"- (...) Oh monges, a sublime
verdade que o ser humano, uma vez que nasce neste mundo, não consegue escapar
dos seguintes sofrimentos:
- o nascimento;
- o envelhecimento;
- o confronto com aqueles que
contrariam seus desejos;
- a perda de quem se ama;
- a impossibilidade de se obter tudo o
que se deseja;
-
as enfermidades e a morte.
(...)
enquanto meditava, descobri que nossas vidas são eternas, mas nascem neste
mundo, carregadas de Skandhas (virtudes, moralidade, nossas tendências
positivas) e Nidânas (vícios, defeitos, nossas tendências negativas),
acumulados em vidas anteriores, e esta é a verdade sublime da causa de todo
sofrimento humano:
- o desejo pelo prazer dos sentidos e a
luta para obter poder e assim gozar a vida física, arroja as almas a seguidos
renascimentos(Sansara).
Queimar
todo mau karma, fonte do sofrimento, e aumentar o próprio Dharma é possível ao
ser humano, evitando levar a vida em busca de prazeres físicos e reconhecendo
que o eu e o outro somos na verdade somente um.
Os sofrimentos da vida física gerados
pelo apego à temporaneidade, podem ser dominados através do cultivo da
compaixão, da sabedoria e da prática da meditação.
Pelo seu esforço pessoal o
homem pode libertar-se de todas as servidões e sofrimentos.
Aprende, pois, o que é o sofrimento,
embora não haja nada para aprender; abandona as causas do sofrimento, embora
não haja nada para abandonar; concentra-te na cessação, embora nada possa
cessar; pratica os meios de chegar à cessação embora não haja nada a praticar;
despertando assim a consciência não para o conhecimento apenas, mas sobretudo
para a sabedoria que revela a realidade última, o Nirvana, que pode ser
alcançado trilhando o dourado caminho do meio (saúde perfeita, mente perfeita, integração
com o mundo perfeita).
A libertação de cada ser depende da sua
própria compreensão da verdade. Cada um é responsável pela sua felicidade ou
pelo seu infortúnio. Quem souber descobrir dentro de si a verdadeira natureza
dos laços que determinam o encadeamento sem fim das causas e dos efeitos,
quebrará o círculo infernal e atingirá a libertação.
Feliz daquele que no período de vida
desenvolve skandas, pois cria os próprios meios de evolução; infeliz daquele
que desenvolve nidânas, pois dificulta a sua evolução e, ao morrer, assume
formas demoníacas.
A partir desse momento, oh monges, meu
espírito está liberado para sempre.
Com toda segurança vivo esta minha
última reencarnação.
Depois de minha morte, nunca me
reencarnarei neste universo de homens.
Por favor, escutai atentamente este
conselho: Decadência é inerente a todas as coisas existentes.
Somente o Dharma
perdurará para sempre.
Oh monges, busquem, com todo afinco, por
sua liberação."
Sem comentários:
Enviar um comentário