São vários os poetas,
músicos, pensadores a indagar, em suas obras, o que faríamos se hoje fosse
nosso último dia de vida.
Reflectem sobre a
importância da vida, analisam como valorizamos coisas desnecessárias, como nos
iludimos com aquilo que, efectivamente, não nos faz felizes.
Naturalmente, se hoje fosse
o último dia de nossa vida, ou se pudéssemos prever nosso derradeiro dia, na
existência física, as reflexões seriam bem diferentes para cada um de nós.
Na incerteza de quanto
tempo ainda teremos, não nos preocupamos se agimos certo, se valorizamos o que
verdadeiramente merece.
Porém, se é incerto o dia
que partiremos, temos a certeza de que todos iremos morrer.
Por isso, talvez o melhor
seja não nos perguntarmos o que faríamos, se hoje fosse o último dia.
Talvez fosse melhor nos
indagarmos como temos nos preparado para quando esse dia chegar.
Isso porque, ao concluir
nossa jornada na Terra, ao terminar esta experiência física, a vida continuará.
Todos voltaremos para casa,
ao mundo espiritual, de onde viemos quando aqui nascemos.
Conscientes disso, a
pergunta mais oportuna a nos fazermos é: Quais os valores que estamos
conquistando e que constituirão nossa bagagem ao partir?
Será que retornaremos ao
mundo espiritual carregados de débitos morais?
Somos dos que caminhamos na
vida prejudicando, traindo, gerando inimizades e dificultando a vida alheia?
Seremos os que usurpam,
roubam, corrompem, abortam ideais, desviam vidas?
Oxalá sejamos daqueles que
têm juntado em sua intimidade valores nobres e tesouros morais.
Aqueles que atendemos
com rectidão de carácter os compromissos familiares,
a educação dos filhos, que actuamos como profissionais responsáveis e
dedicados, que somos cidadãos cumpridores dos próprios deveres.
Mais do que isso: que
sejamos aqueles que empregamos nosso tempo também para o bem ao próximo, para a
vivência da solidariedade, agindo de maneira positiva na comunidade.
Assim, melhor do que
pensarmos o que faríamos se hoje fosse nosso último dia, é analisar o que temos
feito, o que vimos juntando para a viagem de retorno ao nosso verdadeiro lar.
Nenhuma viagem de grande
porte ocorre com sucesso sem haver programação e dedicação.
Nosso retorno ao mundo
espiritual não deve ser diferente.
Colheremos alegrias ou
grande constrangimento, conforme os dias que hoje vivemos.
Nenhuma premiação ou
condenação divinas, nenhum destino definitivo. Apenas o encontro com a nossa
própria consciência.
Sem a possibilidade de nos
escondermos atrás das máscaras e subterfúgios que aqui utilizamos, iremos nos
deparar, na continuidade da vida, com a realidade de nosso mundo íntimo.
Portanto, são nos dias do
agora, através de nossas atitudes e valores, que construiremos a nossa
felicidade futura, ou dias de dificuldade e dor, quando do nosso regresso à
Casa do Pai.
Pensemos nisso, hoje,
enquanto é tempo.
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