Família é um micro modelo de sociedade.
Como se neste formato os humanos se agrupassem regulamentados sobretudo nos laços sanguíneos, como se fosse a primeira escola, para uma forma de se encontrar métodos de desenvolvimento do grupo mais eficazes.
Começando normalmente no pai e na mãe que constituem o núcleo mais activo de uma família, iniciam estes o processo de se dirigirem numa direcção diferente da que naturalmente seguiriam, se estivessem sós.
Tem que encontrar dentro de si mesmos os mecanismos de cativação necessários para que se sintam bem e se mantenha viva a chama da atracção, nas coisas do dia-a-dia, descobertas, prazeres, protecção e até rituais.
Rituais que se estabelecem em alianças intimas e quase exclusivas deste par. Depois surgem os filhos, cada um com sua própria personalidade latente e no desenrolar dos anos, cada vez mais afirmada.
Aqui as regras são semelhantes, só que ainda é exigido mais para que se mantenha e expanda a atracção para dentro do grupo (centrípeta).
Estabelecem-se novas regras adaptadas ás características e aos sexos dos novos membros, sempre com um esforço natural para se equipararem ao máximo os direitos de cada um, ainda que com funções diferenciadas.
Assim se desenvolve o grupo, regido primeiramente pela energia animal, sexual, primária, instintiva…
Ao desenvolver-se e pela complexidade do grupo que agora se alarga a novos membros e personalidades, inicia um processo de refinamento ao nível das reacções, dos sentimentos.
Começam a surgir novos atributos que se procuram também adaptar às necessidades dos seus elementos, no fundo às necessidades dos tempos.
Muito generalizadamente assim chegamos aos dias de hoje, esta imensa massa humana que prevalece espalhada pelo globo, sendo o modelo no Ocidente e na maior parte dos países esta família primeira, que sofrendo as mutações características do seu desenvolver pelo plano chegou ao que somos hoje, países, nações, religiões, etc.
Depois deste passeio pelas palavras e pelas ideias, desejo é focar o inicio de um potencial ciclo humano que representa cada uma das nossas próprias famílias, lá em casa... a importância que representam as nossas relações com os nossos pais, os nossos irmãos e os nossos filhos, todos obviamente diferentes mas todos obviamente unidos pelo sangue e por uma energia menos óbvia mas ainda mais marcante nas nossas vidas, a energia do amor espiritual ou psicológico se assim quisermos, que une os seus membros.
Acredito não ser possível mudar a face do mundo, sem primeiro se mudar a nossa face.
Acredito não ser possível ver os resultados que se desejam nas ruas, sem se iniciar o processo da face interior das ruas, que são as nossas casas.
Sem estarmos de verdade interessados em cultivar em nossos hábitos diários, a honestidade, a humildade, a cooperação necessária para com os nossos irmãos, jamais conseguiremos estabilizar verdadeiramente as nossas vidas ”lá fora”, profissionalmente ou com os amigos, ou com os vizinhos, etc.
Enquanto não conseguir o homem manifestar sua energia vital sem arrogância, enquanto não purificar, limpar, descorromper suas relações, enquanto não for transparente e fraterno, enquanto for preguiçoso e não se envolver com seus familiares caridosamente para que o grupo passe melhor, enquanto não combater seus vícios violentos, não adianta muito fundar novos núcleos familiares fora do seu próprio núcleo, pois por força de razão “se não conseguiu encontrar o fruto no seu quintal por não haver semeado, ainda que o encontre em terreno alheio, aquele primeiro sempre lhe será devido.
Paz a todos.
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