O Budismo no
Ocidente
“Quer sejamos
ricos ou pobres, instruídos ou incultos, pretos ou brancos, do Oriente ou do
Ocidente, nosso potencial é igual. Somos todos mental e emocionalmente iguais.”
(Dalai Lama, trecho de discurso proferido no Central Park em
1999)
A busca pela
felicidade sempre foi mundial e inerente à condição humana. Todo ser carrega em
si o desejo de ser feliz e assim estar longe do
sofrimento.
As religiões
constituem um dos caminhos para que essa busca se realize. Assim, diversas
culturas encontram no catolicismo, no espiritismo, na umbanda, e em outras
religiões um caminho para serem felizes.
Até pouco tempo o
Budismo estava associado ao Oriente, e pouco se estudava e se sabia sobre seus
princípios e filosofia.
No entanto, com a
busca continua por novidades, o ser humano resolveu voltar seus olhares para o
Oriente e aprender com eles o que é o Budismo e o que ensina essa
religião.
Os ensinamentos de
Buda vêm a nós como uma filosofia de vida, uma nova forma de encarar e conviver
com nossas dificuldades pessoais, dando-nos ferramentas para agir de formas
diferentes, sem que para isso seja necessário abrir mão de nossas antigas
crenças.
Por isso essa
filosofia se expandiu tão rapidamente no Ocidente, e entrou como uma nova opção
para buscar a felicidade.
Nós, ocidentais,
temos pouco hábito de introspecção, não sabemos meditar e encaramos as verdades
como únicas absolutas, sem questioná-las na sua essência.
O Budismo ensina
que o ser humano sofre, principalmente, porque não enxerga a realidade sem estar
absorto nela, ou seja, é preciso pensar sobre um fato e analisar se não é uma projecção do nosso ego.
Nós, ocidentais,
até então só aprendemos a nos buscar fazendo terapia e mesmo assim, não são
todos que buscam esse auto-conhecimento.
Sem dúvida é um
longo e sofrido caminho que percorremos dentro de nós mesmos, porém só podemos
ser felizes a partir do momento que sabemos quem somos.
Enxergar nossas
dificuldades, nossos medos e ansiedades não é tarefa fácil, pois o
reconhecimento delas implica na necessidade de uma atitude humilde, onde eu
aceito meus defeitos e através dessa consciência, busco a
melhora.
O budismo nos traz
técnicas de meditação onde aprendemos a aquietar a nossa mente, sempre poluída
de pensamentos e imagens, que nunca consegue descansar. Para ser budista, é
preciso aprender a meditar, e não é um exercício fácil. Quando nos colocamos em
silencio e buscamos a paz, nos observamos, nossa mente não para e o afluxo de
sensações imagens e ideias é constante. Manter uma mente quieta significa
conseguir ter controle sobre ela e deixá-la fluir como a água do
mar.
Através desse
estado é que nos libertamos de nossos apegos e podemos ter a mente limpa para
analisar qualquer fato, sentimento ou sensação.
Um exemplo: vamos
supor que você discuta com sua filha de uma forma autoritária. Provavelmente, nem
vai se questionar se tem razão ou não, pois pela criação ocidental é implícito
que, sendo adulto, você sabe o que é melhor para ela e sabe mais do que
ela.
Numa visão
budista, o ideal é se acalmar, se libertar dessa omnipotência de tudo saber e
olhar o outro lado da moeda, ou seja, será que o que ela esta fazendo era
realmente errado? E se ela teve motivos para agir de tal
forma?
Avaliar esses
dados amplia o campo de raciocínio e assim, podemos julgar com menos apego e
mais razão.
Como ocidentais,
temos muito a aprender com o Budismo, pois é um caminho para a introspecção,
para a revisão de nossos valores, o desapego e a conquista da
felicidade.
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