terça-feira, junho 10, 2025

A beleza

Aspiração humana, a beleza física atinge em cheio nosso senso estético. Enche os olhos com suas cores e formas. Atrai, desperta desejos. Todos a ambicionamos. Faz parte da natureza humana querer sobressair-se, destacar-se por algo que os demais não têm.

Por isso, estendemos nosso desejo de beleza física para parceiros, filhos, roupas, casa, jardim, objetos. Queremos beleza em tudo, a toda hora. E rejeitamos automaticamente o que consideramos feio.

Mas o que é a beleza física? Um corpo perfeito, um rosto adorável? Cabelos brilhantes? Tudo isso é tão passageiro.

Cuidar do corpo é fundamental, mantê-lo asseado, bem tratado, é dever de todos nós. Porém, cabe-nos prestar atenção para que não transformemos o corpo no centro absoluto de nossas preocupações. 

Uma saudável vaidade não é condenável. Querer estar bem, não afrontar os demais com uma aparência maltratada é o ideal. Quando ocorrem os exageros, podemos criar para nós mesmos muitas dores desnecessárias. E, é de nos perguntarmos, ao final da vida, o que será de nós se focamos toda nossa atenção no corpo?

Não nos tornemos pessoas atormentadas, sem aceitar a própria idade, transformando-a em motivo de infelicidade. Lembremos, igualmente, de cultivar a beleza da alma, essa que permanecerá para todo o sempre. Essa beleza esplêndida, que se manifesta em gestos de amor, em palavras gentis, em paciência, doçura, serenidade. Acreditemos: as atitudes afetuosas são os cremes que retiram a fealdade da alma. São as cirurgias plásticas que restauram a beleza moral. São o nosso mais valioso investimento para o futuro.

Naturalmente, não pensemos que essas conquistas acontecem como um estalar de dedos. Para exercitar a beleza da alma, é necessário mais do que uma simples vontade. É preciso disciplina e perseverançaE, muito importante é ter os olhos voltados para algo desta vida.

Dessa maneira, não nos prendamos demais aos valores materiais. A vida terrena é muito curta para que a tornemos centro único de toda nossa atenção. Procuremos fixar mais amiúde o nosso pensamento em Deus, procurando agir de acordo com as leis criadas por Ele.

Encaremos a vida na Terra somente como uma passagem. Trabalhemos, relacionemo-nos com as pessoas, cultivemos amizades, simpatias, amores. Lancemos sementes de benquerer por onde transitemos. Possivelmente encontraremos algumas dificuldades para viver dessa maneira. Afinal, a sedução da Terra é muito grande. Os prazeres, condições e sensações materiais têm apelos muito fortes. Eles nos atraem, prendem e nos mantêm atados às cadeias das paixões e alegrias passageiras. Assim, os que desejamos cultivar a beleza da alma precisamos estar focados na aquisição dos valores imortais da vida. 

Então, com os olhos postos nas estrelas, conscientes de que a vida é muito mais que a carne do corpo, viveremos com a certeza de que somos parte do imenso plano divino, onde a única beleza que importa é a do Espírito, que vive para todo o sempre.

Pensemos nisso! Foquemos em nossa imortalidade.

domingo, junho 01, 2025

depressa e bem não há quem.


Em toda a actividade humana, não existe melhor e mais preciso instrumento de avaliar um desempenho, senão pela simples observação do seu “timming”, do seu ciclo de manifestação.

A manifestação de um desempenho é transversal às áreas que a circunscrevem e até envolvem, assim serve perfeitamente para a caracterizar.

Na espiral dos acontecimentos existe um padrão que ao repetir-se, ainda que seu actual momento possa e até é desejável, tecer particulares considerações, existe no padrão espiralado dos eventos, que constituem a contagem do tempo, uma sobreposição de ciclos que constituem um padrão.


A percepção destes maravilhosos eventos misteriosos, que a conduta do desempenho humano gera, são mesuráveis pela observação do padrão rítmico de suas sobreposições.


Apesar de suas origens serem indetectáveis no tempo que antecede o observador do desempenho, assim como o seu destino evolutivo, pela singularidade da espiral dos eventos, pelo amor e pela oportunidade, torna-se o ritmo como uma canção cósmica acerca deste próprio desempenho, um testemunho e espécie de assinatura.

É assim que se confirma o método e o motivo de todo o desempenho sábio, tomar o seu tempo, e numa aparente lentidão relativamente ao mundo moderno, consegue sobreviver à precipitação dos eventos e seus indesejáveis efeitos.

Assim sobre a exclusividade humana, quando alguém age aceleradamente, precipitadamente, está unicamente a ignorar padrões de si mesmo que consequentemente, terá que repetir até entender as suas sobreposições, de modo a naturalmente integrar ou conscientemente assumir, a sua própria razão de ser.

Em analogia, repare-se o trajecto dos humanos reconhecidamente sábios, tendencialmente desacelerados, como quem deseja saborear uma boa refeição sem pressas. 

São estes humanos assertivos sobre as considerações do seu desempenho e em resultado detentores de uma clarividência a toda a prova. Podem determinar com exactidão os precisos momentos dos eventos, suas implicações múltiplas, onde se desarmonizam, onde se dissipam por cumprimento.

Num mundo manifestado onde o corpo e a alma trocam mimos, estes procedimentos são factores de uma imensa e natural auto-realização.
Porque para a integração de um determinado evento ou momento, não deixam de considerar os eventos ou momentos que os derivam (impulsionam), em espiral sobreposição.


Devagar, em absoluto controle espiral vital que os nutre, evoluem evoluindo à sua passagem.


Todo o afastamento do momento em que tudo acontece a seu tempo, é uma ficção antinatural que não raras vezes se paga caro, senão com a própria asfixia do porvir.

Aquele que em nome do que quer que seja, para o fazer incidir sobre si ou os demais esqueça, ignore ou despreze o padrão que o conduziu até então, está a espetar a faca do anátema em suas próprias costas à traição, enquanto tenta convencer o mundo e a si próprio, de algum tipo de salvação.