terça-feira, abril 29, 2008

1 ruga

1 ruga: ele fez de tudo um pouco para se desviar de algum percurso para si projectado por alguém que o criou, que o alimentou e viu crescer.
Dáva assim a voz a algo que do seu peito cedo emergiu sem forma, e no vigor da sua juventude acabou por emprestar a seu quadro cores fortes e algo berrantes.
Andou pelos excessos, contrapostos àquilo que não sentia n/os outros compreender.
Viveu excessos. Embriagou-se despudoradamente virando as costas ao que se havia instituído, que lhe dava guarida/guarita.
Era assim uma espécie de vadio sem o ser, miserável sem o ser, pobre sem o ser, solitário sem o ser.
Passaram-se aventuras em excessos mergulhadas, ele sempre via tipo pelo retrovisor aquele que se encontrava ao seu redor e àquele que percebia em situação idêntica, deu sempre a mão.
Quando não o fez, pela tarde chorou amargamente.
Depois de alguns acontecimentos, vários, demais amontoados em caos suburbano, numa trip sem planear, descobriu o que sempre procurou da forma o mais avassaladora possível.
É que todos eram irmãos: Todos os destinos, todas as missões, todos os caminhos afinal, tudo expressão de um único autor...
Uma única ruga ancestral, no rosto imponderável da eternidade.

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