Passava entre as paredes de uma cidade velha, escondia os medos libertando os braços, à largura do corpo. Soltava então passos largos em rasgo de calçadas frias. Sentia o sangue quente e calmo, a mente relaxada mas atenta. Que sentido, tanto sentido. Que cada coisa que fazia, cada coisa que adorava, tinha um sentido profundo em sua própria existência, uma relação para além do que reconhecia em si próprio usualmente.
Entendeu as pessoas que amava, aqueles gestos que são tradutores de todos os gestos.
Deixou-se levar pelo êxtase do enlevo, elevou-se assim, perdido e solto no seio das revelações. Acreditou de novo. Nasceu de novo para o som da sua própria respiração. Viu-se de novo, renovou votos, sorrio para dentro.
Acreditou em cada um dos seus passos enfim, não estar só. Sentiu o propósito das coisas.
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