A "lenda" do
Búfalo Branco é muito sagrada para os Nativos Americanos.
A Nação Lakota (Sioux)
contou a história original, que agora já tem aproximadamente 2.000 anos, em
muitas reuniões de conselhos, cerimónias sagradas e através dos contadores de histórias
das tribos. Existem algumas variações, mas todas são importantes e tem o mesmo
final: tem comunicação com o Criador através da oração, com claras intenções de
Paz, Harmonia e Equilíbrio para todos os seres viventes e para a Mãe Terra.
A lenda conta como o Povo
havia perdido a capacidade de se comunicar com o Criador. O Criador enviou a
Mulher Sagrada Bezerra de Búfalo Branco para ensinar ao Povo como rezar com o
Cachimbo. Com aquele Cachimbo, sete cerimónias sagradas foram dadas ao Povo
para assegurar um futuro com harmonia, paz e equilíbrio. A lenda conta que há
muito tempo, dois homens jovens estavam caçando, quando apareceu uma linda
donzela vestida com couro de gamo branco.
Um dos caçadores olhou para ela e, reconhecendo-a como Wakan ou um ser sagrado, baixou seus olhos. O segundo caçador aproximou-se dela com desejo em seus olhos, querendo-a como mulher. À medida que ele se aproximava, foi surgindo uma nuvem de poeira ao redor dele e quando a poeira assentou, tudo o que restou foi uma pilha de ossos (o seu desejo, a sua luxúria foi atendida de um modo muito rápido que o levou a uma rapidíssima existência pois se consumiu pelo seu próprio desejo.).
Um dos caçadores olhou para ela e, reconhecendo-a como Wakan ou um ser sagrado, baixou seus olhos. O segundo caçador aproximou-se dela com desejo em seus olhos, querendo-a como mulher. À medida que ele se aproximava, foi surgindo uma nuvem de poeira ao redor dele e quando a poeira assentou, tudo o que restou foi uma pilha de ossos (o seu desejo, a sua luxúria foi atendida de um modo muito rápido que o levou a uma rapidíssima existência pois se consumiu pelo seu próprio desejo.).
Enquanto andava em direcção
ao caçador silencioso, ela lhe explicou que ela meramente havia satisfeito o
desejo do outro homem, permitindo a ele, naquele breve momento, viver uma vida,
morrer e se decompor. Ela também instruiu o jovem caçador a voltar para o Povo
e lhes dizer para se prepararem para a sua chegada para ensinar-lhes a maneira
de orar. O caçador obedeceu. Quando ela chegou com o Cachimbo das
Orações, ela ensinou ao Povo os sete caminhos sagrados para orar.
Estas orações seriam
através de cerimónias: a casa do Trabalho (Suor), para Purificação; a cerimónia
de Nomeação ou dar nome às crianças; a cerimónia de Cura, para restaurar a
saúde do corpo, mente e espírito; a cerimónia de Adopção ou reconhecendo os parentes;
a cerimónia de casamento, unindo macho e fêmea; a Busca da Visão,
comunicando-se com o Criador, para rumos e respostas para a própria vida e a
Dança do Sol, para rezar pelo bem-estar de todo o Povo.
Quando o ensinamento dos
caminhos sagrados estava completo, a Mulher Sagrada Bezerra de Búfalo Branco
disse ao Povo que retornaria pelo Cachimbo Sagrado que ela deixou com eles.
Antes de partir, ela lhes disse que nela estavam quatro eras e que ela olharia
pelos Povos em cada era, retornando no final da quarta era, para restaurar a
harmonia e a espiritualidade para a terra com problemas. Ela caminhou uma
pequena distância, olhou para trás, para o povo e se sentou.
Quando ela se levantou eles
se surpreenderam, pois ela havia-se tornado um búfalo negro. Caminhando uma
pequena distância, o búfalo se deitou e aí se levantou como um búfalo amarelo.
Na terceira vez, o búfalo caminhou mais um pouco, desta vez se levantando como
um búfalo vermelho. Andando mais um pouco, ele rolou no chão e se levantou pela
última vez como um bezerro de búfalo branco, assinalando o cumprimento da
Profecia do Bezerro de Búfalo Branco.
A mudança das quatro cores
desse búfalo representa as quatro cores do homem, preto, amarelo, vermelho e
branco. Representam também as quatro direcções: norte, leste, sul, oeste. O
Cachimbo Sagrado que foi deixado ao povo Lakota, da Nação Sioux, ainda
está com esse povo, num local sagrado Na Reserva Indígena de Rio Cheyenne, em
Dakota do Sul. É actualmente guardado pelo cacique Arvol Looking Horse,
conhecido como o Guardião do Cachimbo do Búfalo Branco. A mulher também
profetizou que um dia ela voltaria para purificar o mundo e que o nascimento de
um bezerro de búfalo branco seria um sinal de que o retorno estaria próximo.
Um pouco mais de uma dezena
de búfalos brancos já nasceram no século XX e eles passaram pelas quatro cores
descritas na profecia. O último nasceu (“Sunrise Spirit” – Espírito do Sol
Nascente) no dia 22 de Maio de 2004.
Esta “lenda” permanece
sempre prometedora nesta era de iluminação espiritual e despertar da
consciência. No mundo de hoje, de confusão e guerra, muitos de nós estamos
procurando sinais de paz. “Com o retorno do Búfalo Branco, há um sinal de
que as orações estão sendo ouvidas, que o Cachimbo da Paz está sendo honrado e
que as promessas da profecia estão sendo cumpridas. O Búfalo Branco assinala um
tempo de abundância e plenitude” (Sams and Carson, Medicine cards).
O retorno do Búfalo Branco
é mais um sinal do mundo do espírito, pronto e esperando para nos auxiliar a
caminhar em nosso mundo, com sabedoria, conhecimento paz e amor. É um presente
para todos os povos. Nós somos todos irmãos e irmãs em muitas formas, vivendo
na mesma Mãe Terra. É tempo de respeitar e honrar a Grande Mãe natureza e cada
indivíduo, de cada espécie, da mesma maneira que nós gostaríamos de sermos
respeitados.