quarta-feira, janeiro 31, 2018

Evangelho (Mc 6,1-6)

Saindo dali, Jesus foi para sua própria terra. Seus discípulos o acompanhavam. No sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. «De onde lhe vem isso?», diziam.«Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui connosco?» E ele se tornou para eles uma pedra de tropeço. Jesus, então, dizia-lhes: «Um profeta só não é valorizado na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa». E não conseguia fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles. E percorria os povoados da região, ensinando.

quarta-feira, janeiro 03, 2018

Comboio da vida

Numa viagem de comboio podemos notar uma grande diversidade de situações, ao longo do percurso. A nossa existência terrena pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.

Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em algumas partidas. Quando nascemos, entramos no comboio e nos deparamos com algumas pessoas que desejamos que estejam sempre connosco: são nossos pais. Infelizmente, isso nem sempre é possível. Em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...

Mas isso não impede que durante a viagem outras pessoas especiais embarquem para seguir connosco: são nossos irmãos, amigos, amores. Algumas pessoas fazem dessa viagem um passeio. Outras encontrarão somente tristezas, e algumas circularão pelo trem, prontas a ajudar a quem precise.

Muitas desembarcam e deixam saudades eternas.... Outras passam de uma forma que, quando desocupam seu assento, ninguém percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são caros, se acomodam em vagões distantes do nosso, o que não impede que, durante o percurso, nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.

Mas isso não importa, pois, a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
O importante é que façamos nossa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que têm de melhor. Devemos lembrar que, em algum momento do trajecto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisemos entendê-los, porque também fraquejaremos muitas vezes e, certamente, haverá alguém que nos entenda e atenda.

A grande diferença, afinal, é que no comboio da vida jamais saberemos em qual estação teremos que descer, muito menos em que estação desembarcarão nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado. É possível que quando tivermos que desembarcar, a saudade venha nos fazer companhia...

Porque não é fácil nos separar dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos. Com certeza será triste. No entanto, em algum lugar há uma estação principal para onde todos seguimos...

E quando chegar a hora do reencontro teremos grande emoção em poder abraçar nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...

Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que os colocou ali. Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até à estação onde teremos que deixar o comboio.

 
Se nossa viagem não está acontecendo exactamente como queremos, demos a ela uma nova direcção. Se é verdade que não podemos mudar de vagão, é possível mudar a situação do nosso vagão. Observemos a paisagem maravilhosa com que Deus enfeitou todo o trajecto... Busquemos uma maneira de dar utilidade às horas. Preocupemo-nos com aqueles que seguem viagem ao nosso lado...

Deixemos de dar importância às queixas e façamos algo para que a nossa estrada fique marcada com rastros de luz...

Pensemos nisso... E, boa viagem! 


com base em texto de autoria de Silvana Duboc, disponível no site www.silvanaduboc.us.