Quantas vezes, de um bem-estar se passa vertiginosamente para
um mal-estar, apenas por se julgar ter possuído algo que não se pode possuir?
Hás-de pensar em quanto do teu bem-estar reside numa dinâmica,
como se de uma dinâmica dum inocente se tratasse. É um sentimento de leveza. Não
raras vezes sem rede, sem seguranças forçadas nem medos antecipados. É mais como uma
sensibilidade para com as coisas, uma atenção com a distância certa a cultivar
com todos os seres, consigo próprio. Aquela distancia contemplativa, que permite
uma aproximação não calculada ao coração de si próprio.
É uma alegria genuína que abunda… que se reflecte harmoniosamente nos gestos . Cativante para quem vê, cativante para quem usufrui de algo assim…
Depois o erro comum: julgar que descobriste uma coisa
acerca de ti que ninguém descobriu ainda acerca de si, algo só teu, algo que
reconheces pelo bem-estar que gera, pelas portas que abre.
É geralmente nessa
altura, quando quantificas o que recebes como quem armazena para mais tarde, que inicia a tua desconexão com o próprio
processo gerador deste estado de Graça.
Só em boa verdade pode garantir como possuído, aquilo que em
sua essência já morreu.
A vida não se deixa agarrar por ninguém…
Sê o eterno estudante de ti próprio,
não desejes ser o mestre de ninguém…
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