terça-feira, maio 18, 2010

Arrojo

É um arrojo... um arrojo retirar das paredes da tua alma todos os enfeites.


É um arrojo, despir o que torna insuportável a tua nudez .


É um arrojo mergulhar nesse abismo e depois esbarrar em sólidas paredes... feitas de carne, de osso... e sangue...


Afinal não é muito mais suportável o labirinto das futilidades?
Não escondem no seu ruído brilhante e cinzento, a dores legitimas de um coração aprisionado?
Quem não deseja as paredes de sua prisão decoradas e enfeitadas, como se em cada um desses enfeites encontra-se, um sentido para o próprio esquecimento.


Afinal, quem deseja ter como decoração de seus muros, um  singular traço de cimento?


Um arrojo pensar que se não tem muros...


Arrojo fazer deles companheiros de viagem...
até ao dia ou à noite em que como um suspiro,
um balão de luz irrompa súbito e estoure...
no que o entendimento chama de entrega total.

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