Vejo os passos que dou como quem dei.
Passou tempo e agora posso decidir, sobre meus pensamentos a claridade.
Permanentes os sentimentos que indiciam a precariedade da vida, na história das coisas eternas.
Esta quase insana e sussurrada insistência, de julgar eterno o que não posso comprovar, pela resistência que me assola de tudo o que me circunda parecer demasiado plástico para ser natural.
O modo de como se constituem as sociedades, o desfasamento que constato no ser humano entre as suas intenções e as suas acções. Afinal quantos somos.
Pensa-se bem e na maioria dos casos age-se mal. Isso constato.
Age-se programadamente cada vez mais, os mais competitivos ou cumprem com êxito as regras ou desbravam ainda o terreno com êxito, rompendo com as regras.
E quem não pega na corrida? Quem não liga nas virtualidades do sistema? Como fica?
Quem ainda escuta o coração melhor que qualquer player?
Que tem para vender ou impingir, quem deixou o acto de criar, para passar apenas a reproduzir as playlists de uma jokebox?
Será que nos apercebemos da trágica jokebox em que corremos os riscos de nos tornar. Sentimentos virtuais, amor virtual, amizade virtual, comunicação virtual, quanto falta para ser minha alma virtual? Será que quando forem todas as almas virtuais, já poderá o senhor dos estafermos afirmar que conquistou o mundo? Que todas as almas virtuais do mundo já podem possuir todos os desejos virtuais do mundo sem esforço, somente sob a mediação de uma autoridade restritiva e selectiva por padrões de uniforme.
Falam nos média, das vicissitudes impostas ao ambiente e das irreversibilidades de alguns de seus efeitos que se sentem desde já. E da alma? Do amo do teu coração?
Terá ele neste plano iguais tragicidades? Haverá para ele, responsável soberano da máquina do teu oxigénio, tamanhas irreversibilidades?
Hoje deixo uma pergunta para mim como para quem me lê.
Será que é assim tão equilibrado desenvolver os mecanismos da virtualidade bem acima dos da realidade? Mesmo em nome do progresso, quantos os riscos de destituir do conhecimento a sua razão?
Labora-se agora à velocidade da luz, enquanto junto aos muros da casa, jazem irmãos ignorados sem alimento e higiene, sem sequer uma voz. Pior… já nem é ignorados, é mais despojados.
Quanto mais ricos virtualmente nos tornamos, mais distanciados e pobres nos tornamos, daquilo que é as nossas raízes, nossas sensibilidades, nossos sentidos inatos até…
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