This music is a true transportation to a magical world of beauty and hope. Thanks - for it is good medicine for the soul...
terça-feira, dezembro 03, 2013
terça-feira, novembro 26, 2013
A DESCOBERTA DA BONDADE FUNDAMENTAL
- SEGUNDO CHOGYAM TRUNGPA,AUTOR DO LIVRO SHAMBHALA : A TRILHA
SAGRADA DO GUERREIRO
A Descoberta da Bondade
Fundamental
No livro Shambhala: a trilha
sagrada do guerreiro, Chögyam Trungpa nos conta que o caminho para a auto-estima
e o apreço ao mundo passa pela meditação. Confira um trecho do livro a seguir:
Grande parte do caos que existe
no mundo deve-se ao fato de que as pessoas não se auto-valorizam. Como jamais
desenvolveram o sentimento de benevolência ou empatia por si mesmas, não
conseguem experimentar o sentimento de paz ou harmonia interior, e por isso o
que projectam para os demais é igualmente desarmónico e confuso.
Em vez de valorizarmos a vida, frequentemente
julgamos nossa existência como algo garantido, algo que não exige maiores
preocupações, ou a consideramos um fardo pesado e deprimente. Há pessoas que
ameaçam suicidar-se porque não estão recebendo da vida o que acreditam merecer.
Algumas transformam a ameaça de suicídio em chantagem, dizendo que se matarão
se certas coisas não mudarem.
É preciso levar a vida a sério,
sem dúvida, mas isso não significa exasperar-se, chegar à beira da crise
queixando-se dos problemas e alimentando rancor contra o mundo. Temos de
aceitar a responsabilidade pessoal pela elevação de nossas vidas.
Quando uma pessoa não se condena,
quando não se inflige punições, quando relaxa um pouco mais e valoriza seu
corpo e sua mente, ela começa a ter contacto com a noção básica de bondade
fundamental existente nela.
Por isso é extremamente
importante a disposição para abrir-se a si mesmo. Cultivar ternura por nós
mesmos permite-nos enxergar com clareza tanto os nossos problemas como as
nossas potencialidades; não nos sentimos compelidos nem a fechar os olhos aos
problemas, nem a exagerar nosso potencial. Esse tipo de carinho e auto-estima é
indispensável. É o ponto de partida para nos ajudarmos e ajudarmos aos outros.
Como seres humanos, possuímos uma
base de trabalho que nos permite elevar nossa condição existencial e nos tornar
plenamente animados. Essa base de trabalho está sempre ao nosso alcance. Temos
a mente e o corpo, e eles nos são muito preciosos.
É por termos a mente e o corpo
que somos capazes de compreender o mundo. A existência é maravilhosa, é algo
precioso. Nenhum de nós sabe por quanto tempo viverá. Logo, enquanto estamos
vivos, por que não usar a vida? Mais ainda, antes de usá-la, por que não lhe
dar valor?
Como descobrir essa forma de
apreço?
Desejá-la na imaginação ou simplesmente falar sobre o assunto não
ajuda. Na tradição de Shambhala, a disciplina para desenvolver tanto a auto-estima
como o apreço pelo mundo é a prática de sentar-se em meditação. A prática da
meditação foi ensinada pelo Buda há mais de 2.500 anos e desde então faz parte
da tradição de Shambhala.
Está baseada numa tradição oral:
desde a época do Buda essa prática vem sendo transmitida de um ser humano a
outro. Assim, manteve-se como tradição viva, de modo que, embora seja uma
prática antiquíssima, continua actual. Neste capítulo vamos abordar com algum
detalhamento a prática da meditação, mas é importante lembrar que, para
compreendê-la plenamente, é preciso receber orientação directa e
individualizada.
Por meditação, entendemos aqui
algo básico e muito simples, não vinculado a nenhuma cultura em particular.
Estamos falando de um ato simplesmente fundamental: sentar no chão, adoptar uma
boa postura e cultivar o sentimento de termos um espaço próprio, de termos
nosso lugar na terra.
Esse é o meio de nos
redescobrirmos e de redescobrirmos nossa bondade fundamental, o meio de
entrarmos em sintonia com a genuína realidade, sem nenhuma expectativa, sem
nenhum preconceito.
Às vezes a palavra meditação é
empregada para designar a contemplação de determinado tema ou objecto:
medita-se sobre isto ou aquilo. Meditando-se sobre uma questão ou sobre um
problema, pode-se achar a solução para eles. A palavra também está ligada à
busca de uma condição mental superior, através de algum tipo de estado de
transe ou absorção.
Mas aqui nós falamos de um
conceito de meditação completamente diferente: a meditação incondicional, sem
nenhum objecto ou ideia fixados na mente. Na tradição de Shambhala meditar é
simplesmente treinar nosso ser para que a mente e o corpo possam estar
sincronizados. Através da prática da meditação podemos aprender a ser
absolutamente autênticos, sem dissimulação: podemos aprender a viver
plenamente.
A vida é uma viagem sem ponto
final; é uma grande rodovia que se estende infinitamente no horizonte. A
prática da meditação fornece-nos um veículo para percorrer essa estrada. A
viagem está cheia de altos e baixos, de esperança e medo, mas é uma boa
jornada. A prática da meditação permite-nos vivenciar todas as texturas da estrada,
e é justamente nisso que consiste a viagem.
Com a prática da meditação
começamos a descobrir que, afinal de contas, não há em nós nenhum motivo
fundamental para nos queixarmos de coisa alguma.
Damos início à prática da
meditação sentando-nos no chão com as pernas cruzadas. Simplesmente pelo fato
de permanecermos ali, no instante presente, começamos a sentir que podemos
moldar nossa vida e até torná-la maravilhosa. Percebemo-nos capazes de sentar
como rei ou rainha num trono. A majestade dessa situação revela-nos a dignidade
que há em sermos tranquilos e simples.
Na prática da meditação uma
postura recta é extremamente importante. Manter as costas erectas não é uma
postura artificial. É a posição natural do corpo humano. O estranho é
justamente o contrário. Uma postura descuidada, com ombros caídos e costas
recurvas, impede-nos de respirar de forma adequada, além de ser um indício de
que estamos começando a ceder à neurose.
Assim, ao sentarmos erectos
estamos proclamando — a nós mesmos e ao resto do mundo — nossa disposição para
nos tornarmos guerreiros, seres plenamente humanos.
Para ter as costas erectas não é
necessário fazer força e obrigar os ombros a se levantarem; a postura erguida
vem naturalmente do ato de sentar com simplicidade, mas também com altivez, no
chão ou numa almofada própria para meditar. Logo, se as costas estão rectas,
não sentimos nenhum vestígio de timidez ou constrangimento, e assim não há por
que abaixarmos a cabeça.
Não estamos nos curvando a nada.
Por isso os ombros automaticamente se endireitam, e nossa percepção da cabeça e
dos ombros começa a ficar mais aguçada. Podemos agora deixar que as pernas
repousem naturalmente na posição cruzada; não é necessário que os joelhos
toquem o chão. Completamos a postura apoiando levemente as palmas das mãos
sobre as coxas, o que nos dá uma sensação ainda maior de estarmos assumindo de
maneira adequada o nosso lugar.
Nessa postura o olhar não se
perde em passeios a esmo. Temos a sensação plena de estarmos ali e não em outro
lugar. Os olhos permanecem abertos, mas o olhar se inclina ligeiramente e
estanca a cerca de dois metros diante de nós. Não vagueia de um lado para o
outro, o que fortalece a sensação de algo deliberado e bem-definido.
Essa postura real pode ser
encontrada em posturas egípcias e sul-americanas, assim como em estátuas
orientais. Trata-se de uma postura universal, não específica de nenhuma cultura
ou época.
No dia-a-dia também devemos estar
atentos à postura, à posição dos ombros e da cabeça, ao modo de andar, de olhar
para as pessoas. Mesmo quando não estamos meditando podemos dignificar nossa
existência. Podemos superar o constrangimento e ter orgulho de sermos seres
humanos. Esse orgulho é aceitável e bom.
Assim, na prática da meditação,
sentando-nos com uma boa postura ficamos atentos à respiração. Ao respirar,
estamos inteiramente ali, verdadeiramente ali. Com a expiração nós saímos de
nós mesmos, nosso fôlego se dissolve e logo em seguida a inspiração
naturalmente acontece. Então saímos outra vez. Ocorre assim um constante “ir
embora” com a expiração.
Ao expirar nós nos dissolvemos,
nos difundimos. Logo depois a inspiração se produz, naturalmente; não
precisamos tomar conta. Simplesmente voltamos à postura — e estamos prontos
para mais uma expiração. Sair e dissolver-se: chuuu…; em seguida, voltar à
postura; logo depois, chuuu…, e voltar à postura.
Haverá então um inevitável
clique! — um pensamento. Nesse instante nós dizemos: “Pensando”. Dizemos
mentalmente, não em voz alta: “Pensando”. Rotular assim os pensamentos é uma
poderosa alavanca para retornarmos à respiração. Quando um pensamento nos
afasta por completo do que estamos realmente fazendo — quando já não percebemos
que estamos sentados numa almofada, mas nos vemos em Nova York ou San Francisco
—, nós dizemos: “Pensando“, e assim nos trazemos de volta à respiração.
O tipo de pensamento na verdade
não faz diferença. Na prática da meditação sentada todos os pensamentos, sejam
eles escabrosos ou benfazejos, são vistos simplesmente como pensamentos. Não
são nem virtuosos nem pecaminosos. Pode-se pensar em assassinar o próprio pai
ou ter vontade de fazer uma limonada e comer biscoitos.
Por favor, não nos escandalizemos
com nenhum pensamento que tivermos: qualquer pensamento é apenas pensamento.
Nenhum deles merece nem uma medalha de ouro nem uma repreensão. Limitemo-nos a
aplicar-lhes o rótulo — “Pensando” — e voltemos à respiração. “Pensando”, e
voltemos à respiração.
A prática da meditação é muito
precisa. Deve acertar exactamente no alvo. É um trabalho bastante árduo; porém,
se nos lembrarmos da importância da postura, isso levará à sincronização entre
a mente e o corpo. Sem uma boa postura, a prática será semelhante ao esforço de
um cavalo manco para puxar uma carroça: nunca funcionará. Assim, primeiro é
preciso sentar e assumir uma boa postura.
Em seguida, tem início o trabalho
com a respiração: chuuu…, sair, voltar à postura; chuu…, voltar à postura;
chuuu… Quando surge um pensamento, nós lhe aplicamos o rótulo — “Pensando” — e
voltamos à postura, voltamos à respiração. A mente trabalha em conjunto com a
respiração, mas o corpo se mantém sempre como ponto de referência. Não
trabalhamos apenas com a mente. Trabalhamos com a mente e o corpo, e quando
ambos trabalham juntos, nunca abandonamos a realidade.
O estado ideal de tranquilidade
provém da vivência da sincronização entre o corpo e a mente. Se o corpo e a
mente não estão sincronizados, o corpo perde vigor… e a mente se perde por um
caminho qualquer. É como um tambor malfeito: o couro não está ajustado à
armação, logo, ou a armação se quebrará ou o couro acabará cedendo. A tensão
entre eles nunca se mantém constante.
Quando a mente e o corpo estão
sincronizados, então, graças à boa postura, a respiração se produz
naturalmente. E como a respiração e a postura trabalham juntas, a mente dispõe
de um ponto de referência para orientar-se. Como consequência, a mente pode
sair naturalmente com a exalação.
Esse método de sincronização
entre a mente e o corpo nos ensina a ser muito simples e a sentir que não somos
nada especiais — somos seres comuns, extraordinariamente comuns. Nós apenas nos
sentamos, como guerreiros, e desse ato nasce um senso de dignidade pessoal.
Estamos sentados na terra — e percebemos que essa terra nos merece e que nós
merecemos essa terra.
Estamos aqui — pessoalmente, com
plenitude e autenticidade. Na tradição de Shambhala, portanto, a prática da
meditação é indicada para educar as pessoas a serem honestas e autênticas,
fiéis a si mesmas.
Em certo sentido, deveríamos ter
a sensação de carregar um grande fardo: o fardo de ajudar o mundo. Não podemos
nos esquivar a essa responsabilidade para com os outros. Porém, se assumimos
esse fardo como um prazer, podemos realmente liberar o mundo.
O meio é este: começar por nós
mesmos. Sendo abertos e honestos em relação a nós mesmos, podemos aprender a
ser abertos também para com os outros. Desse modo, partindo da bondade que
descobrimos em nós, podemos trabalhar com o resto do mundo. Por esse motivo, a
prática da meditação é vista como um bom meio — aliás, um excelente meio — de
vencer a guerra no mundo: nossa guerra pessoal e as guerras em maior escala.
Chögyam Trungpa, Shambhala: a
trilha sagrada do guerreiro.
Tradução de Denise Pegorim.
Supervisão técnica e notas de Lincoln Berkley.
São Paulo: Cultrix, s.d., p.
37-44. Copyright 1984 by Chögyam Trungpa.
quinta-feira, novembro 21, 2013
quarta-feira, novembro 20, 2013
Impressionante GANDHI ...
Quando Gandhi estudava direito na Universidade de Londres tinha um professor chamado Peters, que não gostava dele, mas Gandhi nunca baixou a cabeça e eram vários os seus recontros.
Um dia o professor estava a comer no refeitório e Gandhi sentou-se à mesma mesa. O professor disse-lhe:
- Senhor Gandhi, você não sabe que um porco e um pássaro não comem juntos?
- Ok professor, já estou a voar… E mudou de mesa....
O professor, rubicundo, resolve vingar-se no exame seguinte, mas ele respondeu brilhantemente a todas as perguntas. Então resolveu fazer-lhe a seguinte pergunta:
- Senhor Gandhi, indo o senhor por uma rua e encontrando uma bolsa, abre-a e encontra a sabedoria e muito dinheiro. Com qual deles ficava?
- Claro que com o dinheiro, professor.
Ah pois, eu no seu lugar ficaria com a sabedoria…
- Tem razão professor, cada um ficaria com o que não tem!
O professor furioso escreveu na prova “Idiota” e entregou-a.
Gandhi recebeu a prova e sentou-se. Alguns minutos depois foi ter com o professor e disse-lhe:
- O professor assinou a prova, mas não pôs a nota…
sexta-feira, novembro 15, 2013
Um companheiro incomparável
Para muitas criaturas humanas, Deus ainda é alguém a ser descoberto. Alguns dizem crer n´Ele mas, não sabem exactamente como isso lhes possa melhorar a qualidade de vida.
Outros simplesmente afirmam crer na Sua existência como algo distante, ou Alguém que fica observando o que se passa no Universo, como um mero espectador.
Inserir Deus no contexto da própria vida é algo que exige reflexão e entendimento. Por isso, alguém que começou a se deixar penetrar pela ideia desse Pai amorável, justo e bom, escreveu um dia:
Em princípio, eu via Deus como um observador, um juiz que não perdia de vista as coisas erradas que eu fazia. Desse modo, quando eu morresse, Ele saberia se eu mereceria ir para o céu ou para o inferno.
Ele estava sempre lá, como um presidente. Eu reconhecia a imagem d´Ele quando a via, mas não O conhecia de verdade.
Mais tarde, quando O conheci melhor, pareceu que a vida era como um passeio de bicicleta para duas pessoas e percebi que Deus estava no banco de trás, me ajudando a pedalar.
Não me lembro quando Ele me sugeriu que trocássemos de lugar. A partir desse momento, a vida não foi a mesma...
A vida, com o Seu poder superior, tinha se tornado muito mais excitante.
Quando eu detinha o controle, sabia o caminho. Era um tanto entediante, mas previsível – sempre a distância mais curta entre dois pontos.
Mas quando Deus assumiu a liderança, porque Ele conhecia atalhos maravilhosos, passei a subir montanhas e atravessar terrenos pedregosos em velocidade vertiginosa!
Tudo que eu podia fazer era seguir em frente!
Embora tudo aquilo parecesse loucura, Ele ficava dizendo: “Pedale, pedale!”
Eu ficava preocupado e ansioso e perguntava:
“Afinal, para onde o Senhor está me levando?”
Deus apenas sorria e não me dava uma resposta. Foi aí que me vi começando a confiar nEle. Logo me esqueci da minha vida entediante e comecei a participar da aventura.
Quando eu dizia que estava assustado, Ele se virava para trás e tocava minha mão.
Deus me levou até pessoas com dons de que eu precisava: dons da aceitação e da alegria, dentre outros.
Essas pessoas me deram ajuda para prosseguir na minha jornada. Quer dizer, nossa jornada, de Deus e minha.
E prosseguimos sempre pedalando. Então, Ele me disse: “Doe o que você tem de seu, toda a bagagem extra, pois pesa demais.”
Descobri que quanto mais eu dava, mais eu recebia. E, além disso, o meu fardo ficava mais leve.
O Senhor conhecia os segredos da bicicleta. Sabia como incliná-la para fazer curvas fechadas, pular para evitar lugares cheios de pedras, aumentar a velocidade para encurtar os caminhos difíceis.
Aprendi com Ele a pedalar nos lugares mais complicados e a apreciar a paisagem e a brisa fresca em meu rosto. Tudo com o meu óptimo e constante companheiro, Deus.
E quando estava certo de que não podia mais seguir em frente, Ele apenas sorria e dizia: “Pedale.”
* * *
A presença de Deus em nossas vidas proporciona paz, aumentando as resistências humanas para os embates quotidianos.
Subtil e poderosa ao mesmo tempo, é um dínamo gerador de energias que recarrega as baterias da alma, da mente e do corpo, mantendo-os em condições estáveis de equilíbrio e acção.
A presença de Deus em nossas vidas nos permite pensar correctamente, falar com sabedoria e agir com precisão.
Com Deus, o temor desaparece, oferecendo lugar à coragem, que expressa bem-estar e segurança íntima.
Redação do Momento Espírita, com base no texto Pedalando com Deus,
de autoria ignorada e pensamentos finais do cap. 11, do livro Filho de Deus,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
de autoria ignorada e pensamentos finais do cap. 11, do livro Filho de Deus,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
segunda-feira, novembro 11, 2013
sexta-feira, novembro 08, 2013
quarta-feira, novembro 06, 2013
Tornando-nos reais
Ao mirar-se o horizonte, percebia-se que o sol, senhor do dia, baixava guarda ao reinado da lua.
Primeiro um, depois outro, os vizinhos começavam a trazer suas cadeiras para a frente dos lares, em busca de uma agradável conversa de final de dia.
Enquanto os adultos dialogavam sobre os mais variados assuntos, as crianças brincavam na rua.
Era como se, naquela comunidade, todos fizessem parte de uma mesma família.
Entretanto, aconteceu que um dia um dos vizinhos chegou em casa carregando uma grande caixa de papelão.
Ao anoitecer, como era costume, todos se reuniram nas calçadas para mais algumas horas de conversa.
Foi então que alguém, verbalizando a curiosidade geral, questionou o vizinho acerca do conteúdo da misteriosa embalagem.
Ele revelou que, depois de muito poupar, sua família havido comprado um aparelho de televisão. Estavam ansiosos aguardando pelo dia seguinte, quando um técnico viria instalá-lo correctamente.
A vizinhança ficou toda admirada. Aquela era a primeira televisão a chegar naquela rua.
Os dias sucederam-se e aquele vizinho, bem como seus familiares, começaram a aparecer cada vez menos na alegre roda de conversa entre amigos.
Primeiro, vinham apenas a cada dois ou três dias. Depois, uma vez por semana. Então, uma vez ou duas por mês. E, finalmente, não apareceram mais.
Enquanto todos conversavam alegremente, contemplavam pelas vidraças a família do saudoso vizinho, sentado junto aos seus familiares, de frente para aquela tela brilhante.
O tempo foi passando. Logo, mais um vizinho apareceu com uma grande caixa de papelão em casa. E depois outro. E ainda mais um.
Gradualmente, a roda de conversa foi ficando menor, até desaparecer por completo.
Os vizinhos, agora, pouco se viam. À noite, recolhiam-se diante dos televisores, absortos pela programação, mergulhados num afastamento sem limites.
* * *
As décadas se passaram, mas a triste situação permanece.
Hoje, ainda que estejamos vivenciando a era da internet, através da qual temos ampla possibilidade de nos comunicarmos, jamais estivemos tão isolados.
Nunca o número daqueles que se sentem sós esteve tão alto, ainda que contando centenas de amigos nas redes sociais.
Contra a solidão e o isolamento, os ensinamentos eternos do Mestre: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos.
Troquemos, vez ou outra, o toque frio dos mouses de computador, pelo toque caloroso de uma mão amiga. A digitação frenética, por momentos venturosos de uma conversa amistosa.
Os sites de bate papo, por idas ao parque, um jantar descontraído com os amigos, momentos de diversão.
A grande lição que todos temos diante da oportunidade reencarnatória que se apresenta é aprendermos a amar.
E tal aprendizado só se faz na relação com o outro: nos gestos de caridade e de perdão, nas palavras ditas num momento de ternura.
Quando, enfim, deixamos um pouco de lado o conforto e a praticidade da vida virtual e vivemos intensamente aquilo que nos torna reais e humanos: a capacidade de amar.
Pensemos nisso!
terça-feira, novembro 05, 2013
quarta-feira, outubro 30, 2013
ASTHANGA YOGA de Patanjali - os oito braços do Yoga
1º YAMAS (abstenções)
1 - Ahimsa: não violência – (arrímissa) - A não-violência começa com você mesmo. Na prática de Yoga
significa respeitar seus limites.
Não sejas
violento com as pessoas, com os animais e com a natureza, mas antes de tudo,
não sejas violento contigo mesmo.
2 - Satya: não mentir – (sátyá)
Significa falar a verdade e viver com
autenticidade.
Vive tua vida
dentro dos princípios da verdade e no compromisso de seres sempre verdadeiro
contigo mesmo.
Estar aberto para a verdade significa,
aprender a ouvir, aprender a fluir com os factos e parar de lutar. Adaptar
aquilo que realmente vemos com aquilo que gostaríamos que fosse. A mente deverá
estar quieta, sem o movimento do pensamento que faz ruídos e traz os ecos da
memória. A verdade será percebida pelo ato de atenção, pela observação.
3 - Asteya: não roubar – (astêiá) significa não se apropriar de algo que não lhe
pertence, seja um objeto, o tempo ou a ideia de outra pessoa.
Não desejar aquilo que não te pertence. Aprende a olhar sem desejar.
Não desejar aquilo que não te pertence. Aprende a olhar sem desejar.
O olhar que apenas olha, não cobiça. Todas
as coisas que são necessárias para nós virão para nossas mãos. Precisamos
aprender a ter paciência e esperar a hora certa. O que obtemos fora da hora não
nos pertence de verdade. Muitas vezes nos tornamos prisioneiros de nossas
posses e perdemos nossa paz.
4 - Brahmacharya: não exagerar – (brãama- tchária) Podemos entender como moderação: na alimentação, no
consumo, no uso do dinheiro.
Aprende a controlar os excessos cometidos pelo corpo e pela mente.
Aqui é
necessário o conhecimento dos limites. Nossos limites são nossos melhores
mestres. Quando aceitamos e compreendemos o limite, estamos aptos para
transcende-los. Limites não devem ser vencidos, mas expandidos. Em alguns
casos, precisamos nos impor a certos limites relacionados com o desejo, prazer
e vícios.
Em asana,
significa estar consciente através da percepção até quanto podemos nos
aprofundar na pose sem forçar o corpo.
5 - Aparigraha: não ter apego – (aparigrárra)
o desejo de ter mais e mais, e nunca estar satisfeito, traz infelicidade.
Tudo o que fizeres na vida, deverá partir de um ato de desapego. O apego invalida toda a acção e a torna objecto do ego.
Tudo o que fizeres na vida, deverá partir de um ato de desapego. O apego invalida toda a acção e a torna objecto do ego.
Desapego não
significa doar seus bens e ir viver debaixo da ponte ou na solidão dos
Himalaias. Desapego significa não acumular coisas desnecessárias tanto físicas
como intelectuais. É bem mais difícil desapegar-se de uma ideia ou pensamento
do que de objectos O apego é um reflexo do medo. Apego é medo e necessidade de
segurança.
Em asana, o
desapego deve ser a acção que se une ao desempenho. A asana deve ser nova a cada
execução. O trabalho anterior precisa ser desvinculado da memória e desta
forma, a asana nasce nova a cada dia.
2º NYAMAS (promoções)
Os Niyamas são a segunda parte dos oito passos
do Raja Yoga. são cinco atitudes que devemos
promover em relação a nós mesmos.
1 - Shaucha: purificação - (sautchá) comer alimentos saudáveis, praticar
ásanas e pranayamas e ter a mente livre de sentimentos como ódio, cobiça e
orgulho.
Mantém a pureza do corpo, dos pensamentos e das atitudes.
A mente mantém-se pura através de um estado de
observação sem julgamento. Cria-se desta forma uma atitude de imparcialidade. A
mente deverá ser mantida em estado de pureza (inocência) durante a asana
significando que esta mente deverá estar concentrada.
2 - Santosha - contentamento/
aceitação – (samtôchá) -
a felicidade não deve depender de acontecimentos externos ou de outras pessoas.
Uma mente descontente não se pode concentrar.
Faz o que tens a fazer com
alegria e desprendimento.
Samtosha é entregar-se a qualquer tarefa com dedicação e imparcialidade por mais que a tarefa nos desagrade. Samtosha nos ensina a ver em cada coisa que nos acontece um motivo para aprender.
Samtosha é entregar-se a qualquer tarefa com dedicação e imparcialidade por mais que a tarefa nos desagrade. Samtosha nos ensina a ver em cada coisa que nos acontece um motivo para aprender.
3 -Tapas: auto-disciplina – (tápas) Tanto na prática de
ásanas como na vida, deves ter determinação e disciplina.
Dedica-te com amor e paixão a tudo o que fazes.
Disciplina é
criar espaço na nossa vida para que o Yoga seja praticado regularmente, para
que se torne o centro do movimento da vida, para que toda a acção externa
parta deste centro. A disciplina manifesta-se em atitudes corretas em relação
ao Yoga, ao instrutor e companheiros. A verdadeira disciplina não é um ato de
compulsão, de repressão, mas um ato de amor.
"O
que nos cativa também nos guia e protege.
Apaixonadamente entregues a algo que amamos, atraímos uma avalanche de
magia que nos aplaina o caminho, dá o prumo, argumenta, discorda, carrega-nos
consigo sobre os abismos, os medos, as dúvidas."
(Richard Bach - De A ponte para o sempre)
4 -Swadhyaya: estudo de si mesmo – (suádiáiá) A pessoa que pratica a
swadhyaya lê seu próprio livro da vida.
Torna-te um estudante de ti mesmo através da observação, e descobre em ti o
teu verdadeiro ser.
Disposição permanente para o aprendizado do novo. Disposição para a
mudança. É a atitude e a postura de estar sempre, em primeiro lugar, aprendendo
a auto conhecer-se. Este conceito envolve também a consciência de que todo o
aprendizado, deverá, antes de tudo, libertar-se. Tudo que aprisiona o homem
deve ser descartado
5 -Ishvara Pranidhana:
devoção – (ichuára pranidâna) estar em unidade com Deus, reconhecer em nós parte
integrante deste Universo
Entrega teu corpo e tua alma
incondicionalmente ao Poder Superior que te guia e ampara.
Isvara Pranidhana é a confiança na existência e na sabedoria de
algo maior do que o nosso próprio “eu” que nos conduz sempre para as melhores
situações e condições. Neste ato incondicionado de entrega que ultrapassa as barreiras do ego,
bloqueios desaparecem, abrimos o nosso ser que se conecta definitivamente com o
Sagrado. Neste estado, onde as ponderações racionais da mente não existem,
permitimos que os mecanismos naturais de cura entrem em funcionamento
desfazendo os bloqueios e promovendo o retorno ao equilíbrio. A vida guia-nos sempre pelos caminhos do aprendizado e este caminho não
necessita ser trilhado com dor. A dor e o sofrimento são resultados da
resistência contra os factos.
3º ASANAS:- (ásanas)
- posturas físicas. Segundo Patanjali, a ásana deve ser estável e confortável.
A prática traz saúde e disciplina para a mente.
Educa o teu corpo dentro dos princípios de
yama e niyama para que ele se torne um instrumento para a tua conexão com o
sagrado. Para que as doenças não te aflijam, para que a beleza da forma adorne
a beleza do conteúdo, para que te tornes leve como os pássaros e ágil como os
peixes tornando-te assim, um templo digno para a morada do espírito.
As asanas existem tal como são há milhares de anos. São perfeitas em si mesmo e não podem ser alteradas. As asanas atuam de forma subjacente no nosso corpo provocando profundas modificações psicofísicas.
As asanas existem tal como são há milhares de anos. São perfeitas em si mesmo e não podem ser alteradas. As asanas atuam de forma subjacente no nosso corpo provocando profundas modificações psicofísicas.
Hatha Yoga visa o auto conhecimento
e a ferramenta que se utiliza para este processo, é o corpo. Muito se tem lido
sobre asanas mas, até hoje, ninguém pôde afirmar com exactidão científica, qual
o mecanismo completo da sua acção sobre o ser humano. Sabe-se que,
enquanto a prática avança, profundas modificações de ordem física e psicológica
ocorrem. Por isto, precisamos entender a "forma" perfeita da asana
através do alinhamento, do equilíbrio, da busca do centro de gravidade e da direcção.
4º PRANAYAMA: - (prânáyâmá)
Controle da energia vital (prana) por
meio da respiração. O pranayama fortalece o sistema respiratório e acalma o
sistema nervoso, favorecendo a concentração.
Aprende a conectar a respiração aos teus movimentos, ações e pensamentos.
A vida da postura é a respiração.
É através dela que a asana flui e acontece. Técnicas respiratórias avançadas só
podem ser ensinadas por pessoas altamente qualificadas e você jamais deverá
tentar aprender isto pelos livros.
A aptidão do aspirante para treinar e
progredir no Pranayama deve ser avaliada por um mestre experiente e é essencial
sua supervisão.
5º PRATYAHARA: - (prátiarrára)
O controle dos sentidos.
Aprende a fluir com tudo o que te cerca, de tal forma que conseguirás abster-te
dos próprios sentidos. Assim, ouvirás o silêncio do universo no meio da batalha
e conseguirás permanecer em paz no meio do tumulto.
Pratyahara
capacita-nos a manter um estado de paz em qualquer circunstância.
6º DHARANA: (dá râ ná)
A concentração e atenção fixa num único ponto.
Aprende a focar tua mente, tua atenção e teu pensamento em um único objecto da tua escolha e este foco será poderoso como a luz coerente de um lazer.
Dharana é
concentração. Nosso cérebro não consegue passar directamente para um estado de
não acção. Antes, precisamos da concentração como uma espécie de disciplina,
como uma pista de descolagem que não será mais necessária durante o voo mas o é
para que o avião possa subir. Da mesma forma, a meditação não é em absoluto
concentração, mas necessita desta como base de lançamento.
7º DHYANA:
A meditação. (dí- â- ná)
Pelo poder da atenção completa, ingressarás em outro estado mental, onde o
silêncio é o portal para a conexão final com a fonte da sabedoria plena.
O silêncio é o estado da meditação onde não há desejo, compulsão, dor, alegria, sofrimento, prazer. A personalidade não penetra este portal.
8º SAMADHI: (samád-rí )
O estado
de comunhão com Deus. Comunhão
completa com a Fonte, estado de união plena (Sagrado), de Graça, Uno.
Existe um lugar no Universo,
que é de paz, alegria, amor e sabedoria.
Existe um lugar em ti,
onde todo este universo habita...
E quando tu estás neste lugar, em ti
E eu estou neste lugar, em mim
Nós somos Um!
Namasté!
terça-feira, outubro 29, 2013
nuvens...
nuvens... elas chegaram em força
aos níveis da percepção...
brancas, etéreas e puras...
naves espaciais de anjos celestiais...
não resisti a registar esse evento,
corresponder em esperança
o que de puro e belo se vê
e dentro de si mesmo se espera...
quinta-feira, outubro 24, 2013
segunda-feira, outubro 21, 2013
senha
Quando o mensageiro celeste anunciou a Boa Nova aos pastores, no campo, assim se expressou: Eis que vos anuncio uma grande alegria, que terá todo o povo.
Nasceu, na cidade de Davi, O Salvador, que é o Cristo Senhor.
E, ante o assombro dos ouvintes que, com certeza, deveriam estar a se indagar onde exactamente estaria o menino, como O reconheceriam, arrematou:
E eis o que vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.
Os magos, por sua vez, viram surgir a estrela e a seguiram, até adentrarem a cidade e, como assinala o Evangelista Mateus, entrando na casa, encontraram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram.
Nos tempos primeiros, os seguidores de Jesus se identificavam uns aos outros, desenhando no chão, na pedra, a figura de um peixe.
Mais tarde, o símbolo da cruz passou a identificar os seguidores do Cristo. Eles a portavam ao pescoço, à cintura, ou entre seus pertences.
Quando o grande Gamaliel, rabino de Israel, foi visitado por Saulo de Tarso, após a sua radiosa visão do Cristo, na estrada de Damasco, lhe entregou o original dos escritos de Mateus.
A preciosidade lhe fora presenteada pelo Apóstolo Pedro, quando visitara a Casa do Caminho, em Jerusalém.
Para Gamaliel, esses originais seriam o passaporte para a entrada de Saulo na Casa do Caminho, no futuro. Ou seja, ao vê-los, Pedro reconheceria que Gamaliel acreditava na conversão de Saulo às fileiras de Jesus.
Em todos os tempos, as casas reais e as dinastias estabeleciam os símbolos que os haveriam de identificar.
A flor de Lis representou a realeza francesa. Estilizada, foi utilizada como símbolo do Priorado de Sião, sociedade que remonta ao ano de mil e noventa e nove.
* * *
Quando o Mestre Jesus profere Suas exortações aos Apóstolos, assim se expressa: Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, e que, assim como eu vos amei, vos ameis também uns aos outros.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.
Eis a senha pela qual os seguidores de Jesus devem ser reconhecidos, em todos os tempos. Nem pela empáfia, nem pelo orgulho, nem pelo se expressar de forma extraordinária, nem por dominar de memória todos os textos da Boa Nova.
Somente pelo amor. E, como diz o Espírito Lázaro, em O Evangelho segundo o Espiritismo: quando Jesus pronunciou a divina palavra - amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
Através dos tempos, muitos dos que nos dizíamos cristãos, nos servimos do poder para subjugar outros irmãos, simplesmente por não comungarem dos nossos mesmos ideais.
É tempo de revermos nossas condutas e de aprofundarmos reflexões sobre o pensamento do Cristo: Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.
Seja esse o nosso sinal. Seja essa a nossa senha, em todas as circunstâncias: o amor.
Tendo Jesus como modelo do amor, exercitemos a nossa capacidade de nos querermos bem.
Mostremos ao mundo que somos discípulos do Senhor das estrelas, que nossa senha de luz é o amor.
Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de
Mateus, cap.2, vers. 11; no Evangelho de Lucas, cap. 2, vers. 10
a 12; no Evangelho de João, cap. 13, vers. 34 e 35 e no cap. XI,
item 8 de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec,
ed. FEB.
Em 21.10.2013.
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