segunda-feira, março 26, 2012

Conforto

Nos dias actuais, a ciência progride vertiginosamente no planeta. 
 
No entanto, à medida que se suprimem os sofrimentos do corpo, multiplicam-se as aflições da alma. 
 
Nos países com padrão social mais elevado, impressiona o crescente número de suicídios.
 
Os jornais estão cheios de notícias maravilhosas quanto ao progresso material. Segredos sublimes da natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar. Contudo, a estatística dos crimes humanos segue espantosa.
 
São frequentes as notícias sobre tragédias conjugais, traições e abandonos.
 
Parece haver muita sede de liberdade sem responsabilidade.
 
As criaturas se permitem tristes inquietações sexuais, sem atinar quanto a possíveis limites.
 
Ao muito se facultarem, no entanto, não se tornam mais pacíficas e felizes. Ao contrário, sôfregas e inquietas, passam a imagem de uma imensa carência. Nessa onda de loucuras, surgem novas e intrigantes enfermidades, físicas e psíquicas.
 
A rigor, o homem moderno não se mostra preparado para viver com conforto.
 
Ele a cada dia mais domina a paisagem exterior, mas não conhece a si mesmo.
 
Quando são atendidas as necessidades do corpo, surgem imperiosas as carências da alma. O conforto humano tende a aumentar naturalmente. Pouco a pouco, o homem disporá de mais tempo para si. O trabalho se tornará cada vez mais intelectualizado e eficiente. A democratização das informações também viabilizará o questionamento de antigas crenças e valores. O problema reside em identificar o que convém, ante tal quadro, a um tempo perigoso e promissor.
 
Ressurge oportuna a reflexão de Paulo de Tarso, no sentido de que tudo nos é possível, mas nem tudo nos convém fazer.
 
Com horas livres e acesso à Internet, surge um mundo de possibilidades.
 
O homem pode se permitir as maiores baixezas nesse ambiente virtual.
 
Pode se viciar em pornografia, participar de conversas de baixo calão e incentivar o ódio.
 
Contudo, na conformidade do que decidir viver, terá consequências inevitáveis.
 
Caso se conecte com as faixas infelizes da vida, a cada dia mais infeliz será.
 
Assim, no pleno uso da liberdade pessoal, é o momento de decidir o que se viverá.
 
Não mais movido por convenções sociais, medo ou falta de opções.
 
Tudo é possível, mas convém fazer escolhas felizes e construtivas.
 
Instruir-se, voltar os olhos para o que de belo e puro há no mundo.
 
Cuidar para que as horas de folga sejam momentos de paz e aprimoramento.
 
Pense nisso.
 
com base no cap. 5, do livro Os mensageiros, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Sem comentários:

Enviar um comentário