quarta-feira, agosto 21, 2013

O Budismo no Ocidente

O Budismo no Ocidente

“Quer sejamos ricos ou pobres, instruídos ou incultos, pretos ou brancos, do Oriente ou do Ocidente, nosso potencial é igual. Somos todos mental e emocionalmente iguais.” (Dalai Lama, trecho de discurso proferido no Central Park em 1999)

A busca pela felicidade sempre foi mundial e inerente à condição humana. Todo ser carrega em si o desejo de ser feliz e assim estar longe do sofrimento.

As religiões constituem um dos caminhos para que essa busca se realize. Assim, diversas culturas encontram no catolicismo, no espiritismo, na umbanda, e em outras religiões um caminho para serem felizes.

Até pouco tempo o Budismo estava associado ao Oriente, e pouco se estudava e se sabia sobre seus princípios e filosofia.

No entanto, com a busca continua por novidades, o ser humano resolveu voltar seus olhares para o Oriente e aprender com eles o que é o Budismo e o que ensina essa religião.

Os ensinamentos de Buda vêm a nós como uma filosofia de vida, uma nova forma de encarar e conviver com nossas dificuldades pessoais, dando-nos ferramentas para agir de formas diferentes, sem que para isso seja necessário abrir mão de nossas antigas crenças.

Por isso essa filosofia se expandiu tão rapidamente no Ocidente, e entrou como uma nova opção para buscar a felicidade.

Nós, ocidentais, temos pouco hábito de introspecção, não sabemos meditar e encaramos as verdades como únicas absolutas, sem questioná-las na sua essência.

O Budismo ensina que o ser humano sofre, principalmente, porque não enxerga a realidade sem estar absorto nela, ou seja, é preciso pensar sobre um fato e analisar se não é uma projecção do nosso ego.

Nós, ocidentais, até então só aprendemos a nos buscar fazendo terapia e mesmo assim, não são todos que buscam esse auto-conhecimento.

Sem dúvida é um longo e sofrido caminho que percorremos dentro de nós mesmos, porém só podemos ser felizes a partir do momento que sabemos quem somos.

Enxergar nossas dificuldades, nossos medos e ansiedades não é tarefa fácil, pois o reconhecimento delas implica na necessidade de uma atitude humilde, onde eu aceito meus defeitos e através dessa consciência, busco a melhora.

O budismo nos traz técnicas de meditação onde aprendemos a aquietar a nossa mente, sempre poluída de pensamentos e imagens, que nunca consegue descansar. Para ser budista, é preciso aprender a meditar, e não é um exercício fácil. Quando nos colocamos em silencio e buscamos a paz, nos observamos, nossa mente não para e o afluxo de sensações imagens e ideias é constante. Manter uma mente quieta significa conseguir ter controle sobre ela e deixá-la fluir como a água do mar.

Através desse estado é que nos libertamos de nossos apegos e podemos ter a mente limpa para analisar qualquer fato, sentimento ou sensação.

Um exemplo: vamos supor que você discuta com sua filha de uma forma autoritária. Provavelmente, nem vai se questionar se tem razão ou não, pois pela criação ocidental é implícito que, sendo adulto, você sabe o que é melhor para ela e sabe mais do que ela.

Numa visão budista, o ideal é se acalmar, se libertar dessa omnipotência de tudo saber e olhar o outro lado da moeda, ou seja, será que o que ela esta fazendo era realmente errado? E se ela teve motivos para agir de tal forma?

Avaliar esses dados amplia o campo de raciocínio e assim, podemos julgar com menos apego e mais razão.



Como ocidentais, temos muito a aprender com o Budismo, pois é um caminho para a introspecção, para a revisão de nossos valores, o desapego e a conquista da felicidade.

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