quinta-feira, janeiro 12, 2012

Serviço Desinteressado

Foi durante um período de férias. Carlos havia se dirigido a um acampamento isolado, com a família. Quando se deu conta, o carro não funcionava.

Tentou arrancar e nada. Caminhou para fora do acampamento, muito nervoso. 
Pelo caminho ia descarregando a sua raiva com palavras grosseiras, que foram abafadas pelo cantar das águas do riacho próximo.

O problema era a bateria descarregada e Carlos resolveu ir até a vila a pé. Eram alguns quilômetros de caminhada.

Duas horas depois, com um tornozelo torcido, ele chegou a um posto de gasolina.
Como era domingo de manhã, o lugar estava fechado. Mas havia um telefone público e uma lista telefônica quase se desmanchando.

Ele telefonou para a única companhia de auto-socorro da cidade vizinha, que ficava a uns trinta quilômetros de distância.

Um tal de Zé atendeu e o acalmou. Ele deveria chegar ao posto de gasolina, mais ou menos em meia hora.

Enquanto esperava o socorro chegar, Carlos ficou a imaginar quanto aquilo tudo lhe deveria custar. 

Finalmente, um reluzente camião reboque chegou e eles foram para a área do acampamento.

Quando o Zé saiu do camião, Carlos o observou e ficou espantado. Zé tinha aparelhos na perna e andava com ajuda de muletas.

Enquanto se movimentava, Carlos ainda pensou qual seria o preço de tamanha boa vontade.

Mas Zé era um sujeito animado. Enquanto foi providenciando a carga eléctrica para a bateria, distraiu o filhinho de Carlos com uns truques de magia.

Tudo pronto. Carro funcionando, Carlos perguntou quanto devia.
Nada, respondeu Zé.

Não é possível, falou Carlos. Hoje é domingo, tirei o senhor do seu descanso, você rodou tantos quilómetros e finalmente ainda resolveu o meu problema. Preciso de lhe pagar.

Não mesmo, disse o Zé. Há alguns anos, alguém me ajudou a sair de uma situação pior do que esta, quando perdi as minhas pernas.

E tudo o que o sujeito que me auxiliou disse, ao final foi: "Passe isso adiante. Você não me deve nada. Apenas se lembre de passar isso adiante, quando tiver uma oportunidade."

E então, hoje, tive a oportunidade de ajudá-lo. Foi óptimo. Vá para sua casa, com sua família e quando puder, ajude alguém, porque precisamos sempre uns dos outros.

* * *

Nunca deixe de ajudar a quem quer que seja.

Para isso você não precisa de dinheiro, posição social relevante ou poder.

Pode ajudar pela palavra gentil que gera estímulos preciosos.

Pode ajudar auxiliando seu vizinho com as crianças, enquanto a mãe delas se encontra em recuperação, no hospital.

Pode ajudar encaminhando alguém a uma instituição própria para socorro devido, se não puder socorrer você mesmo.

Pode, enfim, se tornar, onde se encontre, um microfone fiel a serviço do bem, auxiliando os caídos a se erguerem, os adormecidos a despertarem, os errados a se corrigirem e os agressivos a se acalmarem.

Assim agindo, descobrirá que a sua vida possui um grande significado e que a sua tarefa principal é servir e servir sempre.


com base em história de autoria desconhecida e com pensamentos do cap. CLXXXVIII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

1 comentário:

  1. Na experiencia dos sentidos compreendi que ajudar aqueles que amamos nos dá prazer, esse prazer é a recompensa; mas a compaixão é que nos eleva.

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