Quem
respira apressadamente não dura
Quem
alarga os passos não caminha
Quem
vê por si não se ilumina
Quem
aprova por si não resplandece
Quem
se auto-enriquece não cria a obra
Quem
se exalta não cresce
Esses, para o caminho, são como os restos de alimento de uma
oferenda
Coisas desprezadas por todos
Por
isso, que possui o Caminho não actua desse modo.
Quem respira
apressadamente não dura
O
texto reflecte o desgaste que é causado no uso precipitado de nossas
funções naturais. Recorda que em cada um reside um tempo próprio e
intransmissível que regula as próprias funções do Ser. No cultivo e
desenvolvimento deste relacionamento consigo próprio, enaltece-se o crescimento
interior pela oportunidade de manifestação. É estando atentos ao nosso próprio
tempo, que descortinamos o que mais necessitamos saber acerca de nós próprios.
Só precisamos como aponta a frase, respeitar nosso próprio
biorritmo.
Quem alarga os passos
não caminha
Quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos, não simplifica. Quem
não respeitar a sua própria natureza, perde-se no caminho de volta a
casa.
Quem vê por si não se
ilumina
Aquele que à luz deste saber, adormece em seu leito, considere
estar ciente de tudo que precisa, perde-se uma vez mais. Desta vez ludibriado,
sem dar conta, pois esqueceu-se dos demais, que são a pele exterior da sua experiência maior, da sua prática reveladora.
Quem aprova por si não
resplandece
Quem junta ao seu fazer o seu pensar como sentenças do seu saber,
envelhece porque decide sozinho sem partilhar, o uso-fruto da sua própria
razão.
Quem se auto-enriquece
não cria a obra
Quem se auto-enriquece não cria obra, porque a sua riqueza irá
perecer consigo mesmo. A diferença entre sermos em nossas actividades,
centrípetos ou centrífugos.
Quem se exalta não
cresce
Quem junta às suas investidas a sua energia, cresce. Quem junta às
investidas dos outros a sua energia, não cresce. Cada um deve ser a sua razão
maior, cada um terá que resplandecer em seu coração, não em sua atitude para com
o mundo. Quem com sua forma de ser ofusca o seu semelhante acabará como um
cego.
Esses, para o caminho,
são como os restos de alimento de uma oferenda
Coisas desprezadas por
todos
Por isso, quem possui o
Caminho não actua desse modo.
Assim como o praticante das Artes Taoístas, que bem se poderia
considerar uma espécie de monge ou monja dos tempos modernos, um/a alquimista
urbano que procura o bom senso e o equilíbrio nas expressões naturais, louvando
a perfeição natural em todas as suas manifestações.
O
praticante de Tai ji Quan, segue o seu caminho não desprezando a função da
bússola, mas guiado pelas
estrelas.