segunda-feira, junho 28, 2010

Amor conjugal

O grande rei dos persas, Ciro, durante uma de suas campanhas guerreiras, dominou o exército da Líbia e aprisionou um príncipe.
Levado à presença do conquistador ajoelhou-se perante ele o príncipe, e assim também os seus filhos e sua esposa. Os soldados vencedores, os generais da batalha, ministros e toda uma corte se juntou para tomar conhecimento da sentença real.
O rei persa coçou o queixo, olhou longamente para aquela família à sua frente, à espera de sua decisão e perguntou ao nobre pai de família:
Se eu te disser que te concederei a liberdade, o que poderias me oferecer em troca?
Rapidamente respondeu o prisioneiro:
Metade do meu reino.
Ciro continuou, paciente, a interrogar:
E se eu te oferecer a liberdade dos teus filhos, que me darás?
Ainda rápido, tornou a responder: A outra metade do meu reino.
Calmo, o conquistador lhe lançou a terceira pergunta:
E o que me darás, então, em troca da vida de tua esposa?
O príncipe sentiu o coração pulsar rapidamente no peito, parecendo arrebentar a musculatura. O sangue lhe subiu ao rosto, as pernas fraquejaram.
Reconhecia que, no anseio da liberdade dos seus, tinha oferecido tudo, sem se recordar da companheira de tantos anos, sua esposa e mãe dos seus filhos.
Foi só um momento mas, para todos, pareceu uma eternidade. Um sussurro crescente tomou conta do ambiente, pois cada qual ficou a imaginar o que faria agora o vencido.
Após aquele momento fugaz, ele tornou a erguer a cabeça e com voz firme, clara, que ressoou em todo o salão, disse:
Alteza, entrego a mim mesmo pela liberdade de minha esposa.
O grande rei ficou surpreso com a resposta e decidiu conceder a liberdade para toda a família.
De retorno para casa, o príncipe tomou da mão da esposa, beijou-a com carinho e lhe perguntou se ela havia observado como era serena e altiva a fisionomia do monarca persa.
Não, disse ela. Não observei. Durante todo o tempo os meus olhos ficaram fixos naquele que estava disposto a dar a sua própria vida pela minha liberdade.

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Para quem ama, não há limites na doação. Quando dois seres se amam verdadeiramente dão origem a outras vidas e as alimentam, enquanto eles mesmos um ao outro sustentam, na jornada dos dissabores e das lutas.
O amor conjugal é, dentre as formas de amor, um dos exercícios do amor que requer respeito, paciência e dedicação. Solidifica-se através dos anos. E tanto mais se aprofunda quanto mais intensas se fazem as lutas e as conquistas de vitórias.
Para os que se amam profundamente não há lutas impossíveis, não existem batalhas que não possam ser vencidas.

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Em todos os departamentos do Universo existe a mensagem do amor, que é o estágio mais elevado do sentimento.
O homem somente atinge a plenitude quando ama. Enquanto procura ser amado, sofre infância emocional.
Por isso, o importante é amar, mesmo que não se receba a recíproca do ser amado. O que é essencial é amar, sem solicitação.

com base no conto Olhando só para ele, do livro Lendas do Céu e da Terra,
 de Malba Tahan, ed. Record e  pensamentos finais do
cap. 2 do livro Convites da vida, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sábado, junho 05, 2010

Tai Chi Chuan e Chi Kung


  • Sabias que o nome do símbolo yin/yang é TaiJi Tu. Representa uma disposição simétrica do yin sombrio e do yang claro . A simetria, contudo não é estática. É rotacional e sugere de forma eloquente, um continuo movimento cíclico. Os dois pontos do diagrama simbolizam a ideia de que toda vez que cada uma das forcas atinge seu ponto extremo, manifesta dentro de si a semente de seu oposto.
  • A meditação do Tai Chi é a meditação do "estado de vazio", do "Wu Chi", ou seja, não pensar em nada. Mas não pensar em nada nao é uma coisa fácil. Não brigue com seus pensamentos, mas não se agarre a eles. Permita que eles fluam como um rio e não dê demasiada importância a eles. Com o tempo e a prática, as coisas melhoram. O importante é ter bem claro que o objectivo da prática é a serenidade da mente e do coração.
  • No tai ji, da percepção e alternância de movimentos (yin,yang), guiada pela concentração acontece a vacuidade da mente (wu chi). Sabias que é na prática destas técnicas que o estudante contacta com o seu EIXO, que é fundamental no Tai ji? Este eixo passa verticalmente pelo seu corpo, atravessa a parte superior da cabeça em direcção ao alto e o perínio em direcção ao solo. Seu centro, localiza-se abaixo do umbigo (tan tien). Sobre este eixo executam-se as rotações das formas. Erecto e não rígido, na prática das formas actua quando necessário de forma espiralada. Para o estudante este Eixo é essencial, é sobre ele que a veracidade de seu tai chi se manifesta.
  • No inicio fazemos Qi gong (chi kung). Gong significa trabalho, qi tem várias traduções possíveis, a mais precisa será talvez “sopro vital”. A tradução mais popular é “energia”, que não é uma má tradução desde que não se confunda com o conceito físico de energia. Qi gong (chi kung) significa “trabalho sobre o sopro vital”. O termo qi gong (chi kung) pode ser aplicado a qualquer exercício que vise influenciar a circulação do sopro vital no corpo humano.
  • O tai ji quan (tai chi chuan) inclui em sua progressão didáctica na aquisição da habilidade de dirigir o qi. Por isto pode-se dizer que o tai ji quan (tai chi chuan) inclui o qi gong (chi kung).
  • Designa-se chi um fluxo subtil de energia electromagnética que liga todas as coisas do Universo. No Oriente, a compreensão e controlo de fluxos de energia é a base de sistemas de cura tradicionais como, por exemplo, a acupunctura e ainda artes marciais, como o tai chi, o qi gong e o baduanjin. 
  • No Tai ji ao diminuir os estímulos externos, o córtex cerebral é menos estimulado, ficando disponível para redireccionar mais energia. Assim o corpo acelera seus processos de recuperação. Pela mestria do relaxamento, menos se exige do sistema nervoso e menos oxigénio é necessário. É assim que actua na recuperação de doenças funcionais como fadiga, preocupação, stress ou depressão. Também, a mente fica livre de comportamentos condicionados e habitualmente negativos.
  • O Tai ji é uma arte marcial chinesa reconhecida também como meditação em movimento oferecendo aos seus praticantes uma referência de tranquilidade e equilíbrio. Baseado nos movimentos dos animais, bem como nos princípios de interacção entre os diversos elementos da Natureza, o Tai chi pretende revelar a fonte interior de energia que está dentro de cada um de nós.
  • Nos exercícios, a energia necessária para as suas execuções devera fluir pelo estudante como uma corda ora tensa ora solta. Assim a tensão envolvida flui alternando entre o cheio e o vazio, onde a contemplação deverá repousar. Para evoluir dissipando qualquer rigidez que naturalmente advenha do esforço, o sorrir interno é uma técnica eficaz e muito poderosa. 
pratique e desfrute desta arte milenar

  • Uma forma de relembrar a importância do Tai Chi e de suas práticas e simultaneamente beneficiar delas, é tão somente praticar sempre que possível. E muitas vezes nem é numa aula programada que isso acontece. Pela mão da forca de vontade, muitas vezes o estudante encontra-se em seus próprios ritmos diferenciados. No entanto pratica.
  • "No Tai Chi melhoramos à medida que nos tornamos mais lentos.- Os movimentos do Tai Chi Chuan podem ser executados individualmente ou em grupo. Em grupo será  correcto, ajustar-se ao tempo de  execução do grupo." 

sexta-feira, junho 04, 2010