quinta-feira, dezembro 29, 2016

Nossa solidão

Como ainda podemos nos sentir sós num mundo tão conectado, onde temos tanto acesso à informação, onde podemos nos comunicar com tanta facilidade uns com os outros?

A resposta é simples, ao mesmo tempo indigesta: solidão tem a ver com algo mais profundo do que a presença de pessoas ao nosso lado, do que movimento das gentes, do que estar ou não conectado ou acompanhado.

A prova disso é que alguns podem passar muito tempo sozinhos e não se sentirem sós. Outros, por sua vez, podem ter cônjuge, filhos, contarem amigos às centenas nas redes sociais, mas sofrerem de imensa solidão.

Nietzsche foi capaz de dizer com todas as letras: Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou com a ausência das pessoas.

A solidão patológica, que se instala como gigante da alma, tem a ver com a distância entre o ser e sua essência. Tem a ver com o vazio que ainda reina absoluto em nós.

Há um imenso espaço a preencher dentro de nós, um espaço que apenas agora estamos descobrindo. Um universo onde ainda reina o silêncio – um silêncio incômodo, que tentamos preencher com os barulhos do mundo.

Por isso falamos tanto e ouvimos tão pouco. Por isso buscamos tanto entretenimento e tão pouca cultura. Por isso apreciamos locais e músicas ruidosos. Tudo isso nos afasta do silêncio.

O silêncio nos assusta. O silêncio nos força a ouvir os ecos da alma, nos força a olhar para dentro, a nos encontrarmos.

Mas é justamente aí que está o caminho para tratar a solidão. Temos que buscar nossa essência através de dois grandes movimentos: amando a nós mesmos e amando ao próximo.

A lição não é nova. Já fomos orientados, há muito tempo, sobre esse movimento necessário em direção ao Criador: nós e nosso próximo na direção de Deus.

Conhecendo-nos, aceitando-nos, podemos dar os primeiros passos no rumo do autoamor.

Autoperdão, disciplina, persistência são outros componentes importantes desse processo, que é longo, mas que precisa ser iniciado com urgência.

Ao mesmo tempo, o amor ao próximo irá nos mostrar como nos preencher interiormente de outra forma. A lâmpada que ilumina o caminho de alguém, antes de tudo, clareia a si mesma.

Quem ama se sente pleno, quem ama se completa, quem ama nunca se sente só.

Ao invés de querermos a companhia de alguém, nos tornamos companheiros do outro. Ao invés de desejarmos que satisfaçam nossas carências, atenderemos as carências alheias.

Quem é solidário, nunca estará solitário, diz-nos, com propriedade, o Espírito Joanna de Ângelis.

Esses dois amores primordiais, a nós e ao nosso próximo, colocam o ser, naturalmente, na direção do amor ao nosso Criador.

Assim, enfim, a criatura que sempre esteve abraçada pelo Criador, mas nunca percebeu, agora o abraça conscientemente e diz: Não me sinto mais só.

*   *   *

Não estamos sós, embora nosso coração ainda se sinta dessa forma.

O mundo talvez não nos trate da maneira como desejaríamos. Criamos expectativas que se frustram com frequência.

Aqueles que desejam nosso bem estão sempre ao nosso lado. Conversemos mais com eles. Paremos um pouco, façamos uma oração, em qualquer lugar, quando sentirmos vontade, e não nos sentiremos mais assim.

Percebamos a vida pulsando à nossa volta.

Não estamos sós.

sexta-feira, dezembro 23, 2016

Natal Chique

Percorro o dia, que esmorece 
Nas ruas cheias de rumor; 
Minha alma vã desaparece 
Na muita pressa e pouco amor. 

Hoje é Natal. 
Comprei um anjo, 
Dos que anunciam no jornal; 
Mas houve um etéreo desarranjo 
E o efeito em casa saiu mal. 

Valeu-me um príncipe esfarrapado 
A quem dão coroas no meio disto, 
Um moço doente, desanimado... 
Só esse pobre me pareceu Cristo. 

Vitorino Nemésio, in 'Antologia Poética'

quarta-feira, novembro 02, 2016

Façamos ou Sejamos?

Porque é para tantos de nós sabendo o poder da oração, ainda assim reservar os momentos necessários à sua prática é de tal forma difícil, que parece levamos uma vida quase completamente oposta à oração. 

Porque é que a vida assim contraposta com esta realidade nos parece em consequência algo profana? - Atenção!, muito cuidado com esse terrível equivoco. 

O que é de Deus não tem nada de profano, a vida que nos é dada pela existência é de origem divina e benevolente até nos mais pequeninos detalhes, nossa conduta é que deverá estar desviada...

Aqui surgem as dúvidas: - "mas faço por cumprir, por ser cumpridor das regras que entendo ser as do bom convívio, fraterno, solidário, então porque é que o tempo que me resta e dedico à oração, às minhas conversas com Deus, me parece algo ilusório?

Porque Deus quer que lhe dediques a tua atenção dentro da Sua Realidade, ou seja dentro de tua vida e em todas as coisas da tua vida. 

Deus deseja que a tua vida seja uma oração por inteiro, que a tua existência seja uma longa e interminável conversa com ele,... e não um acto ritualizado de onde sais de tua vida comum, para o ires procurar onde tão pouco o encontrarás.

Deus não quer tanto que façamos orações mas sim, que sejamos as próprias orações. Que todo o ar que inspiremos seja em nossos actos, por nossos actos purificado, que sejamos autores coo-criadores do mundo que ele nos sussurra na alma.

Assim o desafio é esse: Sê uma Oração!

quarta-feira, outubro 26, 2016

O incrível poder das flores.


Decorar a casa com flores, ramos e galhos naturais não é um costume do momento. Os antigos Egípcios já usavam lírios e flores de papiro como decoração. Os sumo sacerdotal orientavam o povo sobre a protecção que um vaso de flores trazia a casa.

Os gregos tinham as flores naturais em pétalas, as quais usavam nos banhos para perfumar e principalmente para purificar o espírito, que acreditavam estar carregado com o mal.

Em casamentos era costume derramar pétalas de rosas no chão para os noivos passarem. Este ato era mais espiritual do que decorativo, pois era usado para espantar os demónios da discórdia e trazer tranquilidade ao casal.

Os Sacerdotes Celtas quando pressentiam a presença do mal, pediam às famílias que fizessem coroas de flores naturais, que eram usadas quase que diariamente. As flores também eram usadas para proteger as crianças.

As flores são a alegria para o coração, fortalecimento para o espírito e estímulo para o físico. O aroma das flores nos traz tranquilidade, porém, causa efeito contrário para os maus espíritos, causando-lhes repulsa e espantando-os.

Casas decoradas com flores ou ramos naturais tornam o ambiente leve, alegre e harmónico. As flores estão programadas, para filtrar as energias densas, e transmutá-las em vibrações mais elevadas.

As flores doam suas vidas para manter a energia positiva do ambiente em que vivemos. Muitas vezes estamos com um vazo lindo de rosas que recém foram colocadas e então chega alguém em nossa casa. Quando esta pessoa vai embora percebemos que as rosas estão murchas, completamente mortas. O que aconteceu é que elas filtraram o mal e emitiram o bem.

As flores têm uma vibração mais elevada que a vibração humana. O contacto directo com as flores eleva nossas vibrações energéticas.

As flores naturais dentro de casa trazem grandes benefícios: elas agem no fisiológico, no emocional e activa o sistema límbico, produzindo mais neurotransmissores. 

FLORES E BENEFÍCIOS

ROSA: simboliza o amor incondicional; antidepressiva; fortalece o sistema emocional;

LAVANDA: combate stress; tensão nervosa; traz harmonia;

ALECRIM: tem um aroma delicioso; protecção; expulsa demónios; restaura o equilíbrio da casa e das pessoas.

MARGARIDA: transmite afecto e confiança às pessoas. Ideal para enfeitar um arranjo em uma cerimónia entre amigos. 

COPO-DE-LEITE: representa inocência e pureza, associa-se ao sagrado e simboliza a paz.

VIOLETA: a violeta não trabalha doando e sim tirando energia do ambiente. Portanto o único local em que se coloca um vasinho de violeta é no banheiro para que absorva as energias locais. Jamais presenteie alguém com violetas.

GERÂNIO: No emocional, oferece conforto e baixa a ansiedade. Alegra a alma para enfrentar com leveza os momentos difíceis de alguma perda. 

JASMIM: o jasmim representa a doçura, a feminilidade e a sensualidade, atuando muito nas emoções e fortalecendo-as, pois ao mesmo tempo em que é um aroma sedativo é também eufórico, afastando a depressão, a negatividade, a indiferença e a apatia.

terça-feira, outubro 18, 2016

AS COISAS SECRETAS...

as coisas secretas não o são tanto porque estão escondidas, mais porque se não vêem.


Assim o desvendar dos segredos é muito mais abrir percepção que conjecturar mapas do tesouro

quarta-feira, outubro 12, 2016

Evangelho (Lc 11,42-46): 

Naquele tempo, o Senhor disse: 

«Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Isto é que deveríeis praticar, sem negligenciar aquilo. 

Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro assento nas sinagogas e de serdes cumprimentados nas praças. 

Ai de vós, porque sois como túmulos que não se vêem, sobre os quais as pessoas andam sem saber». 

Um doutor da Lei tomou a palavra e disse: «Mestre, falando assim, insultas também a nós!». 

Jesus respondeu: 

«Ai de vós igualmente, doutores da Lei, porque carregais as pessoas com fardos insuportáveis, e vós mesmos, nem com um só dedo, não tocais nesses fardos!».

terça-feira, outubro 04, 2016

Aprender a amar

De que vale a vida? Qual o motivo de estarmos aqui? São tantos os problemas, que temos dificuldades em responder a essas perguntas.
Ouve-se, com frequência, os noticiários das catástrofes naturais, que nos assustam. Outras vezes, são crimes hediondos que chocam.

Dias há em que a saúde nos falta, outros em que o nosso amor se despede e parte para onde os olhos não enxergam. E ainda outros são dias de problemas no seio da família e no trabalho.

Jesus, ao afirmar que neste mundo só teríamos aflições, lembra-nos que a vida é escola a nos dar lições, nem todas permeadas pela alegria e a satisfação.

Porém, qual a finalidade dessas lições? O que a vida espera de cada um de nós, ao nos impor desafios pesados, aflições que nos perturbam e nos exigem tanto da alma? Em outras palavras, o que a vida quer de nós?

Jesus foi indagado a respeito, quando, utilizando o linguajar da época, alguém lhe perguntou qual o maior mandamento da Lei de Deus.

Para o religioso que o indagara, entender o mandamento da Lei de Deus significava entender o próprio objectivo da vida.

E Jesus foi claro ao responder que o objectivo maior da vida é o de amar. Seja o amor a Deus, o amor ao próximo ou o amor a si mesmo, devemos aprender a amar.


Dessa forma, seja o que for que nos ocorra, essas situações serão sempre dádivas da vida a nos oferecer possibilidades para o aprendizado do amor.

Seja o que quer que venha a nos suceder, lembremos que no fundo e no final de tudo, está o aprendizado para o amor.

Por isso, a atitude mais sábia que podemos ter perante a vida é a de amar. Amar incondicionalmente.

Pensando dessa forma, Richard Allens escreveu um poema que diz o seguinte:

Quando ames, dá tudo o que tenhas
E quando tenhas chegado ao teu limite, 
dá ainda mais

E esquece a tua dor.

Porque frente à morte, só o amor que tenhamos dado e recebido é que contará. 
Tudo o mais: as vitórias, as lutas, os embates ficarão esquecidos em nossas reflexões.

E conclui o poeta:

E se tenhas amado bem, 
então tudo terá valido a pena.
E o prazer que encontrarás nisso
 durará até o final. 

Porém, se não o tenhas feito, 
a morte sempre te chegará muito rápida, 
e afrontá-la será por demais terrível.

Assim, compreendemos que a única coisa que importa é o amor. Tudo o mais, nossas conquistas, nossos títulos, o dinheiro que temos ou a posição social que desfrutamos, é secundário.

O que fazemos não é importante. A única coisa que importa é como fazemos. E o que realmente importa é que o façamos com amor.

Por isso, antes que a morte nos convide a retornar ao grande lar, antes que nossa jornada de aprendizado aqui se conclua, aproveitemos o tempo e as lições para que o amor comece a ganhar espaço em nosso mundo íntimo.

Aproveitemos os dias valiosos da existência. 

A cada nascer do sol aceitemos o convite ao aprendizado do amor que se renova.

Entendendo a vida por esse prisma, tenhamos a certeza de que as dores amenizarão e as ansiedades repousarão na certeza de que Deus vela por todos, aguardando que as lições do Seu amor se façam em cada um de nós.

terça-feira, setembro 20, 2016

a ilusão é a periferia da realidade

a existência é a ilusão da realidade

a realidade são os seres

a ilusão é a manifestação dos seres

a manifestação dos seres é o corpo

a matéria é a obra do corpo, a ilusão,

a ilusão ou os ecos dos egos

procurar-se é esquecer-se
esquecer-se é encontrar-se

encontrar-se é perder-se
perder-se é encontrar o lar

encontrar o lar é
equanimidade

segunda-feira, setembro 19, 2016


O gato é um animal que tem muito quartzo na glândula pineal, é portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a energia deletéria do ambiente e transforma em energia boa, normalmente onde o gato deita com frequência, significa que não tem boa energia, caso o animal comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer, pois o bicho já percebeu a energia estagnada no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta parte do corpo para limpar a energia estagnada que está ali.
**
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. 

O gato não se relaciona com a aparência do homem.

Ele vê além, por dentro e pelo avesso. 

Relaciona-se com a essência. 

Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago.

A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. 

Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afecto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado.

É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.

O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem.

Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. 

Se há solidão, ele sabe e atenua como pode, ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós.

Nada diz, não reclama. Afasta-se. 

Quem não o sabe “ler” pensa que “ele” não está ali. 

Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. 

Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.

O gato vê mais e vê dentro e além de nós. 

Relaciona-se com fluídos, auras, fantasmas amigos e opressores. 

O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. 

É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. 

O gato é um monge silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado.

O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas. 

O gato é uma lição diária de afecto verdadeiro e fiel. 

Suas manifestações são íntimas e profundas. 

Exigem recolhimento, entrega, atenção.

Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação quer afirmação. 

Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências.

Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! 

Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga.

Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. 

Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a acção imediata.

Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.

O gato sai do sono para o máximo de acção, tensão e elasticidade num segundo. 

Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.

Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal.

Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contacto com o mistério, com o escuro, com a sombra.

Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências.

O gato é uma chance de interiorização e sabedoria, posta pelo mistério à disposição do homem.”

O amor do gato pelo dono é de desapego, pois enquanto precisa ele está por perto, quando não, ele se a afasta.

No Egipto dos faraós, o gato era adorado na figura da deusa Bastet, representada comummente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia.

Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos.

Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos.

“O gato imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se torna livre. Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final.”

(By: The Mythology Of Cats, Gerald & Loretta Hausman)
Fonte: E-mail
Por: Jorge Bandeira

quinta-feira, setembro 15, 2016

O teatro da vida

A vida na Terra pode ser comparada a um imenso teatro, e as pessoas, nas suas diferentes vivências, grandes atores.

Neste palco colorido e cheio de emoções, ora esbarramos em personagens muito bonitas e cheias de charme; ora nos deparamos com cabeças coroadas a esbanjar seu orgulho.

Ora com o sábio observador, com o tolo indiferente e até mesmo, com o feio a se esgueirar; ora nos vemos à frente de palhaços brincalhões e de figuras carismáticas a se apresentarem como lhes convêm.

No final da peça que vivenciamos, acabamos percebendo que todos partilhamos os mesmos vestuários.

Quando os aplausos cessam, tanto uns como outros, dividimos o mesmo camarim.

Somos todos os verdadeiros atores dos dramas representados no grande palco.

O teatro da vida não conta com muito tempo de ensaio para a sua apresentação.

Cada qual vem com seu papel previamente planeado, podendo facilitar ou complicar durante a representação.

Há atores que, tendo recebido simples papéis, acabam se dedicando tanto que roubam a cena, deixando marcas que servem de exemplo para os demais.

Outros pedem grandes performances, mas o desânimo e a preguiça os fazem desmerecer o posto almejado, tendo que esperar por nova programação.

*   *   *

Assim acontece com cada um de nós, seres humanos, neste mundo.

Nosso palco é a Terra, a peça em que atuamos, a presente reencarnação, nossos companheiros de palco, os nossos familiares.

Se dentro da mesma cena os atores não apresentarem bom desempenho com relação à amizade, ao respeito e à participação positiva de todos, a cena se esfumaça, e o sentido real do ato deixa de existir.

Nossa plateia é a Humanidade, com suas preferências, seus padrões e seus preconceitos.

Se não nos revestirmos de respeito às diferenças, de carinhosa atenção aos demais, não teremos aceitação e êxito.

Todos nos vestimos do corpo carnal e dividimos o mesmo camarim das experiências comuns.

Todos almejamos os aplausos do sucesso, mas nem todos nos esforçamos o suficiente para merecê-los.

Da mesma forma, perdemos oportunidades e ficamos à espera de novas chances para refazer, para recomeçar.

Sejamos pois, a alma sedenta de bom desempenho, que se tranquilizará após nobre actuação, sem ficar a exigir os principais papéis.

Abençoemos o cansaço de cada dia, sem escolher leito sofisticado, mas que possamos descansar em qualquer banco do caminho, fazendo dele um castelo de paz.

Bendito seja o suor do trabalho árduo, a dor das mãos calejadas que dão mostras de ocupação valiosa, que não nos permite a mente vazia.

Mantenhamos o silêncio construtivo ao palavrório sem conteúdo.

Valorizemos o riso que embeleza a face sóbria de uma vida enriquecida de amor.

Bem-vindas as muitas perguntas rumo à sabedoria, as muitas buscas de oportunidades, que nos farão mais esclarecidos e realizados.

Abençoadas sejam as declarações de amor e amizade que colorirem nossos caminhos.

Benditos os dias que pudermos tropeçar, cair e nos erguermos, abraçados à poesia da vida, desejosos de emocionar até o último ato.

domingo, setembro 04, 2016

Os filhos que nos observam...

O garoto de nove anos chegou muito animado. A escola iria promover um evento, possibilitando aos pais empreendedores montarem pequenos stands para divulgação e venda dos seus produtos.

Vinicius foi direto para o avô, dizendo que colocaria um stand para venda de suco de laranja. Afinal, a laranjeira do quintal estava carregada de frutos.

Muito decidido, ele mostrou o nome e o slogan do seu empreendimento: SUVA – sucos que valorizam a sua sede.

Fez um plano de negócio, estabelecendo as necessidades, que iam da matéria prima, a laranja, para os copos, os canudos e até um funcionário.

Sim, ele precisaria de um ajudante porque, afinal, ele ficaria no marketing, conversando com os clientes, oferecendo o seu produto, enquanto outro ficaria no preparo e entrega ao cliente.

A cobrança? Bom, essa ficaria com ele mesmo.

O primeiro passo foi ir até a laranjeira.

Infelizmente, as laranjas não estavam suficientemente maduras. Concluiu o miniempresário que o suco poderia não ficar muito bom.

Então, optou por utilizar polpa de fruta. Logo, resolveu adicionar mais um detalhe: pão de queijo, logo substituído por pipoca. A essa anexou o apelo de saudável por ser feita sem óleo.

Com tanto planejamento e disposição, naturalmente que foi o menino e não os pais quem ocupou o stand de empreendedor.

E ficou ao lado de estandes de alimentos de marcas muito conhecidas, sem se intimidar. 

Confiava na qualidade dos seus produtos.

Trabalhou com afinco e, como funcionário, contratou o irmão, João Vitor.

No final, contabilizando despesas e receitas, o menino teve um lucro de quarenta e seis reais. Maravilha!

Entretanto, a maior demonstração de um verdadeiro aprendizado estava por vir.

Comentando a respeito dos seus lucros com a mãe, de repente, exclamou: Nossa, preciso pagar João Vitor.

A mãe comentou que o irmão, em verdade, ficara no stand somente umas duas horas. Seria preciso pagá-lo?

Como não? – Falou o garoto. Ele me ajudou demais. Merece receber.

E retirando vinte reais, foi pagar o seu funcionário.

*   *   *

O fato nos merece considerações. Poderemos dizer que o menino tem a veia de empreendedor, pois que observa os pais e admira o que fazem.

Por isso, os deseja imitar, quiçá, inclusive, de futuro, se torne um grande empresário.

No entanto, o que merece destaque é o detalhamento, a planificação de toda a ação.

Acima de tudo, a honestidade, o reconhecimento do esforço e do trabalho do irmão a quem convidara para assessorá-lo na venda do SUVA.

De quem terá aprendido essa lição? 

Com certeza, portas adentro do lar, onde observa o trato dos pais com fornecedores, clientes e funcionários.

Sim, nossos filhos nos observam, muito mais do que possamos imaginar.

Eles nos olham e imitam, nos mínimos detalhes.

Pensemos nisso porque, muito mais do que as palavras, que convencem, os exemplos arrastam.

Eles atestam da nossa qualidade moral. 

E se desejamos um mundo realmente novo, precisamos de homens novos. 

Homens de bem, honestos, justos.

Pensemos nisso.

terça-feira, agosto 16, 2016

quinta-feira, agosto 11, 2016

Os Jogos Olímpicos da Humanidade

Os actuais jogos Olímpicos são uma reconhecida competição entre os mais dotados atletas de cada uma das nações participantes em determinadas modalidades desportivas, desde a sua origem na antiga Grécia.

Este evento evoluiu sobrevivendo ao passar das gerações, conseguindo o feito de atravessar mais ou menos incólume duas guerras mundiais.

Nos dias de hoje, apesar de manter alguns dos seus critérios originais ou regras de participação, como a idade jovem do atleta, sua quase perfeita compleição física, hoje sua organização é orientada por um comité de formação e ideologia fundamentalmente capitalista, à imagem das principais nações mundiais. 

Por esse mesmo motivo acabam muitos dos seus eventos contestados por revelações de conspiração às regras da competição justa, utilização de drogas dopantes, influências de pressão sobre atletas e juízes, critérios não imparciais e não raras manifestações populares de indignação. 

São conhecidas as muitas irregularidades em modalidades que se repetem ano após ano e sempre exigem novos records nacionais e mundiais, quantos deles à custa da integridade física e moral de seus atletas, treinadores e equipes.

Será que este modelo de Jogos Olímpicos está como o nosso modelo civilizacional, caduco, demente e claramente insustentável a um curto prazo?

A esta questão é apontada a seguinte reflexão:
Porque não transformam estes jogos olímpicos oriundos de um modelo bélico do passado, para um modelo fraterno e do futuro?

Porque não se hão-de denominar de Jogos Olímpicos da Humanidade? 

Cada nação faria representar seus mais dotados cidadãos, em determinadas modalidades definidas e documentadas num espaço de quatro anos como agora são aliás os jogos, e assim encontrados os eleitos para serem colocados em competição mundial directa, pelas medalhas do mais alto mérito e reconhecimento.

Porque não serem as modalidades a serem avaliadas por um colégio de juízes especializados e de reconhecida idoneidade, por exemplo; feitos registados ao nível da educação, ao nível social, da saúde, da ciência para o desenvolvimento, da caridade desinteressada, do desenvolvimento sustentado, da filantropia; da ecologia e ambiente, dos feitos de heroísmo mesmo o póstumo que também teria direito e muito justamente a homenagem e medalha, etc.

Enfim existem hoje em dia imensas disciplinas que poderiam facilmente reformar o paradigma competitivo entre nações, onde os Jogos Olímpicos recuperassem o seu mais nobre sentido, de unir competindo amigavelmente entre si, as nações do mundo inteiro, nos temas mais essenciais para a própria identidade humana, onde cada nação gostaria saber para sua própria identidade onde param os seus campeões, para lhes seja feita justa homenagem, seguido o exemplo, partilhado o saber.

Imagine-se o efeito pedagógico, económico e social sobre os cidadãos de cada país.

Imagine-se as dinâmicas positivas que um evento desta natureza mediatizado mundialmente geraria na globalidade das nações.

Enquanto a ambição de cada um, de cada povo, de cada nação for seu “umbigo”, seu destino será curto e pequeno.

terça-feira, julho 26, 2016

A maior praga da atualidade

Reflexão acerca de tudo de nocivo que está acontecer no mundo, de forma simultânea e em vários lugares, mesmo mudando as pessoas, as nacionalidades, culturas e no entanto os eventos chocantes  são constantes e publicitados à velocidade do próprio acontecimento.

Porquê?, então começo em cada nação a estudar os seus problemas, a tentar entender as desarmonias sociais, as assimetrias a variados níveis e em temas profundamente essenciais para que seja uma vida dignamente vivida. A reparar no tipo de eventos que se sucedem e o que lhes antecede,... 

Reparo por exemplo, que todos os eventos traumáticos de terrorismo são antecedidos por movimentações militares e politicas em grande escala, por escândalos financeiros, por revelações de crimes que lesam as pessoas mais vulneráveis onde se confirmam conspirações e influencias tenebrosas e que saem impunes quando descortinadas suas responsabilidades.

Claro depois uns tempos surgem por todo o lado como cogumelos, atos de revolta e insanidade, de terrorismo e outras monstruosidades  organizadas.

Vago nos meus pensamentos e tentando aglutinar estes fortíssimos pólos de influencia e de gentes diferentes, os governos e os sistemas do poder, as economias e as empresas multinacionais, os agentes de informação, os militares por um lado até ao próprio cidadão comum por um outro lado, tentando unir este vasto leque de personagens procuro uma causa comum para tanta desgraça, que a causa para o bem já todos a conhecemos, o amor puro.

Então só me ocorre, o egoísmo... é o egoísmo nas suas múltiplas manifestações, desde a menor das escalas à maior, que está a causar a ruína do mundo e de seus habitantes, humanos e não humanos...

É o egoísmo compulsivo que cada um manifesta em casa, no trabalho, com seus semelhantes, socialmente, na luta cega pelos seus interesses e ambições, sem olhar o bem comum, o Apocalipse!

Hoje tenho a certeza... a maior doença da humanidade desde à muito, a causadora do desaparecimento no passado de inúmeras prosperas civilizações... o egoísmo, essa incapacidade de se avaliar as circunstancias com clareza de espírito, com sanidade. Uma espécie perigosíssima e venenosa de autismo.

Com razão se poderia dizer, que vivemos num mundo manicómio, onde a natureza e tudo que a constitui vive em ameaça permanente pela presença e acção humanas, até a própria existência do homem está seriamente  ameaçada pela sua própria acção, desorientada e destruidora.

Egoístas e loucos...

segunda-feira, julho 11, 2016

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA VIDA HUMANA

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA VIDA HUMANA 

1 – Não desprezar, ou fazer pouco caso das crenças de outrens. Ofereça sempre o que você credita ser sua verdade. 

2 – Aja como desejar na sua vida, mas nunca prejudique ninguém. 

3 - Tenhas atos de bondade como sementes que podem dar muitos frutos 

4 – Mantenha sua palavra 

5 – Não mates, a não ser que precise de alimento. 

6 – Tente viver em harmonia com as pessoas, principalmente com aquelas que discordam de você. 

7 – Auxiliem os outros dentro de suas possibilidades 

8 – Não julguem os outros 

9 – Perdoe seu inimigo 

10 – afastem de si as mentiras, as paixões vis e excessos. 

11 – viva em harmonia com a natureza porque você faz parte dela 

2 - AS QUATRO PALAVRAS 

Dentro da filosofia de vida o Mago deve: 

- Querer 
- Saber 
- Ousar 
- Calar 

Associando-se umas as outras, teremos: 

- Saber, saber querer, saber ousar, saber calar. 
- Querer saber, querer, querer ousar, querer calar. 
- Querer saber, querer, querer ousar, querer calar. 
- Ousar saber, ousar querer, ousar, ousar calar. 
- Calar saber, calar querer, calar ousar, calar. 

3 - A VONTADE 

A vontade é grande motor de todas as nossas ações 

QUERER É PODER - eis a grande verdade. 

Aquele que "quiser", que "souber", firmemente, inabalavelmente, resolvido a "querer" tudo conseguirá, devido somente ao seu extraordinário esforço de vontade. 

"Faça e credes e será feito" 

4 - PRINCÍPIOS HERMÉTICOS 

O Caibalion – planta sementes verdadeiras 

“Os lábios da sabedoria estão fechados, excepto aos ouvidos do entendimento.” 

Ao entendermos os seus princípios, entendemos mais a vida, seus processos e fases. 

1 – Princípio de Mentalismo 

“O todo é mente; O universo é mental.” 

Todo é mente. O TODO é indefinível. A mente Divina possui todo o conhecimento e somos parte do fluxo, da vibração deste TODO (enteléquia Divina). 

2 – Princípios de correspondência 

“O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.” 

O macrocosmo tem correspondência com o microcosmo. “O que somos reflectimos no Universo e o Universo reflecte em nós.” 

3 - Principio de vibração 

Tudo no universo está em movimento, tudo tem uma vibração, nada está parado. O todo e a mais grosseira matéria vibram cada um numa dimensão diferente. 

“Nada está parado, tudo se movimenta.” 

4 – Princípio de polaridade 

“Tudo é duplo; tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa.” 

“Os opostos sempre são aspectos de uma mesma coisa.”. 

- Princípio de ritmo 

“Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés, tudo sobe e desce.” 

Em tudo se manifesta o movimento de ir para frente e para trás, fluxo e refluxo. 

- Princípio de causa e efeito 

“Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa.” 

- Princípio de género 

No plano físico, este princípio se manifesta no sexo e nos planos superiores toma outras formas, mas sempre baseado no feminino e no masculino.

segunda-feira, julho 04, 2016

A LÓGICA DO “TANTO FAZ”

Saudações, 

Existe um diálogo no rico em significados livro de Lewis Caroll, Alice no País das Maravilhas, onde Alice pergunta ao sempre sorridente gato falante, que caminho ela deve seguir sendo que ela não se importa muito com o caminho. Daí o enigmático gato dá-lhe a solução: se o caminho pouco importa, qualquer caminho serve. 


Esta é a lógica das pessoas que desejam algo, mas não sabem o que exactamente, e com isto, se apegam a uma insatisfação infundada, pois o que lhes falta na verdade, é tão somente ter objectivos e nada mais. 

Estas geralmente vivem lamentando e dizendo para si mesmo: queria tão somente ser feliz. No entanto, em momento algum se perguntam: o que posso fazer para ser feliz? Ou, o que é felicidade para mim? 

São aqueles que vivem querendo ser o outro, ter a alegria do outro, o caminho do outro, viver o que viu ser vivido pelo outro, sem nunca se dar conta que cada estrela tem seu brilho e cabe a cada um reflectir e construir o seu próprio caminho. 

Que caminho eu devo tomar? O caminho para onde você quer chegar. O que devo fazer para ser feliz? Primeiro saber o que é felicidade para você. Ou seja, não há respostas sem perguntas. 

Pergunte-se. 

Ao responder, terás um objectivo e aí, será bem mais fácil começar a construir um caminho para atingi-lo. Isto, quando você é feliz e apenas não sabe, que é o que ocorre com as pessoas que deixam sua alma se apequenar como dizia falecido Cazuza: “Senhor piedade, para as pessoas de alma bem pequena, remoendo pequenos problemas, querendo sempre aquilo que não tem”. Estas sofrem do mal do desejo de desejar, que se alimenta dele mesmo num círculo vicioso e doentio, sem nenhuma lógica ou, a lógica do “tanto faz”. 

E você? 
Só para registo e reflexão. 

quarta-feira, junho 29, 2016

Uma palavra amiga


Ele é um australiano de 82 anos. Seu instrumento de trabalho mais precioso é um binóculo.

Com isso e mais uma conversa amiga, ele já conseguiu salvar das garras do suicídio nada menos de quatro centenas de pessoas.

Ao realizar seu salvamento de número 401, foi entrevistado pela BBC Brasil, narrando a sua actividade.

Corretor de seguros de vida aposentado, há cinco décadas ele monitoriza, de forma voluntária, o movimento no penhasco The Gap, perto de sua casa, nos arredores de Sidney.

A média anual de suicídios no penhasco é de cinquenta pessoas. E Donald Ritchie, que já recebeu o apelido de anjo da guarda, fica atento. Basicamente, o trabalho é de observação.

Sempre que vê alguém por ali, muito pensativo, ou ultrapassando as cordas postas no lugar, vai em direcção à pessoa e puxa conversa.

Não é raro que a convide para um café, em sua casa. É um dos seus métodos preferidos.

E com o café, oferece um sorriso, uma palavra amável, uma conversa amiga. Conforme ele narra, muitas vezes consegue fazer com que a pessoa mude de ideia.

Por toda essa dedicação, Ritchie tem recebido muitas manifestações de agradecimento e carinho. Em sua porta, já foram deixadas cartas, pinturas e outros mimos.

Naturalmente, ele não consegue ter êxito total, mas a contabilização de quatrocentas e uma pessoas salvas, graças à sua actuação, é uma significativa marca.

À semelhança desse australiano aposentado, quantos de nós podemos realizar benefícios, sem ir muito longe de nossa própria casa, do nosso bairro.

Tantas vezes idealizamos ser missionários em longínquas terras, em prestar serviços nessa ou naquela entidade internacional.
E, contudo, bem próximo de nós, há tanto a se fazer. Tantas questões nos requerem a acção.

Bom, portanto, nos perguntarmos o que será que podemos fazer que ainda não foi feito e tem urgência de ser realizado, em nosso quarteirão, em nosso bairro, em nossa cidade.

Não são poucos os exemplos que temos. Estudantes, donas de casa, profissionais diversos que se dedicam em horas que lhes deveriam ser de lazer, a servir ao próximo.

Jovens que buscam comunidades carentes para oferecer aulas de reforço escolar. Ou praticar desportos com as crianças, retirando-as das ruas.

Donas de casa que se organizam em equipes para atender a pessoas do bairro, que enfrentam enfermidades longas, sem família por perto.

Ou mães que trabalham fora do lar e têm necessidade de quem lhes atenda os filhos por algumas horas, no retorno da escola.

Um detalhe aqui, outro ali. Quantas benesses!

Alguns salvam vidas como Donald Ritchie. Outros podemos salvar criaturas do analfabetismo, nos transformando em pontes entre o iletrado e a escola.

Ou retirar do desespero uma pessoa em solidão que apenas espera que alguém se disponha a ouvi-la.


Pensemos nisso e nos disponhamos a ofertar a nossa palavra amável, a mão amiga, a presença actuante.