A
BOLEIA
Imagina que vives numa
casa que faz parte de um condomínio.
Uma moradia, um
apartamento, … imagina.
Depois, imagina, que
através de um simples correio electrónico, informas de algumas das rotinas de
que dispões, aquelas que achas podem ser úteis a alguém mais.
Por exemplo, que todas as
manhãs te deslocas a determinada hora, para determinado local.
Que fazes determinado
trajecto.
Imagina que nesse
condomínio tem alguém que faz muitas vezes esse trajecto, até que tem ainda
mais alguém que costuma ir para um lugar que fica de passagem.
Seriam 3 pessoas a
partilhar um mesmo transporte, a economizar e aplicar as dinâmicas sustentáveis
sobre as suas vidas.
Quem nos convenceu que na
partilha de determinadas coisas básicas e importantes, como este caso a que
chamarei do “caso da boleia” teríamos que conhecer ou dar a conhecer as vidas
das pessoas em pormenor?
Das pessoas que
transportamos por exemplo!
Quem ganhou com o
estabelecimento dessa desconfiança?
Qual o preço a que nos
sai e a quem o pagamos?
Alguém a quem conhecemos
tão bem como aqueles a quem daríamos a boleia?
Certamente que não.
Não chegará a ser uma
espécie de falso conforto, de um egoísmo disfarçado de conforto? (esta é para o
que pensaste J)
Imagina que no acerto das
tuas rotinas crias redes de comunicação, que não precisam de ser redes de
assuntos pessoais, mas apenas de serviço…, de boleias.
Imagina que ganhas
qualidade de vida com isso, economizas e andas mais feliz.
Que encontras enfim o
modo simples que tanto necessitavas encontrar, para expressar a tua
contribuição comunitária sem ter que ir a nenhuma espécie de urna de voto.
Imagina que depois de ler
este texto envias um correio electrónico às pessoas “do teu condomínio”, a
informar de algumas das tuas rotinas, aquelas “em que não te acontece nada” e
depois imagina que te vais divertir imenso com a situação, que vais aprender
imenso, que vais ganhar imenso enquanto ajudas o ambiente…
Que de súbito somos
milhares a reorganizar os dias e os recursos de todos de forma divertida, em
comum e sem juízo de valores, sem entraves sociais, apelando apenas à nossa
imaginação criativa e positiva em beneficio próprio e não só.
Imagina um ambiente mais
são, mais saúde e felicidade.
Mais integração e mais
necessidade de contacto de uns pelos outros.
Mais liberdade e
ecologia.
Pois eu irei enviar um
correio electrónico ao meu pequeno condomínio de 6 vizinhos, a informar que
todos os dias me desloco para determinado lugar a determinada hora, e se algum
necessitar de uma boleia amanhã ou quiçá um dia destes, a rede aumenta, e assim
estarei um passo mais próximo da boleia que me trouxe até aqui.
Namastê