção podem confirmar assim o desejem.

Temos escolhas na vida e consequentemente geramos o que lhes está diametralmente oposto. Não raro as denominamos de escolhas erradas ou fora do nosso caminho. Escolhas não acertadas para nós apenas porque não definimos seguir. 

Abordando este tema  mais profundamente, estas referidas escolhas que perfazem o nosso lado sombrio por assim dizer, tendemos a identifica-las como escolhas pouco positivas, indesejáveis ou mesmo prejudiciais. Umas vezes é assim outras nem por isso.

Esta outra margem do que escolhemos para nós, gera em resultado da nossa escolha o que se pode denominar de uma consciência da transgressão. 

A consciência da transgressão é uma projecção de si mesmo deslocada para o plano ambivalente de si próprio. 
Genericamente, temos:

O que eu sou, onde estou e o caminho que escolho com todo o seu conteúdo.

O que eu não devo ser, onde não devo estar e o caminho que determino rejeitar com todo seu conteúdo.

É sobre este último as considerações e partilha de observações.

As forças entre estes opostos é diametralmente igual; quanto maior a intensidade despendida num deles maior o refluxo automático na ausência (apetência) do outro.

Assim enquanto realizas um caminho construído passo a passo corajosamente, tem um outro que imaterializado ganha atractividade e não é razoável de menosprezar.

Considerando que quando se move uma pessoa do campo das suas escolhas descriminadas para uma irresistibilidade de umas outras que em princípio se rejeitariam, assim se entra em transgressão consigo mesmo.

Notas acerca da transgressão. 

No humano a possibilidade da Transgressão é imensa, ao contrário de algumas ciências que pretendem delimitar os seus atributos, ela é potencialmente muito vasta. 

É muitas vezes associada a uma liberdade imensa, superior até ao gosto de cumprir. 

Trás junto consigo um espírito de rebelião, de fazer o que me havia destinado a não fazer, de coabitar com essa espécie de monstro dominador criado por mim e que em última instância me irá aprisionar. 

Numa sociedade essencialmente convencional, a transgressão converte-se facilmente num apetite insaciável, devorador da vontade, onde uma espécie de  liberdade demoníaca encontra a sua maior expansão.

No entanto saiba-se que esse fervor apesar de fascinar facilmente, não cumpre, não é o Céu nem tem Asas.

Não é um Paraíso cultivar assim o conhecimento do seu próprio negativo. 

É mais parecido com a suite de luxo do inferno.