sexta-feira, abril 27, 2007

David Sylvian - Silver Moon

Pentax Optio WP

Hoje finalmente e após mais de 3 meses de impaciencia e elaborada pesquisa, finalmente adquiri a minha companheira de imagem.
Preparada para me acompanhar em aventuras por todo o lado, ela é inclusive à prova de água.
Neste fim de semana, espero testar a veracidade de suas imagens, num passeio só nós dois... pela ria.
aqui está a primeira imagem captada com o seu modo Macro.... hum, já estou a ficar impaciente....

aqui é notável a qualidade do seu flash, surpreendeu pela positiva já que o local em questão é bem escuro.... gostei muito do detalhe também...

por fim abri a janela do escritório e deixei antever boas imagens ainda por acontecer...

segunda-feira, abril 23, 2007

Ronda de 22 de Abril 2007

22:15 Com a equipe reforçada pela presença do Fernando, depois de termos cumprido a preparação dos sacos saímos para a rua. Avenida da Boavista, o Hélder andava sem frio. Completamente trémulo, sumo na mão a cambalear entre os carros que passavam como quem desafia um acordar violento ou um adormecer súbito, com o que lhe resta de voz das suas cordas vocais meias desfeitas pelas injecções de droga no pescoço lá nos saudava com expressão ausente. Júlio Dinis, era já tarde. Nem uma alma só. São Bento. O centro da cidade do Porto. Uma multidão, cerca de 100 pessoas dificilmente contidas numa fila que junto a um dos três carros que partiram para esta ronda, avidamente esperavam a sua vez para receber um saco. Fiquei com a missão de retirar junto com o Bernardo os sacos do carro. Como temos que fitar bem o rosto da pessoa a quem entregamos o saco, para evitar que o venha pedir duas vezes e com isso penalizar quem não recebeu, acabei por literalmente me chocar com intensidade com esta talvez centena de olhares. É deveras chocante, embater com tipos de necessidades tão diferentes de uma assentada só. Mas ainda assim são deste os que se infiltram sem necessidades especiais, os que mais me custam a “digerir”.
Refiro-me ao olhar de alguém sem necessidade, sem fome, com plena consciência que está a receber algo que a alguém com uma real necessidade vai fazer falta, que confirmo na sua expressão, no olhar, que está em confronto com a sua consciência que lá dentro se revolta e ainda assim, com o olhar de que rouba um pacote de chicletes no supermercado, estende a mão para receber um saco, com um pacote de sumo, um de leite, uma lata de salsichas, um pão um doce e um salgado. De entre todas as misérias que ofendem os sentidos, esta é a mais difícil de superar. É o jovem equipado à FPC, que chegou do jogo ainda meio eufórico, a buscar um saco destinado aos pobres e necessitados e deve ter pago umas notas de euro para entrar no jogo, se calhar deixou em casa a sua jovem família sem nada para comer…
É a miséria mais terrível… a miséria da inconsciência. A auto infligida. A nossa sociedade está infectada terrivelmente desta miséria que fere o coração e que é difícil de ser combatida. É os jovens vestidos à punk num adereço que nem fica barato, a ver se lhes sai um saco. É a falta de solidariedade entre a pessoa que se comporta desta forma, que é mais chocante. Mas é aqui também que se aprendem grandes lições, para mim a mais importante nesta ronda foi que um sem abrigo de verdade não se mistura muito com outras pessoas. Geralmente é recatado, educado e simples, ferido de verdade se assim se pode afirmar. Quanto mais difícil a sua personalidade menos se mistura com alguém. O sem abrigo de verdade, vive ou viveu de alguma forma uma experiência que o condicionou a um isolamento social. É muitas vezes caracterizado inclusive pela dificuldade em se comunicar. Bem no centro do Porto na nossa velha cidade, o maior problema passou a ser mais assistência social que sem abrigo. É gente, muita gente que necessita ser reeducada, no sentido de rever as suas prioridades na vida, de forma a conservarem as coisas mais importantes em primeiro lugar. A dignidade humana e o bom senso, sobretudo. A Ronda dos Sem Abrigo, vai repensar esta paragem e muito certamente trocá-la por outras a sua acção seja mais frutuosa. Daqui fomos à rua escura e o contraste aconteceu de imediato, na escuridão duma rua apertada e antiga, entre os traficantes que davam alertas da nossa chegada para que não nos fizessem dano, cada um dos sacos que demos foi recebido com uma gratidão sincera e entre tanta miséria de verdade não existe espaço ao fingimento. Como é estranho para mim, confirmar que se encontra mais luz num lugar escuro, pobre mas mais honesto, que num lugar cheio de luz, movimento e gente, onde a desumanidade acaba mesmo por ser maior, como em São Bento. Junto à Sé do Porto, estivemos com um casal de velhinhos, sós e juntos há muitos anos, numa pobreza e solidão enorme, me tocaram profundamente. Com uma dignidade e uma mansidão só encontrada em almas muito grandes, o espírito dos saudosos avós esteve ali presente. E ao deixá-los enquanto nos despedíamos até a uma próxima vez, nos seus olhos abandonados pela cidade que os viu nascer, sentia eu já a angustia da saudade que me causava deixá-los ali, naquela noite quais guardiães duma Sé antiga de outros Portos. Também foi a ronda dos arrumadores de carros esta ronda. Acho que se juntaram todos cada um em seu “posto de trabalho”, numa fome que já não via algum tempo. Também aqui fomos alvo duma educação que não se vê muito por parte destes jovens. Muito agradecidos, não escondiam a satisfação de alguma coisa para enganar o estômago. Rua 31 de Janeiro, entrada de um prédio sujo mesmo junto ao passeio, debaixo de um cartão que normalmente serve de colchão, sobressai a carne branca de umas coxas e ao reparar no movimento para cima e para baixo que o cartão fazia, apressamo-nos a sair dali não fossemos interromper algo importante. Rua de Camões. Esta é sobretudo uma zona onde algumas prostitutas e homossexuais passam das conhecidas casas com reputação na cidade do porto frequentadas por gente da sociedade portuense, para a rua. Quando o corpo se degrada no consumo de uma vida que nunca se conseguiu dominar, sem as boas graças dos patrocínios é na rua que se acaba doente e enfermo, esquecido e abandonado.
Também aqui cada vez mais aparece o oportunista. Aliás com a difícil conjectura económica que todos sabemos em nosso pais, cada vez mais pessoas aderem ás refeições de movimentos como o nosso, para poupar algum do dinheiro que vão necessitar para os telemóveis da próxima geração que irão querer comprar quando saírem…. Dali rumamos em direcção ao Santo António, que sem alongar muito, poderia de nomear o acontecimento de São Bento versão II, ainda mais desolador. Também aqui terá que se reavaliar a acção da RSA. Por fim, lá fomos ao Aleixo. Já estava a Bruna com sua cadeirinha de rodas “enfeitada com sacos de plástico”, com um cobertor velho e surrado a cobrir do frio da noite, só os dois totós do seu cabelo sujo de fora, encostada sozinha no passeio, com fome, com ainda mais sede. A Bruna tem paralisia nas pernas, é uma jovem rapariga lindíssima e amorosa. Seu frágil corpo já serviu muito para lhe sustentar o vício e em sua adolescência serviu a muitos que agora não a reconhecem. No Aleixo, entre os toxicodependentes, portadores de doenças infecto contagiosas muito desenvolvidas, falta de roupa, falta de higiene, falta de tudo, fico enternecido ao reparar como trocam naturalmente gestos de carinho, como trocam um pacote de bolachas ou uma peça de roupa sem inveja, como partilham o que tem para comer com alguém que chegou tarde, como se apressam sem espectáculo em sossegar uma dor, que tão bem conhecem em eles mesmos. Á luz do que me foi ensinado sobre os ensinamentos de Cristo, não estarão alguns destes desabrigados do Aleixo, com suas vidas conturbadas e dominadas pelo vicio, mais próximos de Deus que aquele que vai oferecer o Domingo à Igreja? È que uns dão até o que não tem apesar de não serem um exemplo para a comunidade, enquanto outros no seu exemplo limpo e casto, nunca se aproximaram nem na metade da porção do que poderiam dar. Que pensará, aquele que tudo vê? Quem destes, despidos das aparências dá mais? Fico sempre com a ideia, que detrás de uma multidão tem sempre o risco de arruaça.

quinta-feira, abril 19, 2007

Profecia dos Índios Peles Vermelhas

“Quando a Terra tiver sido devastada e os animais estiverem a morrer, uma tribo composta por pessoas de todas as raças, credos e cores, porão a sua esperança em factos e não em palavras, para fazer com que a Terra volte a ser verde de novo.´
Serão chamados, GUERREIROS DO ARCO-IRIS, PROTECTORES DO AMBIENTE."

Home Sunset II

quarta-feira, abril 18, 2007

CLARO ESCURO

"Conta-me...
Como é o sol, lua sincera?
Encanta-me...
Teu lume azul, tua esfera.
Daríamos valor ao dia
Se a noite não nos fosse companhia?
Teria eu tua presença, sol, astro amigo
Se o claro fosse do escuro inimigo?
E as cores, na ausência da intensidade
Pintariam retratos com tanta propriedade?
E a luz própria, que procuramos descobrir
Teria algum sentido em surgir?
Se tudo nascesse claridade
E da penumbra não surgisse...
Onde estaria a felicidade
No fim de uma jornada que não existisse?
Conta-me...
Como é o sol, lua sincera?
Encanta-me...
Teu lume azul, tua esfera."
de Andrey Cechelero
Todos trazemos o sol potencial em nossas almas...
Todos trazemos a perfeição potencial em nossas almas...
Resta-nos seguir, e seguir em frente, conquistando a felicidade em cada alvorada, em cada nova oportunidade que o Criador nos concede de darmos mais um passo, de brilhar um pouco mais nossa luz. Resta-nos seguir, seguir e amar, pois não há senda mais segura e agradável do que aquela apontada pelo amor...

terça-feira, abril 17, 2007

Passeio a S. Jacinto

Sábado participei em mais uma aventura organizada pelos Amigos da Pagaia.
Desta feita e para não fugir à recente tradição, apesar de algumas alterações nos participantes o espírito dos sete magníficos imperou.
O trajecto prometia, estavam previstos cerca de 17 quilómetros. Na realidade acabaram por se tornar em quase 30. Saímos por volta das 10:00 da Pousada na Torreira.
Apresentaram-se o Plaza, o R.R., Mota, M.M., o Quim e o Carlos.
O tempo esteve magnifico, quente, águas claras, pouco vento…, mesmo adequado para a pratica do kayak.
Os primeiros 5 quilómetros foram cumpridos em espaço aberto já que a primeira parte deste percurso era basicamente a travessia da ria de Aveiro, desde o ponto de partida até ao Bico da Murtosa.
Com tanto espaço para navegar foi notável ver os 7 kayaks alinhados a toda a largura e em bom andamento. A boa velocidade curioso foi num espaço de água tão largo como é a ria naquele ponto, ao virar-me para a direita ou para a esquerda, ver todos os meus companheiros e suas embarcações a cruzar as águas…. Fantástico.
De notar também, aqui e ali bem no meio da ria, um ou outro baixio, a arrepiar por ameaçar algum encalhanço. Deu também na trilha de umas lanchas que lá passaram, para surfar um pouco nas ondas provocadas à sua passagem, isto os mais audazes, claro….
Sempre juntos entramos já no lado da Murtosa, num emaranhado de canais, onde o silêncio e a natureza esmagavam qualquer outro sentimento.
Então numa formação alterada para uma linha ao comprido e aos pares fomos afundando canais adentro, nosso espanto por tanta beleza.
Gradualmente fomos passando de uns canais tipicamente de ria, para um outro com características muito diferentes. Este com uma vegetação mais a lembrar um afluente do rio amazonas, estreitava serpenteando, com muitas armadilhas submersas detectáveis pelos remoinhos que causavam à superfície. Soubemos mais tarde que este é um pequeno curso de água, chamado de rio Velho, penso que ainda andamos cerca de uns 5 ou 6 quilómetros neste estreito rio Velho.
Tivemos aqui alturas tipo gincana, para não embater nalguma arvore meio submersa.
Passamos por locais onde a vegetação fazia por cima de nossas cabeças autênticas pontes de arvoredo. Fomos seguidos bem de perto cerca de 2 quilómetros por uma atenta águia talvez por termos invadido o seu território, até porque passamos a determinada altura bem pertinho do seu ninho. Mas ainda avistamos e bem próximo, cegonhas em pleno voo, garças, falcões e muitas águias.
Por esta altura já todos confirmávamos que num kayak tipo “arrastadeira”, já o Quim revelava um andamento imbatível. Sempre à frente nesta zona do percurso, ele imprimia no grupo um ritmo certo, rápido e sem pausas.
Por fim quando até já alguns de nós começávamos a temer irmos parar à china e meio perdidos, eis que “desaguamos” no rio Vouga.
Aqui a sensação é a de navegar uma imensa e larga avenida, já que tivemos pela frente uma perfeita recta com talvez 4 ou 5 quilómetros. A serenidade tanto nas águas como na vegetação envolvente é impressionante neste percurso.
Mais para o fim, começou-se a sentir um certo ar de maresia. Finalmente estávamos a aproximarmo-nos do mar.
Antes dos últimos talvez 10 quilómetros, paramos no fim do rio Vouga.
Depois das pernas e as costas esticadas lá partimos.
Foi a partir daqui que pela primeira vez o grupo de facto se fragmentou, havendo o cuidado de todos para que mesmo assim nenhum AP ficasse sozinho, caso houvesse necessidade de efectuar um resgate nalgum indesejado viranço ou indisposição.
Lá para o meio do percurso, talvez por que havia um almoço à espera na Peixaria, o pessoal afastou-se ainda mais ficando eu junto com o Mota, na cauda do pelotão a prestar apoio ao Carlos que pela primeira vez participou numa aventura tão longa e com um andamento assim pró puxado.
Depois de termos experimentado o juntar pelo menos duas vezes de dois cursos de água na bacia da ria, de termos ficado deslumbrados com a limpeza e transparência da água, com o apoio do Mota e com o meu próprio apoio, lá chegamos os três a São Jacinto, talvez cerca de 20 a 30 minutos depois de todos os outros.
Claro que todos muito bem dispostos, felicitaram o Carlos, reconhecendo que o seu baptismo mais pareceu um baptismo de fogo, que um de água, hehehe…
Depois foi o encontro com a gastronomia do Restaurante Peixaria, em São Jacinto.
Mas isso não vou alongar senão tenho que largar as teclas de imediato, que fico cá com uma sede e uma fome que nem vos conto.
Ai, Ai, peixinho tão fresquinho…. Pinguinha tão fresquinha, … pára!.... ok.
Foi para mim até agora o passeio mais extenso, mais puxadinho, o que mais gostei também. Senti a falta de alguns amigos de outros passeios, que não puderam estar presentes. Mas fico grato a todos por ao praticarem esta modalidade do Kayak, aproveitarem todos sem excepção, para se revelarem uns excelentes amigos, com espírito de aventura, maluqueira qb, e sempre positivos e saudáveis.
Bem hajam e venha o próximo mas rapidamente, sim!

segunda-feira, abril 16, 2007

Companheira de Artes Marciais

Eis a minha fiel companheira de Artes Marciais.
... esperei quase 1 ano até a encontrar...

recordou-me aquele ditado: quem sabe esperar sempre alcança...

em minha demanda por ela, nos sítios mais prováveis algumas empunhei, mas algo me dizia internamente, secretamente, que ainda não era chegada a hora. Tudo ainda se resumia em dar uma satisfação à minha ansiedade de a encontrar...

assim entendi que devia procurar também nos sítios mais improváveis. Foi um teste do mais inesperado.... um teste da paciência e no fundo um teste de fé também. Foi-me muito positivo, passar do empunhar uma arma encontrada em sitio provável e que não foi feita para mim, para o exercício do desferir de imensas técnicas ao nível do imaginário, como quem lhe queria dar forma, como quem vai lentamente de encontro a ela nos lugares mais improváveis...

e foi assim, numa loja escura e pequenina, que a descobri solitária. Peça única, foi assim que descobri uma arma artesanal, sua lâmina assinada com o fogo de um dragão alado e com 5 estrelas, tudo marcado pela mão "imperfeita" do Artesão. A sua bainha feita de madeira esculpida igualmente à mão...

... manejar esta espada desde a primeira hora tem sido uma experiência mágica para mim. Sua lâmina, seu peso habilmente distribuído, seu punho esculpido de forma magistral.... subitamente o meu tai-ji ganhava uma expressão que lhe desconhecia....

agora sou seu estudante, tento compreender como ela se comporta enquanto desfruto do seu bramir. Além de ainda aliar como meu Guardião, o fogo sagrado do seu Dragão.

segunda-feira, abril 09, 2007

Algarve

Ilha de Faro, Ilha da Armona, vento, solidão e encontro...

do mesmo céu a diferente espécie...

de um lado o mar

que a bordo

separa da formosa ria

se ao menos aqui estivesse o meu kayak....