1º YAMAS (abstenções)
1 - Ahimsa: não violência – (arrímissa) - A não-violência começa com você mesmo. Na prática de Yoga
significa respeitar seus limites.
Não sejas
violento com as pessoas, com os animais e com a natureza, mas antes de tudo,
não sejas violento contigo mesmo.
2 - Satya: não mentir – (sátyá)
Significa falar a verdade e viver com
autenticidade.
Vive tua vida
dentro dos princípios da verdade e no compromisso de seres sempre verdadeiro
contigo mesmo.
Estar aberto para a verdade significa,
aprender a ouvir, aprender a fluir com os factos e parar de lutar. Adaptar
aquilo que realmente vemos com aquilo que gostaríamos que fosse. A mente deverá
estar quieta, sem o movimento do pensamento que faz ruídos e traz os ecos da
memória. A verdade será percebida pelo ato de atenção, pela observação.
3 - Asteya: não roubar – (astêiá) significa não se apropriar de algo que não lhe
pertence, seja um objeto, o tempo ou a ideia de outra pessoa.
Não desejar aquilo que não te pertence. Aprende a olhar sem desejar.
Não desejar aquilo que não te pertence. Aprende a olhar sem desejar.
O olhar que apenas olha, não cobiça. Todas
as coisas que são necessárias para nós virão para nossas mãos. Precisamos
aprender a ter paciência e esperar a hora certa. O que obtemos fora da hora não
nos pertence de verdade. Muitas vezes nos tornamos prisioneiros de nossas
posses e perdemos nossa paz.
4 - Brahmacharya: não exagerar – (brãama- tchária) Podemos entender como moderação: na alimentação, no
consumo, no uso do dinheiro.
Aprende a controlar os excessos cometidos pelo corpo e pela mente.
Aqui é
necessário o conhecimento dos limites. Nossos limites são nossos melhores
mestres. Quando aceitamos e compreendemos o limite, estamos aptos para
transcende-los. Limites não devem ser vencidos, mas expandidos. Em alguns
casos, precisamos nos impor a certos limites relacionados com o desejo, prazer
e vícios.
Em asana,
significa estar consciente através da percepção até quanto podemos nos
aprofundar na pose sem forçar o corpo.
5 - Aparigraha: não ter apego – (aparigrárra)
o desejo de ter mais e mais, e nunca estar satisfeito, traz infelicidade.
Tudo o que fizeres na vida, deverá partir de um ato de desapego. O apego invalida toda a acção e a torna objecto do ego.
Tudo o que fizeres na vida, deverá partir de um ato de desapego. O apego invalida toda a acção e a torna objecto do ego.
Desapego não
significa doar seus bens e ir viver debaixo da ponte ou na solidão dos
Himalaias. Desapego significa não acumular coisas desnecessárias tanto físicas
como intelectuais. É bem mais difícil desapegar-se de uma ideia ou pensamento
do que de objectos O apego é um reflexo do medo. Apego é medo e necessidade de
segurança.
Em asana, o
desapego deve ser a acção que se une ao desempenho. A asana deve ser nova a cada
execução. O trabalho anterior precisa ser desvinculado da memória e desta
forma, a asana nasce nova a cada dia.
2º NYAMAS (promoções)
Os Niyamas são a segunda parte dos oito passos
do Raja Yoga. são cinco atitudes que devemos
promover em relação a nós mesmos.
1 - Shaucha: purificação - (sautchá) comer alimentos saudáveis, praticar
ásanas e pranayamas e ter a mente livre de sentimentos como ódio, cobiça e
orgulho.
Mantém a pureza do corpo, dos pensamentos e das atitudes.
A mente mantém-se pura através de um estado de
observação sem julgamento. Cria-se desta forma uma atitude de imparcialidade. A
mente deverá ser mantida em estado de pureza (inocência) durante a asana
significando que esta mente deverá estar concentrada.
2 - Santosha - contentamento/
aceitação – (samtôchá) -
a felicidade não deve depender de acontecimentos externos ou de outras pessoas.
Uma mente descontente não se pode concentrar.
Faz o que tens a fazer com
alegria e desprendimento.
Samtosha é entregar-se a qualquer tarefa com dedicação e imparcialidade por mais que a tarefa nos desagrade. Samtosha nos ensina a ver em cada coisa que nos acontece um motivo para aprender.
Samtosha é entregar-se a qualquer tarefa com dedicação e imparcialidade por mais que a tarefa nos desagrade. Samtosha nos ensina a ver em cada coisa que nos acontece um motivo para aprender.
3 -Tapas: auto-disciplina – (tápas) Tanto na prática de
ásanas como na vida, deves ter determinação e disciplina.
Dedica-te com amor e paixão a tudo o que fazes.
Disciplina é
criar espaço na nossa vida para que o Yoga seja praticado regularmente, para
que se torne o centro do movimento da vida, para que toda a acção externa
parta deste centro. A disciplina manifesta-se em atitudes corretas em relação
ao Yoga, ao instrutor e companheiros. A verdadeira disciplina não é um ato de
compulsão, de repressão, mas um ato de amor.
"O
que nos cativa também nos guia e protege.
Apaixonadamente entregues a algo que amamos, atraímos uma avalanche de
magia que nos aplaina o caminho, dá o prumo, argumenta, discorda, carrega-nos
consigo sobre os abismos, os medos, as dúvidas."
(Richard Bach - De A ponte para o sempre)
4 -Swadhyaya: estudo de si mesmo – (suádiáiá) A pessoa que pratica a
swadhyaya lê seu próprio livro da vida.
Torna-te um estudante de ti mesmo através da observação, e descobre em ti o
teu verdadeiro ser.
Disposição permanente para o aprendizado do novo. Disposição para a
mudança. É a atitude e a postura de estar sempre, em primeiro lugar, aprendendo
a auto conhecer-se. Este conceito envolve também a consciência de que todo o
aprendizado, deverá, antes de tudo, libertar-se. Tudo que aprisiona o homem
deve ser descartado
5 -Ishvara Pranidhana:
devoção – (ichuára pranidâna) estar em unidade com Deus, reconhecer em nós parte
integrante deste Universo
Entrega teu corpo e tua alma
incondicionalmente ao Poder Superior que te guia e ampara.
Isvara Pranidhana é a confiança na existência e na sabedoria de
algo maior do que o nosso próprio “eu” que nos conduz sempre para as melhores
situações e condições. Neste ato incondicionado de entrega que ultrapassa as barreiras do ego,
bloqueios desaparecem, abrimos o nosso ser que se conecta definitivamente com o
Sagrado. Neste estado, onde as ponderações racionais da mente não existem,
permitimos que os mecanismos naturais de cura entrem em funcionamento
desfazendo os bloqueios e promovendo o retorno ao equilíbrio. A vida guia-nos sempre pelos caminhos do aprendizado e este caminho não
necessita ser trilhado com dor. A dor e o sofrimento são resultados da
resistência contra os factos.
3º ASANAS:- (ásanas)
- posturas físicas. Segundo Patanjali, a ásana deve ser estável e confortável.
A prática traz saúde e disciplina para a mente.
Educa o teu corpo dentro dos princípios de
yama e niyama para que ele se torne um instrumento para a tua conexão com o
sagrado. Para que as doenças não te aflijam, para que a beleza da forma adorne
a beleza do conteúdo, para que te tornes leve como os pássaros e ágil como os
peixes tornando-te assim, um templo digno para a morada do espírito.
As asanas existem tal como são há milhares de anos. São perfeitas em si mesmo e não podem ser alteradas. As asanas atuam de forma subjacente no nosso corpo provocando profundas modificações psicofísicas.
As asanas existem tal como são há milhares de anos. São perfeitas em si mesmo e não podem ser alteradas. As asanas atuam de forma subjacente no nosso corpo provocando profundas modificações psicofísicas.
Hatha Yoga visa o auto conhecimento
e a ferramenta que se utiliza para este processo, é o corpo. Muito se tem lido
sobre asanas mas, até hoje, ninguém pôde afirmar com exactidão científica, qual
o mecanismo completo da sua acção sobre o ser humano. Sabe-se que,
enquanto a prática avança, profundas modificações de ordem física e psicológica
ocorrem. Por isto, precisamos entender a "forma" perfeita da asana
através do alinhamento, do equilíbrio, da busca do centro de gravidade e da direcção.
4º PRANAYAMA: - (prânáyâmá)
Controle da energia vital (prana) por
meio da respiração. O pranayama fortalece o sistema respiratório e acalma o
sistema nervoso, favorecendo a concentração.
Aprende a conectar a respiração aos teus movimentos, ações e pensamentos.
A vida da postura é a respiração.
É através dela que a asana flui e acontece. Técnicas respiratórias avançadas só
podem ser ensinadas por pessoas altamente qualificadas e você jamais deverá
tentar aprender isto pelos livros.
A aptidão do aspirante para treinar e
progredir no Pranayama deve ser avaliada por um mestre experiente e é essencial
sua supervisão.
5º PRATYAHARA: - (prátiarrára)
O controle dos sentidos.
Aprende a fluir com tudo o que te cerca, de tal forma que conseguirás abster-te
dos próprios sentidos. Assim, ouvirás o silêncio do universo no meio da batalha
e conseguirás permanecer em paz no meio do tumulto.
Pratyahara
capacita-nos a manter um estado de paz em qualquer circunstância.
6º DHARANA: (dá râ ná)
A concentração e atenção fixa num único ponto.
Aprende a focar tua mente, tua atenção e teu pensamento em um único objecto da tua escolha e este foco será poderoso como a luz coerente de um lazer.
Dharana é
concentração. Nosso cérebro não consegue passar directamente para um estado de
não acção. Antes, precisamos da concentração como uma espécie de disciplina,
como uma pista de descolagem que não será mais necessária durante o voo mas o é
para que o avião possa subir. Da mesma forma, a meditação não é em absoluto
concentração, mas necessita desta como base de lançamento.
7º DHYANA:
A meditação. (dí- â- ná)
Pelo poder da atenção completa, ingressarás em outro estado mental, onde o
silêncio é o portal para a conexão final com a fonte da sabedoria plena.
O silêncio é o estado da meditação onde não há desejo, compulsão, dor, alegria, sofrimento, prazer. A personalidade não penetra este portal.
8º SAMADHI: (samád-rí )
O estado
de comunhão com Deus. Comunhão
completa com a Fonte, estado de união plena (Sagrado), de Graça, Uno.
Existe um lugar no Universo,
que é de paz, alegria, amor e sabedoria.
Existe um lugar em ti,
onde todo este universo habita...
E quando tu estás neste lugar, em ti
E eu estou neste lugar, em mim
Nós somos Um!
Namasté!