Hoje desloquei-me para almoçar a um restaurante típico na Ribeira no Porto.
Gosto de lá ir, porque se consegue facilmente almoçar muito bem e barato.
Escolhido o restaurante, pequenino e com um pouco mais que uma dúzia de mesas, escolhi partir o pão numa mesa em onde pudesse ver o televisor, seguir as noticias do mundo.
Ao ritmo calmo e descontraído das pessoas que iam chegando, pedi uma garrafinha pequena de vinho da nossa terra, aquele regional, que além de fresco e saudável ainda espanta os espíritos, os maus espíritos claro.
E tudo na companhia impar das castas Malvásia Fina, Síria e Fernão Pires, acompanhei assim a refeição com um branco bem fresco de Valpaços.
Entre refeição, inicia o noticiário que hoje entre tantas desgraças conhecidas de todos, tivemos em jeito resumidamente poético: Palestina versus Israel, que desde que crucificaram Cristo não mais tiveram paz, sarcozi em França no inicio de um ameaçador ciclo xenófobo para toda a Europa, o G5 e suas risadas cínicas enquanto um pouco por todo mundo dificilmente se controlam os distúrbios sociais bem no centro de suas politicas de governação, as mortes noticiadas junto com os escândalos um pouco por todo lado, testemunhadas com a indiferença dos clientes deste restaurante no centro da cidade velha do Porto.
A dita Invicta ou seja jamais vencida.
Enquanto permanecer uma nação que seja armada, não existirá a paz entre os homens à escala global. E falando sobre a propagandeada globalização, nem que esteja um pequeno país em conflito armado, estão todos inequivocamente envolvidos.
A paz só vale quando for global, só é efectiva dessa forma.
A guerra ainda que num país distante que não vemos com nossos próprios olhos é uma guerra que está a acontecer à nossa volta ainda que não o queiramos aceitar (ver).
O risco de continuarmos enquanto humanidade divididos e armados poderá em consequência final, ser uma lenta representação do que se passa nos nossos actuais matadouros, até não restar nada mais que meia dúzia de funcionários atónicos com a matança.
Bom vinho Dólmen, que até tem nome de monumento fúnebre…
De súbito no restaurante, depois de silenciado pela calma do ambiente, do som e imagens das noticias, eis que alguém se levanta da mesa ao lado para ver melhor. Depois alguém ao lado comenta e sorri sarcásticamente. Outro assim divertido genuínamente critica e comenta a noticia: O treinador português Mourinho teve uma arruaça em Londres com a polícia local por causa de um cãozinho pequeno. Daqueles tipo béu, béu… mais do que aúm, aúm….
E ei-los animados, mais de metade das variadas pessoas que compunham o panorama do meu almoço. De repente acordou tudo do torpor….
… Enquanto o Mundo gira nas mãos de tiranos….
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