quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Siddartha Gautama e o Sermão de Benares

"- (...) Oh monges, a sublime verdade que o ser humano, uma vez que nasce neste mundo, não consegue escapar dos seguintes sofrimentos:
 
- o nascimento;
- o envelhecimento;
- o confronto com aqueles que contrariam seus desejos;
- a perda de quem se ama;
- a impossibilidade de se obter tudo o que se deseja;
- as enfermidades e a morte.

(...) enquanto meditava, descobri que nossas vidas são eternas, mas nascem neste mundo, carregadas de Skandhas (virtudes, moralidade, nossas tendências positivas) e Nidânas (vícios, defeitos, nossas tendências negativas), acumulados em vidas anteriores, e esta é a verdade sublime da causa de todo sofrimento humano: 

- o desejo pelo prazer dos sentidos e a luta para obter poder e assim gozar a vida física, arroja as almas a seguidos renascimentos(Sansara).

Queimar todo mau karma, fonte do sofrimento, e aumentar o próprio Dharma é possível ao ser humano, evitando levar a vida em busca de prazeres físicos e reconhecendo que o eu e o outro somos na verdade somente um. 

Os sofrimentos da vida física gerados pelo apego à temporaneidade, podem ser dominados através do cultivo da compaixão, da sabedoria e da prática da meditação. 

Pelo seu esforço pessoal o homem pode libertar-se de todas as servidões e sofrimentos. 

Aprende, pois, o que é o sofrimento, embora não haja nada para aprender; abandona as causas do sofrimento, embora não haja nada para abandonar; concentra-te na cessação, embora nada possa cessar; pratica os meios de chegar à cessação embora não haja nada a praticar; despertando assim a consciência não para o conhecimento apenas, mas sobretudo para a sabedoria que revela a realidade última, o Nirvana, que pode ser alcançado trilhando o dourado caminho do meio (saúde perfeita, mente perfeita, integração com o mundo perfeita). 

A libertação de cada ser depende da sua própria compreensão da verdade. Cada um é responsável pela sua felicidade ou pelo seu infortúnio. Quem souber descobrir dentro de si a verdadeira natureza dos laços que determinam o encadeamento sem fim das causas e dos efeitos, quebrará o círculo infernal e atingirá a libertação. 

Feliz daquele que no período de vida desenvolve skandas, pois cria os próprios meios de evolução; infeliz daquele que desenvolve nidânas, pois dificulta a sua evolução e, ao morrer, assume formas demoníacas.

A partir desse momento, oh monges, meu espírito está liberado para sempre. 

Com toda segurança vivo esta minha última reencarnação.

Depois de minha morte, nunca me reencarnarei neste universo de homens.

Por favor, escutai atentamente este conselho: Decadência é inerente a todas as coisas existentes. 

Somente o Dharma perdurará para sempre.

Oh monges, busquem, com todo afinco, por sua liberação."

  Siddharta Gautama - Buda 
 

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