quarta-feira, dezembro 29, 2010

As Diferenças entre Religião e Espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.

A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém
lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção
à sua Voz Interior.

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo,
a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.

A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprende com o erro".

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!

A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.

A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.

A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.

A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.

A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.

A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.

A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.

A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.

A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

terça-feira, dezembro 28, 2010

Abraço


Não somos irmãos por um acaso.

Escolhemo-nos assim para nos conhecer mutuamente.

Foi como um tipo de código que encontramos para recordar em tempos difíceis, o teor da nossa missão.

Irmanados nesse voto secreto de nos desvendar conscientemente a nós próprios, como algo invisível, indetectável, indefinível… uma iniciação.

Construímos esse voto em nosso âmago, procuramos com o primeiro sopro de vida, colorir o nome do alimento que sustem a própria vida sem cor.

Partilhamos as dificuldades enormemente de forma análoga, secreta, quase individual. Sofremos a distância causada pela imposição de nossa mente aos conteúdos da nossa encarnação, duvidamos e conjecturamos, para depois mais logo, muitas vezes em solidão, escondidos e rendidos, entregar tudo em avalanche às datas sem lugar.

Sofremos juntos, calados, em gemidos contidos, as afirmações de desacerto pelas direcções que imprimimos às vidas que alugamos como nossas…. e ainda surpreendidos pela resistência dos dias e do organismo, acreditamos de repente compensa esquecer as dores do parto… da espiritualidade… do apêndice mais importante do corpo físico.

Queremos salvar o mundo enquanto afogamos o nosso sem clemência, olhamos tudo que diz respeito às nossas relações humanas e aos próprios humanos através de um auto-imposto vitral fosco e depois deslumbramo-nos com as nuvens do céu. 

Chegamos a blasfemar ao ponto de desejar que tudo que fosse humano fosse como o céu a quem nos entregamos sem peso e medida, enquanto viciados no jogo vicioso que nos alimenta o desejo, continuamos a adulterar profanando. 

Preferimos para o enaltecer do nosso ego, o menosprezo da pura lógica natural. 

Sofremos com prazer repetidas vezes a escravatura do Ego. Esse amado tirano que nos impede de ver a verdade inconveniente, mas dona da nossa própria verdade. 

Os instrumentos do corpo, ao nosso serviço, disponibilizamos para cauterizar a torto e a direito, como for e calhar, sem qualquer noção real de sua própria extensão, relegando as consequências para depois e para quem vier.

Agimos em perfeita loucura, auto induzida e imposta, deitando as culpas a todos e a tudo, deixando nossa própria sobrevivência de sobreaviso, com tal dispêndio de recursos, generosamente cedidos pela Mãe da Terra e pelo Pai do Cosmos.

Agimos nós os filhos eleitos, como tiranos invasores, vírus destrutivos, inconsoláveis e órfãos de qualquer resquício de sacralidade… de qualquer beleza.

E apesar de tudo isto ainda acreditamos na cor do sangue que corre nas nossas veias, na energia que permeia nossos sentimentos, na razão que ilumina dissipando as nossas trevas.

É por isso que te amo, que acredito em ti, por que me acredito, por sei que o mais seguro é que para além, ou muito mais além do que eu sei tu sabes ou desejas saber… e que isso faz de mim teu irmão e de ti minha irmã, e dessa irmandade faremos o berço da civilização.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Canção de Natal

Era a véspera de Natal do ano de 1818. Em Hallein, nos Alpes austríacos, o padre Joseph Mohr lia a Bíblia.
Quando se detinha nos versículos que se referiam às palavras do visitante celeste aos pastores de Belém: Eis que vos trago uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: hoje nasceu o Messias, o Esperado..., bateram à porta.
Uma camponesa pedia que fosse abençoar o filho de uns pobres carvoeiros, que acabara de nascer. O padre colocou as botas de neve, vestiu seu abrigo. Atravessou o bosque, subiu a montanha.
Em pobre cabana de dois cómodos, cheia de fumaça do fogão, encontrou uma mulher com seu filho nos braços. A criança dormia.
O padre Mohr deu sua bênção ao pequeno e à mãe. Uma estranha emoção começou a tomar conta dele. A cabana não era o estábulo de Belém, mas lhe fazia lembrar o nascimento de Jesus.
Ao descer a montanha, de retorno à paróquia, as palavras do Evangelho pareciam ecoar em sua alma.
Aproximando-se da aldeia, pôde observar os archotes que brilhavam na noite, disputando seu brilho com o das estrelas.
Era o povo que seguia para a igreja, a fim de celebrar, ali, em oração, o aniversário do Divino Menino. A milenária promessa de paz vibrava no silêncio do bosque e no brilho das estrelas.
Padre Mohr não conseguiu dormir naquela noite. Febricitante, ergueu-se do leito, tomou da pena e escreveu um poema, externando o que lhe ía na alma.
Pela manhã procurou o maestro Franz Gruber, seu amigo. Mostrou-lhe os versos.
O maestro leu o poema e disse, entusiasmado: Padre, esta é a canção de Natal de que necessitamos!
Compôs a música para duas vozes e guitarra, porque o órgão da igreja, o único na localidade, estava estragado.
No dia de Natal de 1818, as crianças se reuniram, debaixo da janela da casa paroquial, para ouvir o padre Mohr e o maestro Gruber cantar.
Era diferente de tudo quanto haviam escutado. Noite de paz, noite de amor...
Dias depois, chegou ao povoado o consertador de órgão. Consertado o instrumento da igreja, o maestro Gruber tocou a nova melodia, acompanhado pela voz do padre.
O técnico em consertos de órgão era também um excelente musicologista e bem depressa aprendeu letra e música da nova canção.
Consertando órgãos por todos os povoados do Tirol, como gostasse de cantar, foi divulgando a nova Canção de Natal. Não sabia quem a tinha composto pois nem o padre Mohr, nem o maestro Gruber lhe tinham dito que eram os autores.
Entre muitos que aprenderam a Canção, quatro crianças, os irmãos Strasser passaram a cantá-la.
O director de música do Reino da Saxónia, em ouvindo-lhes as vozes claras e afinadas, se interessou por eles e os levou a se apresentarem, num concerto.
A fama dos pequenos cantores se espalhou por toda a Europa e a Canção apaixonava os corações.
Mas ninguém sabia dizer quem era o autor.
Foi um maestro de nome Ambrose quem conseguiu chegar até Franz Gruber.
Haviam se passado mais de trinta anos. E a história do surgimento da Canção de Natal foi escrita em 30 de Dezembro de 1854.
Não são conhecidas outras músicas de Franz Gruber. A Noite de paz parece ter sido sua única produção.
Não será possível crer que as vozes do céu, que se fizeram ouvir na abençoada noite do nascimento de Jesus, tivessem inspirado os versos e a primorosa melodia para que nós, os homens, pudéssemos cantar com os mensageiros celestes, dizendo da nossa alegria com a comemoração, a cada ano, do aniversário do nosso Mestre e Senhor?

terça-feira, novembro 23, 2010

E se a vida fosse uma canção…


Uma canção que se vai aprendendo desde cedo… que reflecte e acompanha a vida desde o primeiro gemido ao nascer…

Uma canção que evolui equilibrada e harmoniosa, com todas as partes naturais de uma melodia, com compassos, pausas, partes a solo, partes em refrão…

Uma canção que cantando incendeia o peito de sentido, que acende a chama da completa identidade da vida, bela, construtiva e dialogante, com equilibrada melodia.

Uma canção que revê e fortalece o seu carácter, na repetição do refrão. Afinal a parte que melhor se decora…

A parte que todos podem decorar com maior facilidade…
A parte em que acontece uma espécie de resumo união em torno da totalidade de seu conteúdo, como todas as outras canções…

E se a letra a cantar nesse refrão, que se repete como a vida, vezes sem conta, e que une harmoniosamente todas as suas partes, for:
- Perdoa-me, não guardarei ressentimentos, sinto muito perdoa-me, amo-te… HO'OPONOPONO…

Que acontece, ao interpretar esta canção da vida, se negligencia por repetidas vezes o refrão, aquele momento da música que é o elemento melódico mais importante, de união e harmonização das restantes partes …

Rapidamente se conclui que a canção ficará desarmoniosa.

Ao ignorar o refrão, que representa a parte que dá força, que consolida os solos e permite em simultâneo um ponto ideal de encontro para o reconhecimento e adição de mais instrumentos por exemplo, a canção da vida necessariamente se manterá pobre e sem extremidades de comunicação.
É fácil meditar um pouco, como na generalidade das canções, é no refrão que todos memorizam mais rápido, todos cantam a uma só voz e harmonizam naturalmente…
É dos refrãos que se originam as palavras de ordem, os “slogans”, etc.
O refrão está para a canção, como o campo magnético para um íman.

De uma canção linda e harmoniosa, equilibrada e participada, se passará para uma espécie de livro imenso sem capítulos, desequilibradamente, desarmoniosamente e em extremo, mais grave ainda, sem sentido.

Num ser humano, é como se:
- O lado e espaço interior da sua pele fossem um disco de vinil.
- A inteligência e a mente a agulha electromagnética.
- A totalidade do mundo exterior à sua pele, as colunas de som.

Para reproduzir a canção da vida, todo conteúdo de um corpo humano, todos os seus órgãos e suas respectivas funções são necessários.
Para a leitura desta canção impressa nestes órgãos e funções, são necessários os instrumentos da mente bem conduzida, o cultivo da inteligência aliado às boas práticas, às práticas sãs.
Por fim para que se ouça esta maravilhosa melodia, é necessário o plano de ressonância que constitui a pauta onde esta canção se escreve de forma a dar-se a conhecer como experiência.

O refrão desta canção também pode comparar-se a uma pedrinha que caiu no trilho que se percorre muitas vezes. Se o caminhante no seu vai e vem constante pelo trilho, não se verga para a apanhar, não tardará que com o acumular de pedrinhas caídas em suas viagens, erga um verdadeiro muro para tropeçar.

quinta-feira, novembro 18, 2010

A verdade é uma terra sem caminhos


O Acampamento de Ommen em 1929 iniciou seus trabalhos no dia 2 de Agosto numa atmosfera de tensão e expectativa, quando a maioria das pessoas ali presentes compreendia o que ia acontecer.  
Na manhã seguinte, em presença da Sra. Besant, de mais de três mil membros da Estrela, e com muitos milhares de holandeses ouvindo pelo rádio, K. fez o discurso em que dissolveu a Ordem da Estrela:

Vamos discutir hoje a dissolução da Ordem da Estrela. Muitos ficarão encantados, tristes. Não se trata, porém, de uma questão de regozijo nem tristeza, porque é inevitável, como passarei explicar...

Sustento que a Verdade é uma terra sem caminhos, e vós não podeis aproximar-vos dela por nenhum caminho, por nenhuma seita.   Esse é o meu ponto de vista e eu o sigo de modo absoluto e incondicional.  Não tendo limites, não sendo condicionada e não sendo acessível por nenhuma espécie de caminho, a Verdade não pode ser organizada; nem se deve formar nenhuma organização para levar ou forçar as pessoas a enveredar por determinado caminho.   Se compreendeis isso em primeiro lugar, vereis que é impossível organizar a crença.  A crença é uma questão puramente individual, e não podeis nem deveis organizá-la. Se o fizerdes, ela morrerá cristalizar-se-á; tornar-se-á um credo, uma seita, uma religião, para ser imposta a outros.

Isso é o que toda a gente, no mundo inteiro, está tentando fazer.   Acanha-se a Verdade e transforma-se em brinquedo para os fracos, para os momentaneamente insatisfeitos.  A Verdade não pode ser trazida cá para baixo, o indivíduo é que deve fazer um esforço para subir até ele.   Não podeis trazer o topo da montanha ao vale...

Portanto, esta é a primeira razão, do meu ponto de vista, pela qual a Ordem da Estrela deve ser dissolvida.   Apesar disso, formareis provavelmente outras Ordens, continuareis a pertencer a outras organizações à procura da Verdade.  Não quero pertencer a nenhuma organização espiritual; compreendei-me isso, por favor...

Se se criar uma organização com esse propósito, ela se tornará uma muleta, uma fraqueza, uma servidão, estropiará o indivíduo e o impedirá de crescer, de firmar sua unicidade, que reside no descobrimento, para si mesmo, da Verdade absoluta, não-condicionada.   Portanto, essa é outra razão que me leva, como chefe da Ordem, a querer dissolvê-la.

Não se trata de um feito magnífico, porque não quero seguidores, e estou falando sério. A partir do momento em que seguirdes alguém deixareis de seguir a Verdade.   Não me preocupa saber se prestais ou não atenção ao que digo. Quero fazer certa coisa no mundo e vou fazê-la com pertinaz concentração.  Só me preocupa uma coisa essencial:  libertar o homem. Desejo libertá-lo de todas as gaiolas, de todos os temores, e não fundar religiões, novas seitas, nem estabelecer novas teorias e novas filosofias. Diante disso, perguntar-me-eis, naturalmente, por que percorro o mundo todo, falando sem parar.  Eu vos direi por que o faço; não o faço por desejar um séquito, não o faço por almejar um grupo especial de discípulos especiais.  (Os homens gostam de ser diferentes dos seus semelhantes, por mais ridículas, absurdas e triviais que possam ser as distinções! Não quero estimular essa absurdeza.)   Não  tenho discípulos, nem apóstolos, nem na terra nem no reino da espiritualidade.

Tampouco me atrai o fascínio do dinheiro ou o desejo de levar uma vida confortável. Se eu quisesse levar uma vida confortável, não viria a um Acampamento nem viveria num país húmido! Estou falando com fran­queza porque pretendo deixar isto resolvido de uma vez por todas. Não quero saber dessas discussões infantis ano após ano.

Um repórter de jornal, que me entrevistou, considerou um acto magní­fico dissolver uma organização que possuía milhares e milhares de membros. No seu entender foi um grande acto porque ele disse:  "Que fará o senhor depois disso? Como viverá? Não terá quem o siga, ninguém mais lhe dará atenção. " Bastará que haja cinco pessoas desejosas de prestar atenção, desejosas de viver, com o rosto voltado para a eternidade!   Que adianta ter milhares que não compreendem, que estão totalmente embalsamados em preconceitos, que só querem o  novo para traduzi-lo e, assim, adequá-lo aos seus próprios egos estéreis e estagnados?...

Porque sou livre, não-condicionado, total, não a parte, não o relativo, mas a Verdade total, que é eterna, desejo que os que procuram compreender-me sejam livres, não me sigam, não façam de mim a gaiola que se converterá em religião, em Seita. Desejo que sejam livres de todos os medos – do medo da religião, do medo da salvação, do medo da espiri­tualidade, do medo do amor, do medo da morte, do medo da própria vida. Assim como o artista pinta um quadro por encontrar deleite na pintura, por ser ela a expressão de si mesmo, sua glória, seu bem-estar, assim não faço isto por desejar alguma coisa de alguém. Estais acostumados à autoridade, ou à atmosfera da autoridade que, cuidais, vos levará à espiritualidade.   Pensais e esperais que outra pessoa, por seus poderes extraordinários – um milagre – possa transportar-vos ao reino da liber­dade eterna que é a Felicidade. Toda a vossa maneira de encarar a vida se baseia nessa autoridade.

Faz hoje três anos que me ouvis, sem que nenhuma alteração se tenha verificado, a não ser em poucos. Analisai agora o que estou dizendo, sede críticos, para poderdes compreender cabalmente, fundamentalmente...
Há dezoito anos que vos preparais para este acontecimento, para o Advento do Mestre Universal. Durante dezoito anos organizastes alguém capaz de proporcionar um novo deleite aos vossos corações e às vossas mentes, de transformar a vossa vida, de dar-vos uma nova compreensão; alguém que vos elevasse a um novo plano de vida, que vos desse um novo incentivo, que vos libertasse – e vede agora o que está acontecendo! Considerai, raciocinai e descobri como foi que essa crença vos tornou diferentes – não com a diferença superficial do uso de uma insígnia, que é trivial, absurda. Como foi que essa crença varreu para longe todas as coisas não-essenciais da vida? Esta é a única maneira de julgar: como foi que vos tornastes mais livres, maiores, mais perigosos para toda socie­dade que se baseia no falso e no não-essencial? Como foi que se tornaram diferentes os membros desta organização da Estrela?...

Todos dependeis, para a vossa espiritualidade, de outra pessoa; para a vossa felicidade, de outra pessoa; para a vossa iluminação, de outra pessoa... Quando digo buscai dentro de vós a iluminação, a glória, a purificação e a incorruptibilidade do ego, nenhum de vós se dispõe a fazê-lo. Talvez haja uns poucos, mas são muito, muito poucos. Assim sendo, por que ter uma organização?...

Nenhum homem de fora pode libertar-vos; nem o culto organizado, nem a vossa imolação por uma causa poderão libertar-vos; como também não poderá libertar-vos o ingresso numa organização, o envolvimento no trabalho. Usais uma máquina de escrever para redigir cartas, porém não a colocais num altar e não a adorais.  Mas é isso o que fazeis quando as organizações passam a ser vossa principal preocupação.   "Quantos membros há nela?"  É a primeira pergunta que me formulam todos os repórteres de jornais. "Quantos seguidores tem o senhor? Pelo número deles julgaremos se o que diz é verdadeiro ou falso." Não sei quantos há. Não me preocupo com isso. Se houvesse apenas um homem que se tivesse libertado, este já seria o suficiente.

Além disso, tendes a ideia de que somente certas pessoas tem a chave do Reino da Felicidade. Ninguém a tem. Ninguém tem autoridade para trazê-la consigo. Essa chave é o vosso eu, e só no desenvolvimento, na purificação e na incorruptibilidade desse eu se encontra o Reino da Eternidade...

Estais acostumados a que vos digam até onde chegou o vosso progresso, qual o vosso status espiritual. Quanta infantilidade!  Quem, se não vós mesmos, podeis dizer se sois ou não incorruptíveis?...
Mas os que realmente desejam compreender, que estão buscando o eterno, o sem começo e sem fim, caminharão juntos com maior intensi­dade, serão um perigo para tudo o que não é essencial, as irrealidades e as sombras. E eles se concentrarão, tornar-se-ão a chama, porque com­preendem. Tal é o corpo que precisamos criar e tal é o meu propósito. Por causa dessa amizade verdadeira – que pareceis não conhecer – haverá uma cooperação verdadeira da parte de cada um. Não em virtude da autoridade, não em virtude da salvação, mas porque compreendeis real­mente e, portanto, sois capazes de viver no eterno. Isto, sim, é maior do que todo o prazer, do que todo o sacrifício.

Eis aí, portanto, algumas das razões por que, depois de dois anos de cuidadosa consideração, tomei essa decisão. Ela não partiu de um impulso momentâneo. Ninguém me persuadiu a tomá-la – ninguém me persuade a fazer essas coisas. Por dois anos venho pensando nisso, lenta, cuidadosa, pacientemente, e agora decidi dissolver a Ordem, visto que sou o Chefe. Podereis formar outras organizações e esperar outra pessoa. Isso não me interessa, como também não me interessa a criação de novas gaiolas e novas decorações para as gaiolas. Minha preocupação é formar homens absoluta e incondicionalmente livres.

domingo, novembro 14, 2010

benesses....

a minha vida é um milagre e as minhas benesses são incontáveis,
e todos vocês fazem parte delas.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Separação

Jesus, ao se aproximar o momento de Seu martírio, teve longas conversas, nas quais instruiu Seus discípulos a respeito dos tempos vindouros.

Em dado momento, afirmou:
Todavia, digo-vos a verdade: a vós convém que eu vá.

Semelhante declaração do Mestre é rica de significados.
Ninguém como Ele soube amar tanto e tão bem.

Contudo, foi o primeiro a reconhecer a conveniência de Sua partida, em favor dos companheiros. Que teria acontecido, se Jesus teimasse em permanecer?

Provavelmente, as multidões terrestres teriam acentuado as tendências egoístas, consolidando-as.

Como o Divino Amigo havia buscado Lázaro no sepulcro, ninguém mais se resignaria à separação pela morte.

Por se haverem limpado alguns leprosos, ninguém aceitaria, de futuro, a cooperação proveitosa das moléstias físicas.

O resultado lógico seria a perturbação geral no mecanismo evolutivo.
O Mestre precisou ausentar-Se para que o esforço de cada um se fizesse visível no Plano Divino da obra mundial.

De outro modo, seria perpetuar a indolência de uns e o egoísmo de outros.
Os Apóstolos permaneceriam como alunos, confortavelmente situados ao lado de seu Mestre.

Não se lançariam nos rudes testemunhos que os burilaram e amadureceram.
A todo momento, poderiam contar com o esclarecimento directo do Cristo.

Consequentemente, não decidiriam por si mesmos quanto aos seus destinos.
Poderiam até se comportar bem, mas não teriam maiores méritos.

Sob diferentes aspectos, a grande hora da família evangélica repete-se nos agrupamentos humanos.

Inúmeras vezes surgem a viuvez, a orfandade, o sofrimento da distância, a perplexidade e a dor, por elevada conveniência do bem comum.

É da natureza humana rejeitar o sofrimento.

Sempre se deseja o caminho mais fácil e a proximidade dos amores mais caros. Ocorre que a vida terrena ainda por um tempo será destinada à vivência de provas e expiações.

Espíritos necessitados de experienciar eventos dolorosos e de testemunhar sua firmeza no bem é que nela renascem.

Essa é a finalidade do globo terrestre. Ele serve de palco a lutas redentoras e a abençoados esforços para um viver digno.

Nesse contexto, há luto, separações e lágrimas. Mas não são castigos, tragédias ou desgraças. Representam antes um programa anteriormente traçado para a dignificação de quem os deve vivenciar.

No momento exato, é preciso cumprir a programação sem dramas em excesso. Em momentos de grande dor, convém recordar a passagem evangélica em que Jesus anunciou sua partida.

As separações no mundo são mesmo tristes. Contudo, se a morte do corpo é renovação para quem parte, também representa vida nova para os que ficam.

Pense nisso.

com base no cap. 125 do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, 
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

sexta-feira, outubro 22, 2010

CÓDIGO DE ÉTICA DOS ÍNDIOS NORTE-AMERICANOS

“Quando eu tinha dez anos, olhei a terra e os rios, o céu acima de mim e os animais que me cercavam, e não pude evitar de sentir que eles eram obra de um Poder Superior.”
Tatanka-Ohitika

CÓDIGO DE ÉTICA DOS ÍNDIOS NORTE-AMERICANOS

1 - Levante-se com o Sol para orar. Ore sozinho. Ore com frequência. O GRANDE ESPÍRITO o escutará, se você ao menos, falar!

2 - Seja TOLERANTE com aqueles que estão perdidos no caminho. A ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida. Ore para que eles reencontrem o caminho do Grande Espírito.

3 - Procure conhecer-se, por si mesmo. Não permita que outros façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua! Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você!

 

4 - Trate os convidados em seu lar com muita consideração. Sirva-os com o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.

5 - Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura. Se não lhe foi dado, não é seu!

 

6 - Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra. Sejam elas pessoas, plantas ou animais.

7 - Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas. Nunca interrompa os outros nem os ridicularize, nem rudemente os imite. Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal. Nunca fale dos outros de uma maneira má. A energia negativa que você colocar para fora no Universo, voltará multiplicada para você!

8 - Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser perdoados!

 

9 - Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito. Pratique o optimismo!

10 - A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a natureza faz parte da nossa família terrena.

 

11 - As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor nos seus corações e regue com sabedoria e lições da vida. Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que continuem crescendo!

12 - Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará a você.

 

13 - Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para a nossa herança do Universo.

14 - Mantenha-se equilibrado. Seu corpo Espiritual, seu corpo Mental, seu corpo Emocional e seu corpo Físico, todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis. Trabalhe o seu corpo Físico para fortalecer o seu corpo Mental. Enriqueça o seu corpo Espiritual para curar o seu corpo Emocional.

15 - Tome decisões conscientes de como você será e como reagirá. Seja responsável por suas próprias acções.

 

16 - Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros.

 

17 - Não toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objectos religiosos e sagrados. Isto é proibido.

18 - Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.

 

19 - Respeite outras crenças religiosas. Não force as suas crenças sobre os outros.

20 - Compartilhe sua boa fortuna com os outros. Participe com caridade.

 
CONSELHO INDÍGENA INTER-TRIBAL NORTE AMERICANO

Deste conselho participam as tribos : Cherokee Blackfoot, Cherokee, Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora, Sicangu Lakota Sioux, Crow (Montana), Northern Cheyenne (Montana)

E muitos HOMENS BRANCOS julgam-se mais civilizados e evoluídos que... os ÍNDIOS !!!

"Que maravilhoso não seria se todos pudéssemos ter a experiência de olhar para o nosso planeta à distância e vermos que todos nós, seres humanos, somos uma única espécie, e que dependemos uns dos outros para nossa sobrevivência e contínua evolução." 
DAVID BERCELL

 "PERMANENTE, SÓ A MUDANÇA"

quinta-feira, outubro 21, 2010

Amizade


Fartura ou auto-carência...

(sobre as pessoas...)

... são tempos em que é mais fácil encontrar ajuda...
que se disponibilizar (arranjar "tempo") para ser ajudado. 

(uma nota de reconhecimento por o imenso que meus amigos e amigas têm feito por me ajudar, a compreender como posso fazer para me deixar ser ajudado, por aqueles e aquelas que o podem fazer.)

terça-feira, outubro 19, 2010

A Sabedoria Do Silêncio Interno


Fale apenas quando for necessário.
Pense no que vai dizer antes de abrir a boca.
Seja breve e preciso já que cada vez que deixas sair uma palavra, deixas sair ao mesmo tempo uma parte de seu Chi (energia).

Desta maneira, aprenderás a desenvolver a arte de falar sem perder energia.
Nunca faças promessas que não possas cumprir.

Não te queixes, nem utilizes em seu vocabulário, palavras que projectem imagens negativas porque se produzirão ao redor de ti, tudo o que tenhas fabricado com tuas palavras carregadas de Chi.

Se não tens nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor se calar e não dizer nada.

Aprenda a ser como um espelho: observe e reflita a energia.

O próprio Universo é o melhor exemplo de um espelho que a natureza nos deu,
Porque o universo aceita, sem condições, nossos pensamentos, nossas emoções, nossas palavras, nossas ações, e nos envia o reflexo de nossa própria energia através das diferentes circunstâncias que se apresentam em nossas vidas.

Se te identificas com o êxito, terás êxito.

Se te identificas com o fracasso, terás fracasso.

Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos são simplesmente manifestações externas do conteudo de nossa conversa interna.

Aprende a ser como o universo, escutando e refletindo a energia sem emoções densas e sem prejuizos.

Porque sendo como um espelho sem emoções aprendemos a falar de outra maneira.

Com o poder mental tranquilo e em silêncio, sem lhe dar oportunidade de se impor
com suas opiniões pessoais e evitando que tenha reações emocionais excessivas,
simplesmente permite uma comunicação sincera e fluída.

Não te dês muita importância, e sejas humilde, pois quanto mais te mostras superior, inteligente e prepotente, mais te tornas prisioneiro de tua própria imagem
e vives em um mundo de tensão e ilusões.

Sê discreto,  preserva tua vida íntima, desta forma te libertas da opinião dos outros e terás uma vida tranquila e benevolente, invisível, misteriosa, indefinivel,
insondável como o TAO.

Não entres em competição com os demais, torna-te como a terra que nos nutre, que nos dá o necessário.

Ajuda  ao próximo a perceber suas qualidades, a perceber suas virtudes, a brilhar.

O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente,  crie conflitos.

Tem confiança em ti mesmo.
Preserva tua paz interior evitando entrar na provação e nas trapaças dos outros.

Não te comprometas facilmente, se agires de maneira precipitada sem ter consciência profunda da situação, vais criar complicações.

As pessoas não tem confiança naqueles que muito facilmente dizem “sim” porque sabem que esse famoso “sim”não é sólido e lhe falta valor.

Toma um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta a ti
e só então tome uma decisão.

Assim desenvolverás a confiança em ti mesmo e a Sabedoria.

Se realmente há algo que não sabes, ou não tenhas a resposta a uma pergunta que tenham feito, aceite o facto.

O facto de não saber é muito incómodo para o ego porque ele gosta de saber tudo, sempre ter razão e sempre dar sua opinião muito pessoal.

Na realidade, o ego nada sabe simplesmente faz acreditar que sabe.

Evite julgar ou criticar, o TAO é imparcial em seus juízos não critica a ninguém, tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade.

Cada vez que julgas  alguém a única coisa que fazes é expressar tua  opinião pessoal, e isso é uma perda de energia, é puro ruido.

Julgar, é uma maneira de esconder tuas próprias fraquezas.

O Sábio a tudo tolera, sem dizer uma palavra.

Recorda que tudo que te incomoda nos outros é uma projeção de tudo  que não venceu em ti mesmo.

Deixa que cada um resolva seus problemas e concentra tua energia em tua própria vida.

Ocupa-te de ti mesmo, não te defendas.

Quando tentas defender-te na realidade estás dando demasiada importância às palavras dos outros, dando mais força à agressão deles.

Se aceitas não defender-te estarás mostrando que as opiniões dos demais não te afectam, que são simplesmente opiniões, e que não necessitas convencer  aos  outros para ser feliz.

Teu silêncio interno o torna impassível.

Faz uso regular do silêncio para educar teu ego que tem o mal costume de falar o tempo todo.


Pratique a arte do não falar.
Toma um dia da semana para abster-se de falar.
 
Ou pelo menos algumas horas no dia, segundo permita tua organização pessoal.
Este é um exercício excelente para conhecer e aprender o universo do TAO ilimitado, ao invés de tentar explicar com palavras o que é o TAO.

Progressivamente, desenvolverás a arte de falar sem falar, e tua verdadeira natureza interna substituirá tua personalidade artificial, deixando aparecer a luz de teu coração e o poder da sabedoria do silêncio.

Graças a essa força, atrairás  para ti tudo que necessitas para tua própria realização e completa  libertação.

Porém tens que ter cuidado para que o ego não se infiltre…
 
O Poder permanece quando  o ego se mantém tranquilo e em silêncio.

Se teu ego se impõe e abusa desse Poder o mesmo Poder se converterá em um veneno, e todo teu ser se envenenará rapidamente.

Fica em silêncio, cultiva teu próprio poder interno.

Respeita a vida dos demais e de tudo que existe no mundo.

Não force, manipule ou controle o próximo.

Converta-te em teu próprio Mestre e deixa os demais serem o que são, ou o que têm a capacidade de ser.

Dizendo em outras palavras, viva seguindo a vida sagrada do TAO.

Texto Taoísta