quinta-feira, setembro 15, 2016

O teatro da vida

A vida na Terra pode ser comparada a um imenso teatro, e as pessoas, nas suas diferentes vivências, grandes atores.

Neste palco colorido e cheio de emoções, ora esbarramos em personagens muito bonitas e cheias de charme; ora nos deparamos com cabeças coroadas a esbanjar seu orgulho.

Ora com o sábio observador, com o tolo indiferente e até mesmo, com o feio a se esgueirar; ora nos vemos à frente de palhaços brincalhões e de figuras carismáticas a se apresentarem como lhes convêm.

No final da peça que vivenciamos, acabamos percebendo que todos partilhamos os mesmos vestuários.

Quando os aplausos cessam, tanto uns como outros, dividimos o mesmo camarim.

Somos todos os verdadeiros atores dos dramas representados no grande palco.

O teatro da vida não conta com muito tempo de ensaio para a sua apresentação.

Cada qual vem com seu papel previamente planeado, podendo facilitar ou complicar durante a representação.

Há atores que, tendo recebido simples papéis, acabam se dedicando tanto que roubam a cena, deixando marcas que servem de exemplo para os demais.

Outros pedem grandes performances, mas o desânimo e a preguiça os fazem desmerecer o posto almejado, tendo que esperar por nova programação.

*   *   *

Assim acontece com cada um de nós, seres humanos, neste mundo.

Nosso palco é a Terra, a peça em que atuamos, a presente reencarnação, nossos companheiros de palco, os nossos familiares.

Se dentro da mesma cena os atores não apresentarem bom desempenho com relação à amizade, ao respeito e à participação positiva de todos, a cena se esfumaça, e o sentido real do ato deixa de existir.

Nossa plateia é a Humanidade, com suas preferências, seus padrões e seus preconceitos.

Se não nos revestirmos de respeito às diferenças, de carinhosa atenção aos demais, não teremos aceitação e êxito.

Todos nos vestimos do corpo carnal e dividimos o mesmo camarim das experiências comuns.

Todos almejamos os aplausos do sucesso, mas nem todos nos esforçamos o suficiente para merecê-los.

Da mesma forma, perdemos oportunidades e ficamos à espera de novas chances para refazer, para recomeçar.

Sejamos pois, a alma sedenta de bom desempenho, que se tranquilizará após nobre actuação, sem ficar a exigir os principais papéis.

Abençoemos o cansaço de cada dia, sem escolher leito sofisticado, mas que possamos descansar em qualquer banco do caminho, fazendo dele um castelo de paz.

Bendito seja o suor do trabalho árduo, a dor das mãos calejadas que dão mostras de ocupação valiosa, que não nos permite a mente vazia.

Mantenhamos o silêncio construtivo ao palavrório sem conteúdo.

Valorizemos o riso que embeleza a face sóbria de uma vida enriquecida de amor.

Bem-vindas as muitas perguntas rumo à sabedoria, as muitas buscas de oportunidades, que nos farão mais esclarecidos e realizados.

Abençoadas sejam as declarações de amor e amizade que colorirem nossos caminhos.

Benditos os dias que pudermos tropeçar, cair e nos erguermos, abraçados à poesia da vida, desejosos de emocionar até o último ato.

4 comentários:

  1. Admiro-o pela capacidade de fazer uso com tanta pertinência do nome do Nazareno, Mestre Jesus.
    Obrigada pelos muitos exemplos práticos daquilo que Ele nos deixou e das histórias onde alguns poderão encontrar consolo
    Tenho uma dúvida para reflexão, como acha que Jesus reagiria numa situação semelhante à que passo a expor: Duas pessoas interagem durante anos, liga-os aquilo que se chama amizade com exemplos de grande entrega e amor incondicional. Um dia uma dessas pessoas e para bem da outra afasta-se. A outra sem avaliar mais uma, talvez a maior, das muitas dádivas que tinha recebido dessa amizade, levanta uma onda de falatórios, nos quais envolve outras pessoas, incendeia outros no seu ego inflamado, provocando difamação de carácter, de dúvida de postura e comportamento. Dentro das diferenças que os distinguiam como é normal entre pessoas, foi sempre um profundo amor, colaboração, e total lealdade que superou as diferenças. Nada no comportamento da primeira mereceu essa onda de raiva disseminada por outros que por sua vez a propagaram e nela maceraram os seus próprios julgamentos.
    Pergunto-me o que diria Aquele que dizia “ O que a outro fizerdes a mim o fareis”

    Obrigado

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    1. Caro anónimo, não me admire pelos textos que refere que não são de minha autoria, e pelos quais nutro a mesma admiração que refere. Os autor destes textos e que menciono sempre que seja o caso, é como pode reparar a Equipe de redacção do momento espirita (http://www.momento.com.br/pt/index.php), e que caso queira pode subscrever a Newsletter deles e receberá ainda mais textos dos que eu publico, já que apenas ocasionalmente o faço enquanto eles todas as semanas publicam textos interessantíssimos.

      Quanto à sua questão, não me consigo nem imaginar a tecer considerações acerca desse excelso ser que é Jesus, então não posso por ele considerar seja o que for. A minha relação com ele é mais do foro intimo, pessoal e intransmissível.

      Posso partilhar consigo o que penso da situação que me apresenta, e creio que quem levanta ventos colhe tempestades. Aquele amigo que se revê no pacificador, não deverá dar guarida a nenhum tipo de ressentimentos ainda que seja vitima de calunia. O tempo tudo acerta, e além do mais, as maiores batalhas a travar quanto a mim, passam-se dentro de nós próprios, porquanto o que é de César a Cesár se entregará. Uma grande questão ou mesmo questiúncula, seja entre uma pessoa ou mesmo um exercito de pessoas, necessita sempre de oposição para que se concretize. O mais indicado para mim, será permanecer centrado, em si próprio e seus valores, a verdade sempre virá ao cimo, e aquele que comete injustiças breve breve será alvo de compaixão, porque se verá pelas leis da física e da espiritualidade, nos mares agitados que ele próprio levantou. Seja um ou sejam muitos...

      Claro se aquele que se sente alvo de injustiça o sente porque é seu orgulho que sente a dor, então no fundo, apesar de em lados aparentemente opostos, ambos padecem do mesmo mal.

      Grato do meu coração

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  2. O mais grave estado de cegueira é o do cego que não quer ver, e o mais grave pecado é o da arrogância do que em falta, nela permanece no alto da mentira caluniosa que ergueu. Que Deus o preserve nos ensinamentos da escola da vida.

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