quarta-feira, outubro 30, 2013

ASTHANGA YOGA de Patanjali - os oito braços do Yoga

1º YAMAS (abstenções)

1 - Ahimsa: não violência  – (arrímissa)  - A não-violência começa com você mesmo. Na prática de Yoga significa respeitar seus limites.
Não sejas violento com as pessoas, com os animais e com a natureza, mas antes de tudo, não sejas violento contigo mesmo.

 2 - Satya: não mentir  – (sátyá)   Significa falar a verdade e viver com autenticidade.
Vive tua vida dentro dos princípios da verdade e no compromisso de seres sempre verdadeiro contigo mesmo. 

Estar aberto para a verdade significa, aprender a ouvir, aprender a fluir com os factos e parar de lutar. Adaptar aquilo que realmente vemos com aquilo que gostaríamos que fosse. A mente deverá estar quieta, sem o movimento do pensamento que faz ruídos e traz os ecos da memória. A verdade será percebida pelo ato de atenção, pela observação.

3 - Asteya: não roubar – (astêiá)  significa não se apropriar de algo que não lhe pertence, seja um objeto, o tempo ou a ideia de outra pessoa.
Não desejar aquilo que não te pertence. Aprende a olhar sem desejar.

O olhar que apenas olha, não cobiça. Todas as coisas que são necessárias para nós virão para nossas mãos. Precisamos aprender a ter paciência e esperar a hora certa. O que obtemos fora da hora não nos pertence de verdade. Muitas vezes nos tornamos prisioneiros de nossas posses e perdemos nossa paz.

4 - Brahmacharya: não exagerar  – (brãama- tchária) Podemos entender como moderação: na alimentação, no consumo, no uso do dinheiro.
Aprende a controlar os excessos cometidos pelo corpo e pela mente.

Aqui é necessário o conhecimento dos limites. Nossos limites são nossos melhores mestres. Quando aceitamos e compreendemos o limite, estamos aptos para transcende-los. Limites não devem ser vencidos, mas expandidos. Em alguns casos, precisamos nos impor a certos limites relacionados com o desejo, prazer e vícios. 
Em asana, significa estar consciente através da percepção  até quanto podemos nos aprofundar na pose sem forçar o corpo.

5 - Aparigraha: não ter apego  – (aparigrárra) o desejo de ter mais e mais, e nunca estar satisfeito, traz infelicidade.
Tudo o que fizeres na vida, deverá partir de um ato de desapego. O apego invalida toda a acção e a torna objecto do ego.

Desapego não significa doar seus bens e ir viver debaixo da ponte ou na solidão dos Himalaias. Desapego significa não acumular coisas desnecessárias tanto físicas como intelectuais. É bem mais difícil desapegar-se de uma ideia ou pensamento do que de objectos  O apego é um reflexo do medo. Apego é medo e necessidade de segurança.
Em asana, o desapego deve ser a acção que se une ao desempenho. A asana deve ser nova a cada execução. O trabalho anterior precisa ser desvinculado da memória e desta forma, a asana nasce nova a cada dia.

 2º NYAMAS (promoções)

Os Niyamas são a segunda parte dos oito passos do Raja Yoga. são cinco atitudes que devemos promover em relação a nós mesmos.

1 - Shaucha: purificação - (sautchá)   comer alimentos saudáveis, praticar ásanas e pranayamas e ter a mente livre de sentimentos como ódio, cobiça e orgulho.
Mantém a pureza do corpo, dos pensamentos e das atitudes.

A mente mantém-se pura através de um estado de observação sem julgamento. Cria-se desta forma uma atitude de imparcialidade. A mente deverá ser mantida em estado de pureza (inocência) durante a asana significando que esta mente deverá estar concentrada.  

2 - Santosha -  contentamento/ aceitação – (samtôchá) - a felicidade não deve depender de acontecimentos externos ou de outras pessoas. Uma mente descontente não se pode concentrar.
Faz o que tens a fazer com alegria e desprendimento.

Samtosha é entregar-se a qualquer tarefa com dedicação e imparcialidade por mais que a tarefa nos desagrade. Samtosha nos ensina a ver em cada coisa que nos acontece um motivo para aprender.

3 -Tapas: auto-disciplina – (tápas) Tanto na prática de ásanas como na vida, deves ter determinação e disciplina.
Dedica-te com amor e paixão a tudo o que fazes.

Disciplina é criar espaço na nossa vida para que o Yoga seja praticado regularmente, para que se torne o centro do movimento da vida, para que toda a acção externa parta deste centro. A disciplina manifesta-se em atitudes corretas em relação ao Yoga, ao instrutor e companheiros. A verdadeira disciplina não é um ato de compulsão, de repressão, mas um ato de amor.

"O que nos cativa também nos guia e protege.
Apaixonadamente entregues a algo que amamos,  atraímos uma avalanche de magia que nos aplaina o caminho, dá o prumo, argumenta, discorda, carrega-nos consigo sobre os abismos, os medos, as dúvidas."  

(Richard Bach - De A ponte para o sempre)

4 -Swadhyaya: estudo de si mesmo – (suádiáiá) A pessoa que pratica a swadhyaya lê seu próprio livro da vida.
Torna-te um estudante de ti mesmo através da observação, e descobre em ti o teu verdadeiro ser.

Disposição permanente para o aprendizado do novo. Disposição para a mudança. É a atitude e a postura de estar sempre, em primeiro lugar, aprendendo a auto conhecer-se. Este conceito envolve também a consciência de que todo o aprendizado, deverá, antes de tudo, libertar-se. Tudo que aprisiona o homem deve ser descartado

5 -Ishvara Pranidhana: devoção – (ichuára pranidâna) estar em unidade com Deus, reconhecer em nós parte integrante deste Universo
Entrega teu corpo e tua alma incondicionalmente ao Poder Superior que te guia e ampara. 

Isvara Pranidhana  é a confiança na existência e na sabedoria de algo maior do que o nosso próprio “eu” que nos conduz sempre para as melhores situações e condições. Neste ato incondicionado de entrega que ultrapassa as barreiras do ego, bloqueios desaparecem, abrimos o nosso ser que se conecta definitivamente com o Sagrado. Neste estado, onde as ponderações racionais da mente não existem, permitimos que os mecanismos naturais de cura entrem em funcionamento desfazendo os bloqueios e promovendo o retorno ao equilíbrio. A vida guia-nos sempre pelos caminhos do aprendizado e este caminho não necessita ser trilhado com dor. A dor e o sofrimento são resultados da resistência contra os factos.  

3º ASANAS:- (ásanas) 

- posturas físicas. Segundo Patanjali, a ásana deve ser estável e confortável. A prática traz saúde e disciplina para a mente.
Educa o teu corpo dentro dos princípios de yama e niyama para que ele se torne um instrumento para a tua conexão com o sagrado. Para que as doenças não te aflijam, para que a beleza da forma adorne a beleza do conteúdo, para que te tornes leve como os pássaros e ágil como os peixes tornando-te assim, um templo digno para a morada do espírito.

As asanas existem tal como são há milhares de anos. São perfeitas em si mesmo e não podem ser alteradas. As asanas atuam de forma subjacente no nosso corpo provocando profundas modificações psicofísicas.
Hatha Yoga visa o auto conhecimento e a ferramenta que se utiliza para este processo, é o corpo. Muito se tem lido sobre asanas mas, até hoje, ninguém pôde afirmar com exactidão científica, qual o  mecanismo completo da sua acção sobre o ser humano. Sabe-se que, enquanto a prática avança, profundas modificações de ordem física e psicológica ocorrem. Por isto, precisamos entender a "forma" perfeita da asana através do alinhamento, do equilíbrio, da busca do centro de gravidade e da direcção.
 
4º PRANAYAMA: - (prânáyâmá) 

Controle da energia vital (prana) por meio da respiração. O pranayama fortalece o sistema respiratório e acalma o sistema nervoso, favorecendo a concentração.
Aprende a conectar a respiração aos teus movimentos, ações e pensamentos.  

A vida da postura é a respiração. É através dela que a asana flui e acontece. Técnicas respiratórias avançadas só podem ser ensinadas por pessoas altamente qualificadas e você jamais deverá tentar aprender isto pelos livros.  

 A aptidão do aspirante para treinar e progredir no Pranayama deve ser avaliada por um mestre experiente e é essencial sua supervisão.



5º PRATYAHARA: - (prátiarrára) 

O controle dos sentidos.   
Aprende a fluir com tudo o que te cerca, de tal forma que conseguirás abster-te dos próprios sentidos. Assim, ouvirás o silêncio do universo no meio da batalha e conseguirás permanecer em paz no meio do tumulto.

Pratyahara capacita-nos a manter um estado de paz em qualquer circunstância.

6º DHARANA: (dá râ ná)

concentração e atenção fixa num único ponto.
Aprende a focar tua mente, tua atenção e teu pensamento em um único objecto da tua escolha e este foco será poderoso como a luz coerente de um lazer.

Dharana é concentração. Nosso cérebro não consegue passar directamente para um estado de não acção. Antes, precisamos da concentração como uma espécie de disciplina, como uma pista de descolagem que não será mais necessária durante o voo mas o é para que o avião possa subir. Da mesma forma, a meditação não é em absoluto concentração, mas necessita desta como base de lançamento.

7º DHYANA: 

A meditação.  (dí- â- )
Pelo poder da atenção completa, ingressarás em outro estado mental, onde o silêncio é o portal para a conexão final com a fonte da sabedoria plena.

O silêncio é o estado da meditação onde não há desejo, compulsão, dor, alegria, sofrimento, prazer. A personalidade não penetra este portal.

8º SAMADHI: (samád-rí )

O estado de comunhão com Deus. Comunhão completa com a Fonte, estado de união plena (Sagrado), de Graça, Uno.
 
Existe um  lugar no Universo,  
que é de paz, alegria, amor e sabedoria.
Existe um lugar em ti,
onde todo este  universo habita...
E quando tu estás neste lugar, em ti
E eu estou neste lugar, em mim
Nós somos Um!


Namasté!



terça-feira, outubro 29, 2013

nuvens...

nuvens... elas chegaram em força 
aos níveis da percepção...
brancas, etéreas e puras...
naves espaciais de anjos celestiais...

não resisti a registar esse evento,
corresponder em esperança 
o que de puro e belo se vê
e dentro de si mesmo se espera...

segunda-feira, outubro 21, 2013

senha

Quando o mensageiro celeste anunciou a Boa Nova aos pastores, no campo, assim se expressou: Eis que vos anuncio uma grande alegria, que terá todo o povo.

Nasceu, na cidade de Davi, O Salvador, que é o Cristo Senhor.

E, ante o assombro dos ouvintes que, com certeza, deveriam estar a se indagar onde exactamente estaria o menino, como O reconheceriam, arrematou:

E eis o que vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.

Os magos, por sua vez, viram surgir a estrela e a seguiram, até adentrarem a cidade e, como assinala o Evangelista Mateus, entrando na casa, encontraram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram.

Nos tempos primeiros, os seguidores de Jesus se identificavam uns aos outros, desenhando no chão, na pedra, a figura de um peixe.

Mais tarde, o símbolo da cruz passou a identificar os seguidores do Cristo. Eles a portavam ao pescoço, à cintura, ou entre seus pertences.

Quando o grande Gamaliel, rabino de Israel, foi visitado por Saulo de Tarso, após a sua radiosa visão do Cristo, na estrada de Damasco, lhe entregou o original dos escritos de Mateus.

A preciosidade lhe fora presenteada pelo Apóstolo Pedro, quando visitara a Casa do Caminho, em Jerusalém.

Para Gamaliel, esses originais seriam o passaporte para a entrada de Saulo na Casa do Caminho, no futuro. Ou seja, ao vê-los, Pedro reconheceria que Gamaliel acreditava na conversão de Saulo às fileiras de Jesus.

Em todos os tempos, as casas reais e as dinastias estabeleciam os símbolos que os haveriam de identificar.

A flor de Lis representou a realeza francesa. Estilizada, foi utilizada como símbolo do Priorado de Sião, sociedade que remonta ao ano de mil e noventa e nove.

*   *   *

Quando o Mestre Jesus profere Suas exortações aos Apóstolos, assim se expressa: Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, e que, assim como eu vos amei, vos ameis também uns aos outros.

Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.

Eis a senha pela qual os seguidores de Jesus devem ser reconhecidos, em todos os tempos. Nem pela empáfia, nem pelo orgulho, nem pelo se expressar de forma extraordinária, nem por dominar de memória todos os textos da Boa Nova.

Somente pelo amor. E, como diz o Espírito Lázaro, em O Evangelho segundo o Espiritismo: quando Jesus pronunciou a divina palavra - amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

Através dos tempos, muitos dos que nos dizíamos cristãos, nos servimos do poder para subjugar outros irmãos, simplesmente por não comungarem dos nossos mesmos ideais.

É tempo de revermos nossas condutas e de aprofundarmos reflexões sobre o pensamento do Cristo: Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.

Seja esse o nosso sinal. Seja essa a nossa senha, em todas as circunstâncias: o amor.

Tendo Jesus como modelo do amor, exercitemos a nossa capacidade de nos querermos bem.

Mostremos ao mundo que somos discípulos do Senhor das estrelas, que nossa senha de luz é o amor.



Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de
Mateus, cap.2, vers. 11; no Evangelho de Lucas, cap. 2, vers. 10
a 12; no Evangelho de João, cap. 13, vers. 34 e 35 e no cap. XI,
 item 8 de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec,
ed. FEB.
Em 21.10.2013.

terça-feira, outubro 15, 2013

O Silêncio


Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. 
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. 
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles... 
nos transmitiram esse conhecimento.

"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.
Observa os anciões para ver como se comportam.
Observa o homem branco para ver o que querem.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás actuar.

Com vocês, brancos, é o contrário. 
Vocês aprendem falando. 

Dão prémios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de "resolver um problema".
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.

Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar, eu não vou te interromper.
Te escutarei.
Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou interromper-te.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.

Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.

terça-feira, outubro 08, 2013

Competir... ser o melhor...

queres dar cabo de ti?

- então tenta ser o melhor, tenta ficar à frente de forma que todos te cobiçem..., que todos te adulem, que todos te procurem para que tu, dês cabo de ti.

a competição é a arma dos fracos.

quinta-feira, outubro 03, 2013

Certa vez...

“Certa vez perguntaram a Buda:
-O que você ganhou meditando?

Buda respondeu:
-Nada.

-Contudo, disse Buda, deixe-me lhe dizer o que eu perdi:

Raiva, ansiedade, depressão, insegurança, medo da idade e da morte”