sexta-feira, março 08, 2013

as pessoas comprimidas


as pessoas comprimidas, pressionadas e espoliadas de escolha, obrigadas a submeterem-se às regras de um regime social e económico, para poderem adquirir aquilo que consideram os seus direitos,  revoltam-se…

as pessoas revoltadas necessitam de controlo para que comummente aceite, a anarquia não contamine e prejudique o funcionamento do que  as limita, mas permite que manifestem seu desagrado.

a necessidade de controlo legitima um sistema, que regula e elege os seus próprios elementos que legitimados por esta necessidade de controlo, constituem uma espécie de anátema social, com regalias próprias e poderes privilegiados, algo comparável ao que se verifica na religião católica com sua Cúria Romana no Vaticano, na pele do ser humano, com uma borbulha infecta, ou verruga disforme e incómoda.

então o sistema gera a compressão sobre as pessoas…

para que as pessoas ocorram na manifestação da revolta, para depois o mesmo sistema por consequência apoderar-se da legitimidade da repressão dessa revolta e simultaneamente sobre si próprio, recair a auréola de uma espécie de benfeitor desinteressado, onde regras próprias e adversas são permitidas e toleradas por todos...

assim as pessoas nem se dão conta, mas na ausência das suas livre escolhas, na entrega consciente ou preguiçosa que outorgam a outros do que lhes cabia a si mesmos, liberdades e direitos acabam por justificar e retro-alimentar a existência daquilo que as comprime e em ultima instância  daquilo que tanto se queixam enquanto manifestantes…

(reflexões acerca da psicose-colectiva)

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