terça-feira, maio 19, 2009

Uma nova realidade

Já te esforçaste tanto em aprenderes coisas que pouco ajudaram em tua caminhada... Criaste o impossível para ti e fizeste disso a realidade para viveres. Coisas como o sofrimento, a pequenez, o medo e a falta de luz em tua consciência, são só uma pequena parte do que fizeste. Agora queres a paz, queres a luz, mas não as consegues obter por achares que estas idéias estão muito além da tua capacidade. Se deres um pouco mais de ti,verás que as coisas não são bem como tens imaginado que elas sejam. Pede por ti e trabalha por ti, pois não há um outro meio para obteres aquilo que desejas. Não há necessidade que sofras por isso, mas que simplesmente acredites que possuis todos os meios para seres feliz. Estes meios estão para ti como o rio está para o mar; basta que tu dês uma maior atenção e retires o véu dos teus olhos que te cegam para esta grande realidade. E quando encontrares uma luz, ainda que tímida, a brilhar em ti, esta será suficiente para que dês início a tua alegria, ao teu encontro com a tua real natureza. Saberás a partir deste momento que aquilo pelo que sonhas acompanha-te a cada momento dos teus dias, apenas esperando por uma oportunidade para, junto de ti, ser reconhecido pela tua consciência. Sê atento para com tua paz e sê atento para com tua confusão. Ambas não podem coexistir no mesmo espaço, porque uma está baseada na luz que a tudo ilumina e protege da miséria do mundo, e a outra foi criada pelo medo que tu sentes em relação ao mundo em que vives. Nada há para temeres, pois teu ser verdadeiro está muito protegido, intocável pelas mãos do tempo que a tudo transforma e esgota. Lembra-te que tua fonte de luz nasce e jorra onde teu Criador, absoluto, reina e desfruta. Sê feliz.

segunda-feira, maio 18, 2009

Nossa hora

Era um dia como outro qualquer. As malas do casal já estavam prontas desde o dia anterior. Despediram-se do único filho e saíram em viagem para participar das festividades do casamento de uma sobrinha, que residia em Estado vizinho. Tão logo se distanciaram do lar, a esposa pediu ao marido que retornasse, pois gostaria de despedir-se do filho. O marido a fez lembrar que já o haviam feito, mas ela insistiu. Aquela mãe sentia que não voltaria a rever o filho amado, nem iria estreitá-lo num abraço apertado na presente existência. Sentia que aquela viagem era definitiva. De alguma forma ela pressentia isso. O marido, um tanto contrariado, atendeu ao pedido da esposa e voltou. O filho, ao vê-los, pensou que se haviam esquecido de algo. Mas a mãe logo o envolveu num suave abraço maternal, como a dizer-lhe adeus. Como quem se despede sem saber quando voltariam a reencontrar-se novamente.

Seguiram viagem, participaram das festividades, reviram os parentes, e por fim, o retorno.

Antes porém, a esposa pediu ao marido que fizesse uma prece, ao que ele respondeu que já havia orado, que o fato de não abraçarem a mesma religião não o fazia menos crente em Deus. Ao longo da viagem, por várias vezes estiveram na iminência de um acidente, mas conseguiram sair ilesos. No entanto, quando a ordem vem do Alto, nada, nem ninguém pode impedir. Mais um perigo, e dessa vez foi impossível evitar... A esposa ficou entre as ferragens do veículo, e o marido sofreu apenas pequenos arranhões.

Aquela mãe e esposa pressentia que já era hora de fechar a mala e retornar à pátria espiritual.

Alguns meses depois de sua partida, um médium espírita, amigo da família, que a conhecera ainda no corpo, trouxe a notícia de que a havia visto no mundo espiritual, que ela estava bem, feliz por ter deixado na Terra dois homens: o marido e o filho. Feliz não por tê-los deixado, mas por tê-los deixado bem. O filho já moço e o marido bem orientado. Cumprira a sua missão de esposa e mãe.

* * *

Fatos como esse acontecem diariamente. Uns voltam à pátria espiritual pelas portas do túmulo e outros tantos chegam pelas portas do berço. Mas a questão é se estamos preparados, ou se preparamos os nossos entes caros para quando chegar a nossa hora. Que ela chegará, não nos resta dúvida, mas quando chegará não sabemos. É importante que vivamos sempre em harmonia com nossos afectos, para que o remorso não nos dilacere a alma, depois da partida. É preciso que deixemos as nossas coisas sempre em ordem, não esperando a morte, mas com previdência, para que em chegando a nossa hora, não deixemos os nossos em situações difíceis. Será que nós, que temos filhos, temos procurado edificar suas vidas de forma que quando não tiverem mais a nossa presença saibam tomar decisões acertadas?

Ou será que os mantemos em total dependência nossa?

Pensemos nessas e noutras questões, e sejamos de fatos previdentes. Deixemos a nossa mala sempre arrumada para quando chegar a nossa hora, a fim de que evitemos dissabores mais tarde.

* * *

A preocupação com os afectos que ficaram é uma das causas de sofrimento para o Espírito desencarnado. A maioria dos que partem diariamente nunca se preocupou em deixar em dia seus negócios, papéis e as relações de afecto. Por isso sofrem quando se dão conta que é tarde demais. Muitos dariam tudo que lhes fosse possível, pela oportunidade de algumas palavras com os entes caros, com intuito de alertá-los para a realidade que a todos nos aguarda após a aduana do túmulo. Acontece como na Parábola de Lázaro e o Rico, narrada nos Evangelhos. O rico, deparando-se com a realidade após a morte, queria voltar para falar aos familiares para que mudassem o rumo de suas vidas. Mas o Espírito de Abraão disse-lhe que ele tivera tempo para isso, e que seus familiares tinham os Profetas, que os ouvissem portanto.

Pensemos nisso.

sábado, maio 16, 2009

arrepio de amor

se o que se faz tarde se faz presente, o que se faz presente é de facto um presente. não temer, não obstar, não resistir, não estagnar... faz de conta és, aquele campeão da passagem do testemunho, deixa a casa mais limpa do que a fundaste. agora surge o teu tempo de brilhar, sê anónimo, actuante pró activo, deste maravilhoso movimento vivo irresistível de mudança, já iniciou o começar... toda a tua respiração, é um arrepio de amor a Deus

segunda-feira, maio 11, 2009

Quem tem condições

O perfeito entendimento entre as criaturas ainda é raro no mundo. Os laços de genuína afinidade são tesouros preciosos, a serem carinhosamente mantidos. Entretanto, não é possível conviver apenas com quem partilha das mesmas ideias. Nos mais variados sectores da existência, os atritos por vezes surgem. No recesso do lar, irmãos nem sempre se entendem. Pais e filhos têm ideais diferentes. Esposos frequentemente não encontram um denominador comum na condução dos destinos da família. No sector profissional, também há criaturas com as quais o relacionamento é trabalhoso e difícil. Nessas horas críticas é que se revela o valor individual. O primeiro impulso é o de esperar ser compreendido. As próprias ideias sempre parecem mais acertadas do que as alheias. As soluções que o próprio coração alvitra costumam se afigurar mais justas do que as propostas pelos outros. O outro é que deve entender, perdoar e ceder. Contudo, esse género de expectativa não costuma ser atendido. Se ninguém se dispuser a dar o primeiro passo rumo ao entendimento, um pequeno evento pode tomar proporções desastrosas. Quanto a quem se esforçará mais e melhor pela paz, a maturidade espiritual dos envolvidos é que decide. Em qualquer situação, vigora o princípio de que ninguém pode dar o que não tem. O egoísta, vaidoso e arrogante não consegue exemplificar a humildade e facultar a concórdia. O pervertido não possui condições íntimas de vivenciar a pureza. Tendo essa realidade em mente, procure analisar como você se comporta em situações de confronto. Procura perdoar, compreender e auxiliar? Ou se considera demasiado importante para abdicar de sua posição em favor da paz? Não se trata de ganhar ou de perder, mas de aprender a respeitar opiniões diferentes. Mesmo quando sua posição é visivelmente a melhor, há como lutar por ela sem ofender e humilhar. Se você é cristão, seus deveres perante a humanidade são significativos. Afinal, você precisa ser o sal da Terra e a luz do mundo. Entre o cristão sincero e os erros do mundo trava-se há longo tempo um silencioso combate. Só que esse combate não é sanguinolento, mas se estriba no exemplo e na compaixão. Se o próximo é difícil, cabe-lhe conquistá-lo e gentilmente esclarecê-lo. Quem está mais preparado para as renúncias que a harmonia social exige? O descrente ou o idealista? Ciente disso, torne-se um agente do bem. Se a vida lhe oportuniza ser aquele que serve e luta pela paz, significa que você tem condições para tanto. Não desperdice a oportunidade!

sexta-feira, maio 08, 2009

2012

2012

Que representa 2012 para a quantidade de anos vividos, quarenta seis anos dos meus, … significa aceitação pela onda da qual me sinto filho, do turbilhão do qual me sinto irmão, do destino do qual o meu órgão?

2012 não sinto como um dia, na sequela dos seus eventos como apregoam. Sinto como aquele acto de amor nascido no dia da auto-consciência, antes do calendário até bem depois do meio dia.

2012 estava lá. Forrando a parede de meu quarto. Brincando com minha atenção sob o desenrolar dos dias, da minha consciência.

Ele é um norte que se insinua sedutor, amantíssimo só aceite por quem se descobre do véu de Maya. Esteve em boas vindas desde o imemorial de minha preconcepção, esteve nos bons dias do meu vislumbre carnal, em todas as formas dos planos que concebi, dentro e fora e no entre, 2012 esteve antes do calendário, na ara e no refúgio, antes mesmo do plano, na auréola do advento, que é afinal onde estamos nós…

2012 não tem a mínima da importância que os humanos lhe dão, pois a eles se lhe emancipou antes de eles mesmos principiarem a compreender-lhe o curso.

2012 é para o humano incompreensível na sua concepção actual do que é a vida e seu aspecto antropológico. Nas suas referências escassas acerca do domínio do escatológico da alma.

Alegorias são premonições, nos repetidos retratos sob o olhar cúmplice de todos… com as minorias.

2012 é , não vai ser.

O momento em que te escutas assertivo, seja de que maneira for, claro, em perfeita e aceite fusão com tua situação, ambígua pela dinâmica do agir, sempre sob teu controlo, e das estrelas.

2012 não é medo, não é solução fácil, nem receita, nem panaceia, nem bitola, nem nada do que já tenhas experimentado por certo.

2012 assemelha-se a um acto de amor não previsto, a uma anti-estatística, a um contacto, um deslumbre ou um feixe de luz.

2012 já acontece dentro de ti, desde antes de tu planeares dar-lhe alguma atenção. Aconteceu no peito de tua mãe, no amor atractivo de tuas células.

2012 é faz-te pai duma criança em ti, só tu a desejaste, só tu lhe alentas o espírito muitas vezes em segredo… e ela não desejou nunca estar só. Não desejou ser uma marionete de teus caprichos. Ele vibra com a vida própria, a vida que lhe deste.