Costumas procurar reservar uma altura dia teu dia, ou da tua noite para a prática de um qualquer tipo de meditação.
Sabes o bem-estar que essa prática te devolve.
A base desse saber sabes ser segura dado que resulta de sua própria prática que ao consolidar-se perante uma força de vontade dirigida, constante e disciplinada, não de imediato mas ao longo do tempo se vai revelando.
Até aqui tudo é fácil reconhecer-se, incluindo as dificuldades naturais de desmembrar um ego mais ou menos incrustado, para se obter a recompensa da paz e do silêncio da autenticidade.
Um dia porém sob a julgada rotina de algo que não se domina ainda, apesar dos deslumbres que possam até já ter acontecido, pode acontecer não acontecer nada apesar de todos os esforços aplicados.
Surge então uma sensação de frustração pela "refeição" que outrora parecia garantida, e a fome do que já se teme perder cresce avassaladora.
Da paz que se julgou garantida, retorna uma inquietação que se julgava impossível...
Quando tal acontecer é um sinal recebido desde a origem dos teus anseios, que te está a informar que a tua pratica de meditação, tem agora que crescer...
Tem agora que sair desse espaço que lhe consagraste e invadir impiedosamente para lá das fronteiras seguras da sua prática controlada.
Quando isso te acontecer é porque a tua meditação nessa altura, nesse dia, nesse momento ou nessa vida até.... é para ser respirada desde o sopro que agora acontece até ao teu último sopro que não sabes quando irá acontecer...
Quando não consegues meditar tranquilamente tua prática conhecida, é porque a tua meditação deseja transpor fronteiras que tu próprio julgavas não existir, mas que te mantém refém de alguma forma.
Nessa altura, não te reúnas ao dia nem à noite sem a trazer contigo, essa meditação que agora se transforma e te transmuta, em algo que bem podes comparar a um salto mortal no escuro, para que não te assustes...
Boas Meditações.
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