sexta-feira, novembro 27, 2015

Mohandas Gandhi



Ao fazer um balanço de sua existência, e ser questionado sobre que mensagem deixaria para a Índia, o grande Mohandas Gandhi afirmou:Minha vida é minha mensagem.

O grande pacifista não escolheu palavras, não escolheu lições, não escolheu fórmulas. Deixou seu exemplo, seus passos, sua vida.

Os exemplos são mais fortes do que dizeres, são mais fortes do que escritos e do que receitas.

Quando alguém é capaz de viver sua própria mensagem, ele se torna mensageiro e mensagem ao mesmo tempo. Ele se torna força e fortaleza simultaneamente.

Deixar a vida como mensagem é seguir o caminho da consciência em paz que, ao fim do dia, com segurança, sem subterfúgio algum, pode dizer que não deve nada a ninguém.

A vida como mensagem ainda vai além do não dever. Ela alcança também a esfera da afirmação: Fiz tudo que estava ao meu alcance.

A acção faz-se necessária para que cresçamos. Não basta não fazer o mal. É preciso fazer o bem, amar, aparar arestas, reforçar os laços, emitir luz para todos os lados.

Pais e mães devem se esforçar ao máximo para serem mensagens vivas para seus filhos. Isso não requer perfeição, pois ainda não está ao nosso alcance. Requer apenas atenção aos passos, seriedade nos compromissos, observação dos erros, para que com eles se aprenda.

Pessoas que têm certa visibilidade no mundo, artistas, políticos, líderes, todos esses precisam estar atentos à fala de Gandhi.

Todos trouxeram o compromisso com multidões, pois suas acções, suas palavras, sua maneira de viver são copiados por muitos.

Mesmo em esferas menores, por vezes, somos referência para muitos que percebem nosso exemplo, que notam nossos valores, e vão reparar se o que falamos é diferente daquilo que vivemos.

Se em todo trabalho de Gandhi na África do Sul e depois na Índia, ele tivesse se exaltado uma só vez, tivesse utilizado de violência em uma única oportunidade, toda sua mensagem estaria comprometida.

Porém, isso não ocorreu. Ele foi capaz de levar socos e sofrer violências morais sem necessitar de ripostar. Ele ofereceu a outra face em todos os momentos, lembrando um outro grande Mestre que também fez de Sua vida Sua mensagem.

Jesus, ao contrário do que muitos falam, não morreu para nos salvar. Ele viveu para nos dar o roteiro de salvação para nossas vidas.

Sim, Seu exemplo é o grande roteiro que nos deixou, sua grande mensagem, a ponto do homem que deseja se transformar em verdadeiro agente do bem se auto-inquirir diariamente:

O que Jesus faria em meu lugar?O que Ele faria nesta mesma situação?

As respostas não são fáceis e simples, é claro, mas a pergunta, por si só, é poderosa, e é meio caminho da jornada.

*   *   *

Seja a mudança que você quer ver no mundo. – Disse, um dia, o grande libertador da Índia.

Se desejamos ver o mundo transformado, comecemos connosco esta mudança.

Como estamos? Melhor que ontem? Preparados para a Nova Era? Dispostos a ser homens de bem?

terça-feira, novembro 24, 2015

ironias...

as pessoas mobilizam-se juntando-se em círculos fechados, 
para orarem por um mundo que desejam ver mais aberto...

Deus no sorriso de minha filha

Hoje encontrei Deus no sorriso de minha filha.

Porém, o gesto espontâneo e luminoso não foi para mim, foi para um estranho, alguém que ela nunca havia visto antes, sentado à mesa ao lado, com o olhar distante e triste.

Pude ver o Criador nos olhos dela.

Ela acenou, como se quisesse perguntar: - “Está tudo bem com você?” Em seguida, lhe jogou um beijo, deliberadamente.

Certamente não estava tudo bem... Deus sabia.

Tanto sabia que, no mesmo instante – instante mágico – a Divindade amorosa encontrou na mesa mais próxima um sorriso amigo, uma pequena lamparina para acender na vida daquele filho desanimado.

A pessoa não resistiu e também sorriu, e até acenou de volta, com um certo encantamento pela atitude tão pura e doce de criança.

Hoje encontrei Deus no sorriso de minha filha...

Mas, o sorriso não foi para mim, foi para a dor do mundo que ainda lateja incomoda por aí.

E, sem perceber, aquele sorrir também me fez um pouco mais feliz.

Pensando bem, acho que ele também sorriu para mim.

E agora sorri para você.

Deus irradia sorrisos.

*   *   *

O Criador actua no mundo através de leis perfeitas, e uma delas é a lei do amor.

A lei do amor tem nuances infinitas, mas uma certamente se manifesta através do senso de atenção que desenvolvemos uns pelos outros.

Eu percebo você, eu me interesso por sua vida e tudo que diz respeito a você também me importa.

Saímos de dentro da casca do egoísmo avassalador e começamos a viver como comunidade.

Não é apenas a minha dor que enxergo, mas a sua também. Não são apenas ou meus problemas que existem, mas os seus igualmente. Não sou apenas eu que tenho direito de ser feliz, mas você também.

E o mais curioso e impressionante desta lei é que, cuidando da dor do outro, tratamos também a nossa, no silêncio de nossa intimidade.

É a lei do amor que faz com que sejamos gratificados interiormente pela felicidade, toda vez que praticamos a caridade, que nos doamos, que nos importamos com nosso próximo.

É a lei do amor que nos aproxima uns dos outros, que faz com que juntemos forças, que percebamos que não estamos sozinhos nos embates do dia a dia.

É a lei do amor que nos faz abraçar a maternidade e a paternidade com tanta dedicação, promovendo ao infinito aquelas almas antigas de roupas novas.

É a lei do amor, praticada por todos nós, que virá a ser responsável pela extinção das misérias sociais que ainda nos incomodam tanto.

Ela eliminará preconceitos, reconciliará adversários e será responsável pela espiritualização da Humanidade toda.

*   *   *

Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo.

Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

com base no texto Deus no sorriso de minha filha, de Andrey Cechelero, do blog O Essencial e o Invisível e no cap. XI, item 8, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB

UM SIMPLES GESTO

Muitas perturbações psíquicas e depressões graves têm como origem apenas a negligência, em pessoas que não souberam fazer o esforço de reagir imediatamente a certos mal-estares. 

Após uma decepção, um desgosto, um revés, elas deixaram-se submergir pouco a pouco pelo desalento até se tornarem realmente doentes. Poderiam muito bem nunca ter chegado a essa situação se tivessem procurado imediatamente mudar o seu estado. Ora, a maioria das pessoas não reage, espera que as coisas se resolvam por si mesmas. É verdade que, na maior parte dos casos, a vida retoma naturalmente o seu curso; mas, em certas situações mais difíceis, se não se estiver atento as coisas não se resolvem. 

E o mais grave é que muitas pessoas nem sequer se dão conta de que estão a escorregar por uma ravina perigosa: afundam-se pouco a pouco em estados mórbidos e um dia são “engolidas”. O que no começo era apenas um pequeno mal-estar acaba por tornar-se uma verdadeira doença. 

Deveis, pois, tornar-vos conscientes, saber que pensamentos, sentimentos e sensações vos atravessam, e não permitir que se instalem em vós estados negativos. 

A partir do momento em que sentis um mal-estar interior, reagi! Frequentemente, basta um simples pequeno gesto: regar as flores, sorrir ou dizer umas palavras bondosas a alguém, oferecer a uma pessoa um objecto de que ela necessita ou que lhe agradará… 

Mas só se esse gesto for feito conscientemente, com a vontade de dar uma outra orientação aos vossos estados interiores e, sobretudo, de o fazer antes de as coisas se tornarem graves. O essencial é não ficar apático, estagnado, mas sim desencadear conscientemente algo de positivo. 

Portanto, tentai vigiar sempre os vossos estados interiores, senão passar-se-á convosco o mesmo que com uma bola de neve que começastes a empurrar: a neve vai-se aglomerando e chega o momento em que essa bola, que ficou enorme, acaba por obstruir o vosso caminho. Vós lamentai-vos: «Já não posso passar!» De quem é a culpa? Quem formou essa bola? Vós próprios! 

Alimentastes toda a espécie de pensamentos e sentimentos negativos, permitistes que eles tomassem proporções gigantescas na vossa cabeça, no vosso coração, e ficastes encurralados, bloqueados. «E agora, o que hei de fazer?» 

Acendei um fósforo e aproximai-o dessa bola de neve: ela derreterá, a água irá regar os vossos jardins, os vossos pomares, e tereis flores e frutos em abundância. É isto que se deve fazer: acender o fogo do amor; e o amor fará derreter em vós todas as bolas de neve, todos os tumores. 

Sim, o amor manifesta-se através de todos esses gestos aparentemente sem importância que podemos fazer em cada dia. Não espereis que o vosso equilíbrio e a vossa saúde venham de grandes coisas. As pequenas coisas são as mais benéficas. Se vos habituardes a levá-las a sério, desenvolvereis em vós uma atitude e forças que podem proteger-vos. Existem tantas possibilidades! 

Nem que seja apanhar do chão ou do caminho um objeto, um papel, uma garrafa vazia… afastar uma pedra em que alguém poderia tropeçar ou pedaços de vidro em que alguém poderia ferir-se… Esforçai-vos por encontrar sempre algo novo para fazer, sabendo que cada pequeno gesto executado com diligência, sinceridade e amor será como uma criatura de luz que afastará as trevas ou as impedirá de entrar em vós e destruir tudo. 

sexta-feira, novembro 20, 2015

Poesias?...

O tempo acontece e as peles enrugam
as ondas lavam quebrando o quebra-mar

Enlouquecer para quê se a sanidade ainda aqui não morou.

Concordo... concordo contigo, estás contente… 

Ou estarás a mentir?

O som esse me leva onde me traz
Tem gente que eu amo dentro…

Fazem acreditar na ilusão que eu sou
Palavras pequenas…
Pequenas palavras…
Aumento.

Sou tão feliz que nem sei
e nas imagens até acredito,
que do faço não resto mais, 
O Homem velho morreu…

para que o homem novo morra…

Afinal não é a morte o alimento da existência…

O homem não é o sal de Deus?

Por enquanto somente…
serei a pedra do meu sapato.

brisa na viagem de um momento

fiz as contas sem pensar
aconteci então interrupto

afinal era mesmo o momento
de registar o meu passei.

afinal não acreditamos todos,
que não há o fim…

que toda a morte é vida que nasce

que tu não tens qualquer domínio sobre si
que ela transcende a forma e o fim
se banquetea com a impressibilidade do destino

se me compreenderes já não estarei só.

Mas como assim não é
jogo correndo o destino tomando
os dias um de cada vez…

procurando perder-me até não me achar mais.

Exercício de amor

Quem de nós já não se decepcionou com um amigo? 

Alguém a quem se entregou o coração e, em algum momento, nos traiu a confiança ou nos voltou as costas?

Alguém de quem esperávamos todo o apoio e nos falhou, na hora precisa?

Qualquer uma dessas circunstâncias nos magoará e se constituirá em quebra da afeição.

Por essa razão, a lição de dois meninos é tão marcante.

Eles haviam nascido no mesmo dia, mês e ano. Um era judeu. O outro, alemão.

Nove anos era a idade deles. Um era natural da Polónia e habitara uma casa, com vários cómodos, em cima da relojoaria do seu pai.

Um dia, tudo lhe foi tirado e ele se viu prisioneiro, em meio a outros milhares, padecendo fome. Para vestir, um estranho pijama listrado, com boné no mesmo padrão.

O outro nascera em Berlim, vivera numa casa muito grande, de três andares. Agora, residia no campo e vivia a reclamar da casa menor e da falta de amigos.

Encontraram-se, um dia, um de cada lado de uma interminável cerca de arame farpado. Bruno, o menino alemão, se sentia solitário e se pôs a conversar com o outro.
Nenhum dos dois entendia muito do que acontecia ao seu redor. Mas se tornaram amigos. Viam-se todas as tardes.

Um dia, ao entrar em casa, Bruno viu ali o amigo do pijama listrado. Lustrava os cristais com seus dedos miúdos.

Bruno se serviu de um lanche e ofereceu ao outro, sempre faminto.

Mal colocara na boca um pedaço de frango, adentrou a cozinha um oficial. Vendo que o pequeno prisioneiro estava comendo, o inquiriu, de forma grosseira, acusando-o de furtar comida.

Sem malícia alguma, o menino disse que fora seu amigo quem lhe ofertara o lanche.

Mas Bruno estava tão assustado com a truculência do oficial, com a inquirição que lhe era feita, que se deixou tomar pelo pavor.

E, apavorado, negou conhecer o outro, negou ter-lhe dado comida, o que, para aquele valeu violento castigo.

Dias passados, Bruno retornou ao local onde costumava encontrar o amigo. Havia tristeza e muitos hematomas no rosto do aprisionado.

Peço desculpas, disse Bruno. Tive muito medo, naquele dia. Você ainda quer ser meu amigo?

E, então, a mão esquálida do judeu se estendeu para o lado de fora da cerca. Bruno a apertou.

Era a primeira vez que se tocavam. Era o toque da amizade sólida, que sempre perdoa.

*   *   *


Amizade é um exercício de amor. Amor de amigo é inigualável. Já disse Jesus, ao seu tempo, que o amigo dá a sua pela vida do amigo, santificando assim esse sublime sentimento.

Por isso, o amigo perdoa as fraquezas do outro, perdoa as suas falhas e continua amigo.

Felizes aqueles que florescerem a alma com amizade, enriquecendo-se de paz, granjeando gratidão pelos caminhos que percorre.

com base em cenas do filme O menino do pijama listrado.


quinta-feira, novembro 19, 2015

PROFECIA...

Evangelho (Lc 19,41-44): Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: «Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos!. Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada».


quarta-feira, novembro 18, 2015

paisagem...


todos os pensamentos sou capaz de absorver, 
absorvo não deixo nem 1 para desaproveito

todos os detalhes de cada coisa, de cada som, 
de cada luz e sombra, de cada cor

escolho deleitar-me assim com o que habituado a viver numa espécie de solidão interior, agora constitui um apêndice de mim próprio, uma espécie de extensão


a sua beleza, a das coisas contempladas, supera de longe a insensatez dos juízos mantidos por uma mente relutante

tudo o que trago de belo e conclusivo ao domínio da mente, acaba invariavelmente por se constituir em carma, pelo que falho no corpo e pelo juízo da própria mente, dominadora

os planos contemplativos da própria consciência são bem mais atractivos

ai não existem regras impostas, não existe desejo de forma alguma, não existe julgamento

apenas no não existir a consciência contemplativa da própria ausência de ser se percepciona levemente...

é o tipo de testemunho e celebração à vida,
sem peso ou o ónus da tua própria existência.




Às vezes...

às vezes o vento sopra onde não o esperas,
às vezes não...

depois tem a linha do mar, 
nas palmas da mão,

o singular aperto do coração.

às vezes o chegar até só, 
ainda que sonhos sejam acompanhados
de pessoas, de quimeras...

depois falas com um livrinho, 
como se leva-se a um destino
exacto, perene...
às vezes não.

as trajectórias não se perdem em vãos de escada

o sol laranja seduz e encanta,
enquanto se esconde por detrás da neblina marítima.

pede um desejo de amor que hoje,

na Aguda às vezes...