Você surgiu como suave melodia trazida
pela brisa; dilatou-se no silêncio de minha alma e fez-se moldura em meu viver.
Isso se chama ventura.
Há algo em você que transparece num olhar,
como estrela no céu atapetado de astros e exterioriza-se num sorriso como
canção tocada na harpa dos ventos.
Isso se chama ternura...
Sem olhar, você me percebe; sem falar,
você me diz; sem me tocar, você me abraça...
Isso se chama sensibilidade.
Quando me perco em labirintos escuros,
você me mostra o caminho de volta... Quando exponho meus tantos defeitos, você
faz de conta que não nota... Se enlouqueço, você me devolve a razão...
Isso se chama compaixão.
Nos dias em que as horas passam lentas,
sem graça e sem luz, nos seus braços eu encontro alento. Quando os dias alegres de verão partem e
em seu lugar chega o outono, cobrindo o chão com folhas secas, e o verde
exuberante cede lugar ao cinza, nos seus braços encontro harmonia.
Isso se chama aconchego.
Quando você está longe, no espelho da
saudade eu vejo reflectida a certeza do reencontro. Nas noites sem estrelas, quando a
escuridão envolve tudo em seu manto negro, você me aponta a carruagem da
madrugada, que vem despertar o dia com suas carícias de luz...
Isso se chama esperança.
Quando as marés dos problemas parecem
tragar em suas ondas as minhas forças, em seus braços encontro reconforto. Se as amarguras pairam sobre meus dias,
trazendo desgosto e dor, sua presença me traz tranquilidade.
Você é um raio de sol, nos dias escuros...
É ave graciosa que enfeita a amplidão
azul...
Você é alma e é coração.
É poema e é canção...
É ternura e dedicação...
Nada impõe, tudo compreende, tudo
perdoa...
Sua companhia é doce melodia, é convite a
viver...
... E tudo isso se chama amor!
Surge depois que as nuvens ilusórias da
paixão se desvanecem. Que a alma se mostra nua, sem enfeites,
sem fantasias, sem máscaras...
Enfim, o amor é esse sentimento que brota
todos os dias, como a flor que explode de um botão, ao mais subtil beijo do
sol...
Isso, sim, se chama amor...
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