domingo, junho 23, 2024

A flor da honestidade

Conta-se que, por volta do ano 250 a.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma disputa entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.

No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.

Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:

Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça. Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

E a filha respondeu: Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar, ao menos alguns momentos, perto do príncipe. Isto já me torna feliz. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas joias e com as mais determinadas intenções.

Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:

Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China. A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valoriza muito a especialidade de cultivar algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos.

O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura da sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse, na mesma extensão do seu amor, ela não precisaria se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia, ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à sua mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada. Nunca havia presenciado tão bela cena.

Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. 

As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:

Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: a flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis. A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor.

quarta-feira, junho 12, 2024

Nunca abandone os seus sonhos

As crianças têm sonhos. Sem limites. Elas são princesas, super-heróis. Sonham salvar o mundo de toda maldade. Acreditam-se com poderes infinitos. Sonham alcançar as nuvens, fazer todo mundo feliz, ter muito dinheiro para distribuir brinquedos para todas as crianças. Mas elas crescem e se tornam adultas. E, quase sempre, esquecem dos seus sonhos. Desencantam-se ao contato com a realidade. Ou talvez encontrem tantos adultos desencantados que isso as faz acreditar que não podem concretizar os seus sonhos.

A pequena Jean, na terceira classe, era um exemplo típico. Filha de piloto, sonhava voar. Certo dia, numa uma redação, ela colocou todo seu coração e revelou: Quero ser piloto de avião, ver as nuvens, saltar de paraquedas. A sua nota foi zero porque, segundo sua professora, as profissões que ela listara não eram para mulheres. Jean foi massacrada, no decorrer dos anos seguintes, pela negatividade de vários adultos. Garotas não podem ser pilotos de avião. Não são suficientemente inteligentes para isso. Ela desistiu.

No último ano do ensino médio, a professora de inglês pediu que os alunos escrevessem sobre o que estariam fazendo dentro de dez anos. Jean descartou piloto, aeromoça, esposa. E escreveu: empregada de mesa. Afinal, pensou, aquilo ela seria capaz de fazer. Duas semanas depois, a professora colocou a folha com a resposta de cada um dos alunos, virada para baixo, na frente de cada um deles.

Agora, pediu que escrevessem o que cada um faria se tivessem acesso às melhores escolas, a dinheiro ilimitado, a habilidades ilimitadas. Quando terminaram, lecionou: Tenho um segredo para todos vocês. Vocês têm acesso a boas escolas. Se não correrem para concretizar os seus sonhos, ninguém o fará por vocês. Vocês têm muita potencialidade. Não deixem de utilizá-la.

Jean ficou animada e, ao mesmo tempo, amedrontada. Depois da aula, foi falar com a professora e lhe segredou seu desejo de ser piloto. Então, seja! – Foi o que ouviu.

E Jean resolveu perseguir o seu sonho. Foram dez anos de trabalho duro, encarando oposições, hostilidades, rejeição, humilhação. Tornou-se piloto particular. Conseguiu graduação para transportar carga e pilotar aviões de passageiros. Mas não recebia promoção por ser mulher. Não desistiu. Ela pulverizou plantações, pulou de paraquedas centenas de vezes.

Em 1978, Jean Harper foi uma das três primeiras mulheres a serem aceitas como piloto pela United Airlines. Tornou-se piloto de Boeing 737 na mesma empresa aérea. Tudo, graças ao poder de duas palavras positivas.


Se você abandonou os seus sonhos, é tempo de retomá-los. Não diga que é tarde, que você está velho demais, que não consegue mais. Decida-se e parta para a luta!

Estude, persevere, conquiste. Utilize a força de sua fé. Acredite e invista no seu potencial. Lembre: você pode ser o que quiser, se desejar o bastante e não perder o foco do seu ideal. Seja a sua meta tocar as estrelas. Vá em frente!