Não somos irmãos
por um acaso.
Escolhemo-nos
assim para nos conhecer mutuamente.
Foi como um
tipo de código que encontramos para recordar em tempos difíceis, o teor da
nossa missão.
Irmanados nesse
voto secreto de nos desvendar conscientemente a nós próprios, como algo invisível,
indetectável, indefinível… uma iniciação.
Construímos esse
voto em nosso âmago, procuramos com o primeiro sopro de vida, colorir o nome do
alimento que sustem a própria vida sem cor.
Partilhamos as
dificuldades enormemente de forma análoga, secreta, quase individual. Sofremos
a distância causada pela imposição de nossa mente aos conteúdos da nossa
encarnação, duvidamos e conjecturamos, para depois mais logo, muitas vezes em
solidão, escondidos e rendidos, entregar tudo em avalanche às datas sem lugar.
Sofremos
juntos, calados, em gemidos contidos, as afirmações de desacerto pelas direcções
que imprimimos às vidas que alugamos como nossas…. e ainda surpreendidos pela resistência
dos dias e do organismo, acreditamos de repente compensa esquecer as dores do
parto… da espiritualidade… do apêndice mais importante do corpo físico.
Queremos salvar
o mundo enquanto afogamos o nosso sem clemência, olhamos tudo que diz respeito
às nossas relações humanas e aos próprios humanos através de um auto-imposto
vitral fosco e depois deslumbramo-nos com as nuvens do céu.
Chegamos a blasfemar
ao ponto de desejar que tudo que fosse humano fosse como o céu a quem nos
entregamos sem peso e medida, enquanto viciados no jogo vicioso que nos alimenta o
desejo, continuamos a adulterar profanando.
Preferimos para o enaltecer do nosso
ego, o menosprezo da pura lógica natural.
Sofremos com prazer repetidas vezes a
escravatura do Ego. Esse amado tirano que nos impede de ver a verdade inconveniente,
mas dona da nossa própria verdade.
Os
instrumentos do corpo, ao nosso serviço, disponibilizamos para cauterizar a
torto e a direito, como for e calhar, sem qualquer noção real de sua própria
extensão, relegando as consequências para depois e para quem vier.
Agimos em perfeita
loucura, auto induzida e imposta, deitando as culpas a todos e a tudo, deixando
nossa própria sobrevivência de sobreaviso, com tal dispêndio de recursos,
generosamente cedidos pela Mãe da Terra e pelo Pai do Cosmos.
Agimos nós
os filhos eleitos, como tiranos invasores, vírus destrutivos, inconsoláveis e órfãos
de qualquer resquício de sacralidade… de qualquer beleza.
E apesar de
tudo isto ainda acreditamos na cor do sangue que corre nas nossas veias, na
energia que permeia nossos sentimentos, na razão que ilumina dissipando as
nossas trevas.
É por isso
que te amo, que acredito em ti, por que me acredito, por sei que o mais seguro
é que para além, ou muito mais além do que eu sei tu sabes ou desejas saber… e
que isso faz de mim teu irmão e de ti minha irmã, e dessa irmandade faremos o
berço da civilização.
Na tua Luz me alumio
ResponderEliminarnão por ser tua....
mas a d`ELE que te permeia
Namastê