Saiu pela manhã... uma manhã ensolarada e quente.
Seu espaço interior iluminou-se e ao reter um saltito de um grande melro negro e de bico vermelho, reteu um próprio fragmento de existência, de tempo.
Mais tarde, ao dar conta de si, já havia retido de igual forma dois fugazes pardais e um veloz voo de uma gorda e pequenina andorinha.
Em cada momento que do espaço exterior no seu olhar suspendeu, trouxe para o seu espaço interior em formato instantâneo uma porção de realidade ininterrupta plasmada numa tela e assim, captada uma parcela.
Assim como o católico que recebe o santíssimo sacramento da mão do sacerdote, ele recebe um santíssimo fragmento da mão da vida.
É quase como se fosse o seu mundo interior um espaço ilimitado a colorir, e a vida cá fora as imensas possibilidades que o irão embelezar.
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