Ao
percorrer a história da Humanidade sempre se encontra um rastro
perfumado. No princípio, era o incenso, a mirra e outras madeiras
aromáticas.
O Velho Testamento regista Moisés construindo um altar de perfumes para Jeová. Entre eles craveiro e rosas.
Depois vieram os unguentos e óleos de substâncias como o timo e o orégano, com que faraós do antigo Egipto eram enterrados.
Nas
culturas antigas, o perfume era reservado aos deuses e aos rituais. Mas
não demorou muito para que simples mortais se apropriassem das receitas
perfumadas dos sacerdotes.
Nos grandes centros do Oriente, bem como entre os gregos e romanos, o prazer de perfumar-se tornou-se um hábito quotidiano.
Paris,
no século dezasseis, era já considerada a capital dos perfumes.
Atribui-se à Catarina de Médicis, que lá chegou em 1533, o impulso
decisivo à produção e comércio de produtos aromáticos.
Além
de perfumes, pomadas e óleos aromáticos, a moda dos couros perfumados,
utilizados na confecção de luvas e outros acessórios difundiu-se pela
Europa.
Os aromas, libertos da função dissimuladora de odores desagradáveis, tornaram-se mais doces e suaves, predominantemente florais.
Perfumistas buscavam essências raras e exóticas em flores, ervas, madeiras, resinas e secreções animais para suas fórmulas secretas.
Na
perfumada corte de Luís XV, era de bom tom apresentar-se com um perfume
diferente a cada dia. E nas datas de festa até os chafarizes eram
alimentados com água-de-lavanda ou água-de-rosas.
Todos
os perfumes, por mais preciosos ou penetrantes, têm, no entanto, a
durabilidade comprometida. Nenhum que seja de carácter permanente. Eis
porque proliferam as indústrias de perfume. Esmeram-se no aroma e na
durabilidade.
Há todavia um perfume indelével. Personificado em um corpo de homem, andou pela Terra há mais de dois mil anos.
Nascido na quietude de uma noite quase fria, teve Seu nascimento anunciado por um coro de vozes celestes.
Cresceu no ambiente do lar, da oficina e da escola. Adulto, buscou os homens para espalhar a Sua doce fragrância.
Seu
próprio nome semelhava aroma raro. Extracto de estrelas saía de Sua
boca. Onde quer que passasse, a delicadeza da Sua presença a tudo e
todos impregnava.
A
Ele se submeteram ricos e poderosos, embora pensassem serem vencedores.
Imprimiu tal aroma na alma dos Seus apóstolos que O decidiram
imortalizar para a posteridade. Desta forma, os evangelistas se
esmeraram para colocar em frascos delicados a essência dos Seus ditos.
Nasceram
então os Evangelhos de Mateus, de Marcos, Lucas e João. É por este
motivo que toda vez que se abrem as páginas da Boa Nova, o aroma do
Cristo se espalha.
Quando a criatura se deixa impregnar por ele, onde quer que esteja e atue, aromatiza lugar, pessoas e circunstâncias.
* * *
Quando
você estiver triste e desiludido, observando o mundo cinza e negro,
busque o Evangelho. Descerre-lhe as páginas. Concentre-se na leitura de
um pequeno trecho.
Permita-se envolver pelo perfume da tranquilidade e da serenidade do doce Jesus da Galiléia.
Não
eram diferentes aqueles tempos. Também havia rixas, guerras, corrupção
e desonestidade. Mas Ele espalhou a penetrante fragrância da Boa Nova,
o extracto do bem.
Use o perfume Dele para colocar um sorriso na face, e distribuir alegria.
Torne-se, onde esteja, um distribuidor do perfume da verdade e da paz.
* * *
Atribui-se a Mateus o primeiro Evangelho. Escrito em língua hebraica, acredita-se que ele próprio o traduziu para o grego.
O
evangelista Lucas não conheceu pessoalmente Jesus. Seu Evangelho,
possivelmente escrito entre os anos 55 e 60, é uma verdadeira obra de
História.
Para Lucas, Cristo é o Divino Médico da Humanidade.com base no artigo A pátria dos perfumes, da revista Ícaro, revista de bordo Varig nº 134.
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