sexta-feira, março 28, 2014

Snarky Puppy - Mr. Montauk (groundUP)

Bens adquiridos

Quantas vezes, de um bem-estar se passa vertiginosamente para um mal-estar, apenas por se julgar ter possuído algo que não se pode possuir?

Hás-de pensar em quanto do teu bem-estar reside numa dinâmica, como se de uma dinâmica dum inocente se tratasse. É um sentimento de leveza. Não raras vezes sem rede, sem seguranças forçadas nem medos antecipados. É mais como uma sensibilidade para com as coisas, uma atenção com a distância certa a cultivar com todos os seres, consigo próprio. Aquela distancia contemplativa, que permite uma aproximação não calculada ao coração de si próprio.

É uma alegria genuína que abunda… que se reflecte harmoniosamente nos gestos . Cativante para quem vê, cativante para quem usufrui de algo assim…

Depois o erro comum: julgar que descobriste uma coisa acerca de ti que ninguém descobriu ainda acerca de si, algo só teu, algo que reconheces pelo bem-estar que gera, pelas portas que abre. 

É geralmente nessa altura, quando quantificas o que recebes como quem armazena para mais tarde, que inicia a tua desconexão com o próprio processo gerador deste estado de Graça.

Só em boa verdade pode garantir como possuído, aquilo que em sua essência já morreu.

A vida não se deixa agarrar por ninguém…

Sê o eterno estudante de ti próprio,
não desejes ser o mestre de ninguém…

Revês-te?

É uma altura de tua vida particularmente sensível. Daquelas alturas em que parece que se juntaram todas as dificuldades ao mesmo tempo. São contrariedades, depois situações que não dominas, parece que a insegurança ainda vem piorar mais este cenário. É profissionalmente e depois quando voltas ao lar, mais dificuldades, mais problemas, falta de comunicação, problemas de saúde…

É com os vizinhos, é com o trânsito e com os teus próprios tempos livres que em vez de serem os momentos onde costumas encontrar alguma paz, algum descanso, de repente reparas que parece mais um deserto de emoções.

Depois são dias após dias num tempo interminável de tal forma que muitas vezes estupefacto com os eventos tu pedes, pedes muito, pedes a um Deus, a uma Força Maior, pedes desesperado e repetidamente, pedes a tudo que te lembras, aos Anjos, a pessoas por quem tens fé, dia após dia pensando; caramba! quando irá isto terminar? não aguento tanta desolação, tanto problema, tanta tensão… 

a saúde fica tomada por este sentimento de frustração por tanta infelicidade…

Passam mais uns dias, umas semanas e parece que já passou uma vida neste martírio repetido até que deixas inclusive de pedir, pedir misericórdia, pedir uma ajuda sobrenatural que seja, que te valha…

Ficas como que esquecido neste torpor, dia após dia, naquilo que parece um eternidade de tempo…


Depois a um dado momento, notas que algo parece diferente e nas mais pequenas coisas um brilho mais intenso, nos sabores, nos relacionamentos que deslizam que fluem, profissionalmente corre tudo melhor, de feição. 

Obtens reconhecimentos inesperados. Quando vais para relaxar, ainda só a pensar na ideia, agora sorris. 

Eis que sem saberes como, confirmas que tudo desanuviou como se duma tempestade emergisses ileso… 

a questão que coloco é a seguinte:

Fazes o mesmo de anteriormente… ou seja, diriges-te insistentemente ao teu Deus ou ao teu Absoluto, Natureza, Força Maior ou o que seja para agradeceres a graça enfim concedida, - ou esqueces?  

Esqueces até voltares a encontrar-te em dificuldades?


sexta-feira, março 14, 2014


A sabedoria de receber

Algumas pessoas têm uma grande capacidade para dar, para oferecer a outrem presentes variados. Capacidade de descobrir o de que o outro necessita e lhe providenciar, com presteza.

Mas, percebe-se, que alguns de nós temos dificuldade em receber o que nos é ofertado. Por vezes, em determinadas circunstâncias de nossas vidas, reagimos a certas dádivas, com quase intolerância: Detesto caridade alheia em meu favor.

Esquecemos de que o próprio Cristo, o único Ser perfeito que transitou pela Terra, não se furtou a aceitar o auxílio de um tal Simão, das bandas de Cirene, na África, a conduzir o próprio madeiro da crucificação.

Com certeza, como em todos os atos de Sua vida, aproveitou o ensejo para ensinar a sabedoria de receber. Ele dera tanto de Si, amor integral que era. Mas, naquela circunstância, exaurido pela perda de sangue após o suplício dos açoites e a coroa de espinhos, a noite indormida, a falta de alimento e de água, agradeceu com o olhar o auxílio do Cireneu.

E continuou caminhando, até o local do suplício.

Igualmente, expressou gratidão ante a dádiva de Verónica que, rompendo o cordão de isolamento dos soldados, chega até Ele e lhe enxuga a face ensanguentada e suarenta: deixou impressa Sua imagem no linho alvo.

Recordamos de uma professora que foi enviada a leccionar em uma escola na periferia. Ali, havia falta de tudo. A sala de aula era escura, sem pintura, de aspecto quase sombrio. As condições eram as mais adversas possíveis.

E os alunos eram filhos de homens e mulheres sem tecto, sem emprego, e tinham de si mesmos uma imagem depreciativa.

Ela chegou e fez a diferença. 

Convocou o marido, amigos, conhecidos, os próprios pais e organizou multidões. Conseguiu tinta e a escola ganhou cores festivas. Plantou flores para alegrar a entrada. E uma horta, para benefício dos alunos, que tudo recebiam entre a surpresa e a hesitação.

Jamais alguém os presenteara tanto. 

Eles estavam habituados a ter coisa nenhuma, rumando de uma para outra banda, seguindo os passos incertos dos seus pais. E agora, estava ali uma professora a lhes oferecer beleza, arte, conforto, carinho em todas as suas atitudes.

A maior alegria foi no dia em que ela, em tendo recebido o primeiro salário, adquiriu vários livros e os disponibilizou, montando pequena biblioteca, na sala de aula.

Livros didácticos, livros de histórias, livros coloridos, cheios de gravuras. Livros que enchiam os olhos e a mente! Aquelas crianças verdadeiramente os devoraram, folheando cada um como um tesouro inestimável.

A alegria delas enchia o coração da professora de felicidades.

A maior surpresa, contudo, foi quando começaram a chegar os presentes deles: uma flor colhida na estrada, a caminho da escola; um desenho, um cartão, uma frase rabiscada em pequeno pedaço de papel.

Era a sua vez de receber. E o fez, de forma admirável, redobrando-se em cuidados para com eles. E guardou cada um daqueles mimos, emocionada, pensando: 
Meu Deus, eles nada têm e me oferecem presentes.

A sabedoria de receber. Receber gratidão, um abraço, um aperto de mão, um envelope com certa quantia de que tanto necessitamos, um presente inesperado.

Pensemos nisso e recebamos com alegria o que nos ofertam amigos, conhecidos, desconhecidos, alguém que se sentiu tocado pela nossa acção, pela nossa vida, pela nossa dificuldade.


quinta-feira, março 13, 2014

As 3 dinâmicas da manifestação no Ser Humano

 1. A dinâmica da não consciência
 2. A dinâmica consciente interna/externa
 3. A dinâmica integral


 A primeira dinâmica, da não consciência;


Dinâmica composta por elementos com características de maior densidade, maior gravidade, peso, etc. Tanto nos humanos como nos elementos presentes na natureza, as suas características mantém uma forte correspondência entre si e podem ser grosseiramente divididas em duas sub-características em contraponto, exemplo;


§  No extremo da base desta dinâmica - o mundo mineral, as pedras, os metais, os cristais, enfim materiais de maior densidade física, por consequência com quase ou total ausência de “consciência”. Sua natureza e atributos são um resultado de sua frequência ou emissão vibratória, com frequência circunscrita, lenta e menor abrangência, podem estes materiais entretanto deter excelentes propriedades condutoras, sendo inclusive  usados em inúmeros  aparelhos tecnológicos da actualidade, como baterias ou memórias de informação. Por iniciativa própria são incapazes de qualquer alteração ao destino que lhes foi preparado, submetidos até à extinção ou transformação energética. 

São identificáveis comportamentos humanos semelhantes a estes graus dinâmicos de manifestação verificados no mundo natural. Quantos humanos por exemplo, executam rotinas muitas vezes com elevada eficácia, sem colocar em questão porque o fazem? para que o fazem? quando o fazem?... afinal, apenas o fazem desde que se lembram... afinal, os avós e os pais assim o fizeram e esperam eles, muitas vezes os filhos o venham a fazer da mesma forma... senão...


§ No extremo topo desta dinâmica e de forma genérica, usando também uma analogia natural; o universo vegetal. Composto por organismos ainda algo rudimentares quando comparados com os organismos animais por exemplo, são bem mais desenvolvidos com os que lhe antecederam. Sua natureza caracteriza maior disponibilidade molecular, sua constituição celular mais sútil, sua emissão vibratória elevada ao ponto de possuírem muitos destes organismos movimento presenciável e detectável. Mais complexos, como no caso de algumas plantas, reagem aos ambientes externos, rodam, fecham, abrem, curvam, esticam. Suas estruturas já desenvolveram partes distintas responsáveis por funções distintas, a nutrição, a auto preservação, disponibilidade de esporos para reprodução da espécie, etc. Existem organismos vegetais que devido a sua complexidade e desenvolvimento celular, conseguem reagir em tempo perceptível ao olhar atento, como as plantas sensitivas que reagem ao toque ou as carnívoras que se encerram quando sentem uma presa. 

Também nesta dinâmica natural de manifestação é possível visualizar alguns dos comportamento humanos comuns. Nesta dinâmica o humano elevou a sua capacidade de executar cegamente uma tarefa, para o patamar da reflexão, ainda que não compreenda muito bem porquê, no seu intimo já não acha estranho dispor-se a agir de acordo com os seus interesses, suas necessidades, suas conveniências.  

A segunda dinâmica, a consciente interna/externa; 

É uma dinâmica de manifestação que está para o reino animal como está para a relação do ser humano com sua natureza biológica. As suas características são rápidamente detectáveis e representadas pelos sentidos inatos presentes nos animais, na sua morfologia. Características avaliadas internamente, que muito contribuem pela forma como o sujeito se manifesta externamente, o que lhe acaba por dar um certo cunho de previsibilidade. Especificamente nos humanos este nível interno especializou-se no que são as dinâmicas presentes à constituição do ego, da personalidade, do processo mental. As dinâmicas internas fruto de pressões manifestadas externamente, são responsáveis ao nível energético por um tipo de vibração rápida mas ainda gravitacionalmente “agarrada” à sua portabilidade consciencial ou relacional. A sua dinâmica de característica híper estimulada que em resultado se origina, nutre os diversos corpos do ego e em seu auge, à obtenção mais ou menos consciente, da capacidade de captar ressonâncias astrais. É um tipo de híper-sentidos resultantes da vibração de uma dinâmica de manifestação de aspecto dual, interno e externo. Tem os humanos tradição em atribuir causas sobrenaturais a estes estados de consciência transitórios e seus fenómenos, erradamente quanto à sua sobrenaturalidade. É um fenómeno puramente natural e decorre de um relacionamento vibratório que em sede de ego, expande extraordinariamente oscilando desarmoniosamente em seu eixo dual


Existem muitos humanos que apresentam comportamentos uma vez mais, similares a estes processos, um exemplo pode considerar-se aquele humano que em determinado momento defende com unhas e dentes uma situação, mas que a outro momento já defende o contrário, igualmente com muita convicção. Ou aquele ainda que defende ambos os lados em simultâneo, para situações diversas. Eis aqui um comportamento algo típico do estado do que antecede o inicio de uma iniciação. Existe muita abertura, muita flexibilidade, pouca disciplina e dispersão que baste. Grande abrangência, pouca elevação. É difícil impedir a inconsistência dos factos manifestados, apesar de literalmente "já se assistir de 1º balcão à peça".



3. A terceira dinâmica, a integral;


 A dinâmica de manifestação característica ou fruto de estados vibracionais incomuns. Antropologicamente está associada a fenómenos da para-normalidade, por sua vez associados a super-humanos, se bem ser apenas o resultado de uma integração dirigida, constante, propositada e intencional de elementos, de agentes de modificação, de estados aceleradores de consciência, naturalmente observados, como agregadores de um eixo ou centro único.  

São as dinâmicas da manifestação humana no plano da existência ao serviço de uma interminável sede de conhecimento e observação do plano existencial, mas crescentemente com a intencionalidade da correcção de trajectórias, seja pela compreensão prática ou simbológica, dos factos manifestados sobre seu eixo.


Nesta dinâmica de manifestação o humano elege-se em oferenda às experiências de vida em que se vê imerso como se fosse um conteúdo. Não interfere propositadamente com o curso da natureza sempre que possível, sendo que procura de igual forma e intensidade compreender o rumo desse mesmo curso e em última e mais importante análise, aceite pacificamente e reforçadamente não saber para onde se dirige. Sabe que o seu objectivo não se resume num fim, mas sim num meio. Eis o seu instrumento de trabalho, o meio de... 


Compreende a necessidade da disciplina que a liberdade contém, mas não defende a necessidade de estratificar suas experiências, focando muito mais senão inteiramente sua própria experiência de vida em todos os seres que o rodeiam e todo o ambiente que o envolve e interpenetra, sempre com uma atitude elevadora, altruísta, filantrópica, integradora e espiritual.


É a dinâmica de manifestação integral ensinada por humanos entendidos como Avatares, Santos, Sábios, Guias ou Mestres da Humanidade. É uma dinâmica sem estática, universal, cósmica, onde o humano pela experiência vibracional harmoniosa a que se submete em seu relacionamento integral, se relaciona com o todo, com o colectivo inconsciente de sua própria  génese. Intervindo incólume em sua própria trajectória, opera ao nível celular alterando significativamente mais rápido sua espiral consciencial, integrando ao nível energético planos de manifestação de energia superiores, dissipando em consequência corpos de ilusão do ego para se fixar gradualmente seja no corpo búdico ou crístico, em última instância o espírito santo.  


Pai Deus do Universo, Filho Homem Deus imanente, Espírito Santo manifestação da comunhão perfeita do Filho com Pai