Sem dúvida, há na Terra a mais variada gama de pessoas, abraçando ideias, propostas e objetivos diferenciados. Sintonizamos, cada um de nós, em um tempo próprio, coerente com os valores e ideais que agasalhamos na intimidade com uns ou com outros.
Há cientistas aplicando seu intelecto, capacidades e recursos, a fim de desenvolver aparatos bélicos e armas de destruição em massa. Ao mesmo tempo, encontramos outros que se aplicam no desenvolvimento de vacinas, na busca da cura de doenças.
Há filósofos e escritores que, através de seus textos, provocam a discórdia, a desavença, fomentam os antagonismos, exacerbam os preconceitos. Porém, há outros que utilizam sua inspiração e imaginação para propor reflexões oportunas, trazendo compreensão, empatia e entendimento mútuo em seus textos e falas.
Encontramos líderes políticos desvirtuados em suas obrigações públicas, preocupados apenas com interesses mesquinhos e enriquecimento próprio. No entanto, encontramos, também, aqueles que se servem do cargo político para concretizar ideais pelo bem comum, servindo à população com dignidade e honra.
Cada um na exata sintonia do seu próprio tempo. Outros, ainda, sintonizam apenas o tempo do mundo, do imediato, do agora. Creem que devem se servir do mundo a fim de atingir seus ideais egoístas e exclusivos. Muito embora carreguem um cabedal intelectual respeitável, trazem no seu íntimo uma visão estreita da vida e do mundo.
Felizmente, existem aqueles que sintonizam com o tempo de Deus. Esses produzem e oferecem ao mundo valores nobres, que vencem os interesses imediatistas. Conseguem perceber que viver no mundo é doar-se e contribuir para que a vida seja melhor e mais justa.
Será que educamos nossos filhos para serem vencedores, campeões, os melhores a qualquer preço? Ou, ao educá-los, nos preocupamos em falar de empatia, respeito, que se sensibilizem com as dores e carências alheias, entendendo que esses valores são eternos e compatíveis com o tempo de Deus?
No trato com nossos vizinhos, no trânsito, no transporte público, como temos nos comportado? Somos guiados pela indiferença, pelo descomprometimento com o coletivo, com as regras e leis postas para a ordem geral? Ou entendemos que viver coletivamente é obedecer regras, leis, sabendo que nosso direito deve respeitar os limites do direito do outro?
Importante refletirmos sobre o tempo em que situamos nosso coração. Embora tenhamos compromissos e obrigações com o tempo do mundo e com as necessidades imediatas, partiremos daqui, algum dia. E então, nos restará apenas aquilo que investimos no tempo de Deus, que transcende as preocupações imediatas e valem pelo todo.
pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter
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